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Não ligo para status, não curto ostentação, não valorizo produtos só pela marca. Nunca me atraíram Mercedes GLA, BMW X1 e Audi Q3 – até porque não gosto tanto de SUVs assim e, para ter preço, esses “populares” premium pecam em detalhes que vão de dirigibilidade (X1) a espaço (GLA), passando por acabamento irregular (Q3). Porém, desse Volvo XC40, que chegou para desafiá-los, confesso que gostei mais.

Como os rivais, ele não tem coluna D. Ainda assim, não parece um “hatch bombado” como GLA e Q3, tampouco tem um “quê” de minivan como a mais recente geração do X1. O design imponente, com carroceria bastante alta e original, o colocam mais próximo de um SUV de verdade – mas, felizmente, não ao volante. A posição de guiar não é tão elevada, mas já dá a sensação de superioridade desejada (não por mim). O 2.0 é menos potente que nas versõesmais caras antes (190 cv contra 252), mas já tem mais de 30 kgfm de torque e “puxa” bem o SUV, que não é tão leve talvez pela “obsessão” da marca por segurança – também presente no pacote de equipamentos, que sacrifica câmera de ré e ar bizone, mas não detecção de pedestres e veículos com frenagem autônoma, faróis full-LED e auxílio de manutenção em faixa.

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Senti falta das aletas para trocas de marcha, que só podem ser feitas movimentando para trás e depois para os lados a pequena alavanca – que libera espaço para tralhas no console. Mas normalmente não é preciso recorrer a isso, pois o câmbio é decidido e tem atuação suave. O consumo não é baixo, mas até que é bom considerando o porte do SUV – fiz 7 km/l na cidade e 13,5 na estrada no modo Eco, que faz a “banguela” automática entre 55 e 130 km/h.

Após uma semana de XC40, o que mais marcou foi sua dirigibilidade corretíssima – das respostas de volante, freios e motor ao comportamento das suspensões, com movimentação fina extremamente confortável e ótima dinâmica, com pouquíssima rolagem da carroceria em curvas (onde lembra mais um hatch). Na cabine, o acabamento clean me agradou, o porta-malas tem espaço de sobra e uma útil divisória, e não faltou espaço no banco traseiro – apenas umas saídas de ar extras.

Já da central multimídia não gostei: como tudo aparece na mesma tela e quase tudo é controlado por touchscreen, às vezes demora um pouco para se chegar à função desejada, e é preciso optar pelo que se vê (ou mapa ou gráfico de consumo, nunca os dois juntos). Mas isso não tira o brilho desse XC40, talvez o melhor SUV hoje na faixa de R$ 170.000. Se eu o compraria? Bem, onde eu assino?


Contraponto

Por Sergio Quintanilha

Assino embaixo de tudo que o Flavio disse sobre as qualidades dinâmicas do Volvo XC40. Participei do road test de lançamento do carro, em Santa Catarina, e sua dirigibilidade também me conquistou. Porém, ao contrário de meu colega, eu não assinaria um cheque para comprar este Volvo. Primeiro porque eu não tenho nada contra os SUVs compactos premium alemães – pelo contrário, são os meus preferidos, especialmente o Audi Q3, por ser um carro incrivelmente simples e com uma qualidade incontestável.

Segundo porque, apesar de concordar com as críticas de nosso editor à central multimídia do XC40, esse não é um detalhe de somenos para mim. Não gosto da posição da tela central colocada em pé, como se fosse um tablet, pois dentro de um carro o movimento dos olhos precisa ser o mais horizontal possível. E é curioso que uma marca que prima pela segurança despreze esse fato. Também não curti o visual das saídas de ar; achei que elas não combinam com o design do carro. Ainda não foi dessa vez que os SUVs alemães saíram do meu radar.

COMPRE SE…
Você quer um SUV de rodar refinado e marca premium, mas não quer gastar muito dinheiro.
Você se importa mais com o prazer ao volante e com a segurança do que com mimos para o motorista.

NÃO COMPRE SE…
Você roda muito com mais de quatro passageiros. Ele é espaçoso, mas não como um Tiguan ou um 5008.
Você gosta de carros chamativos, cheios de cromados. O XC40 T4 é um SUV elegante e discreto.

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Ficha técnica:

Volvo XC40 T4

Preço básico: R$ 169.950
Carro avaliado: R$ 169.950
Motor: 4 cilindros em linha, 2.0, 16V, turbo, injeção direta, start-stop
Cilindrada: 1969 cm³
Combustível: gasolina
Potência: 190 cv cv a 4.700 rpm
Torque: 30,6 kgfm de 1.300 a 4.000 rpm
Câmbio: automático sequencial, oito marchas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e multi-link (t)
Freios: disco ventilado (d) e disco (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,425 m (c),1,863 m (l), 1,652 m (a)
Entre-eixos: 2,702 m
Pneus: 245/45 R20
Porta-malas: 460 litros
Tanque: 54 litros
Peso: 1.648 kg
0-100 km/h: 8s4
Vel.máxima: 210 km/h
Consumo cidade: 9,3 km/l
Consumo estrada: 11,9 km/l
Emissão de CO²: 130 g/km
Nota do Inmetro: C
Classificação na categoria: C (Utilitário Esportivo)