Por Flávio Silveira

Na Europa, o Tiguan de cinco lugares, que não é vendido no Brasil faz um bom tempo, mudou e se eletrificou. Aqui, seguimos com o velho Tiguan Allspace, versão de sete lugares, com o mesmo motor a combustão produzido no México – mas com retoques discretos no visual e na cabine e ajustes mecânicos (que não agradam a todos).

Visualmente, destacam-se os faróis “inteligentes”. Além de assinatura em LED visualmente forte (uma barra de LED corta a frente, acompanhando a grade), têm um sistema com modos cidade e estrada, indicadores de direção “dinâmicos” e canhões de luz que se alternam e se adaptam às curvas, velocidade e condições.

Na cabine, o SUV médio-grande segue quase igual, fazendo jus ao nome (“todo espaço”). Com 2,79 metros de entre-eixos, leva muito bem cinco pessoas, tem as portas traseiras enormes para facilitar o acesso e ainda carrega 686 litros de bagagem. E, ocasionalmente, duas crianças se acomodam bem na terceira fileira, rebatível. Mas a idade do projeto pesa no design, como no sistema multimídia com tela pequena. As mudanças são pontuais – volante com comandos sensíveis ao toque (eram mais fáceis antes), luzes coloridas…

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No passado, quem levava o Tiguan Allspace 1.4 reclamava do desempenho e quem comprava o 2.0, elogiava (muito: era um Golf GTI em versão SUV). Agora, por R$ 278 mil (sem o teto panorâmico), ele tem o mesmo motor – mas que, para se ajustar aos limites de emissões, perdeu potência (e não pouca). Ficou com 186 cv e 300 Nm, quase a média entre a antiga calibração (220 cv e 350 Nm) e a aposentada opção 1.4 TSI (150 cv e 250 Nm).

Para tentar compensar, a transmissão é a AQ450 de oito velocidades, uma a mais (e automática convencional, não de dupla embreagem como antes). Mas ela ajuda só a reduzir o consumo, um ponto negativo do antigo 2.0: agora o SUV faz razoáveis 9,2 km/l na cidade (1 a mais), e 11,3 km/l na estrada (1,7 a mais). No desempenho, porém, não tem milagre. De empolgante, ele passou a apenas mediano, com 0-100 km/h em 9 segundos (bem mais perto dos 9,5 do 1.4 do que dos 6,8 do antigo 2.0). E ainda perdeu a tração integral, que dava uma ajuda na lama e garantia melhor dinâmica. Para quem tem/teve um Allspace 1.4, portanto, a troca será um upgrade. Mas, para quem gosta daquela pegada única do antigo 350 TSI, será decepcionante.

Concorrentes

Jeep Commander Overland: R$ 289.990
Chery Tiggo 8 PRO PHEV: R$ 239.990

VW Tiguan Allspace R-Line 300TSI

Preço básico R$ 278.990
Carro avaliado R$ 288.990

Motor: dianteiro, quatro cilindros em linha 2.0, 16V, duplo comando variável, turbo, injeção direta
Combustível: gasolina
Potência: 186 cv de 4.500 rpm
Torque: 300 Nm de 1.500 rpm a 4.000 rpm
Câmbio: automático sequencial, oito marchas
Direção: elétrica
Suspensão: MacPherson (d) e multilink (t)
Freios: disco ventilado (d) e disco (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,728 m (c), 1,839 m (l), 1,661 m (a)
Entre-eixos: 2,790 m
Pneus: 235/50 R19
Porta-malas: 686 litros (sete lugares: 216)
Tanque: 60 litros Peso: 1.585 kg
0-100 km/h: 9s0
Velocidade máxima: 215 km/h
Consumo cidade: 9,2 km/l
Consumo estrada: 11,3 km/
Nota do Inmetro: C
Classificação na categoria: C (Extra Grande)