Hoje, provavelmente, se você pensa em VW Polo, logo vai lembrar da versão Track, a mais despojada, de entrada. Mas saiba que, além dessa (que, aliás, é líder de vendas), a linha do hatch da Volks tem outras opções legais. Uma delas é a Sense, que nasceu como opção para o público PCD, mas acabou assumindo o posto de intermediária. É mais ou menos como uma sucessora espiritual da Comfortline, digamos… 

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Polo Sense e seus rivais

E o melhor é que, hoje, sua relação custo X benefício é bem favorável. Das mais interessantes dentre os hatches compactos automáticos: por R$ 110,8 mil, é mais barato que opções equivalentes de Chevrolet Onix (R$ 113 mil), Hyundai HB20 (salgados R$ 121 mil) e Fiat Argo (R$ 112 mil), e por esse preço entrega itens que só ele tem, como painel de instrumentos digital colorido de 8 pol., saídas de ar traseiras, ou multimídia de 10 pol. com apps nativo. Vem completão. 

VW Polo Sense 2026 – Foto: Lucca Mendonça

Tem também faróis em LED, chave presencial, partida por botão, piloto automático, sensores de estacionamento traseiros, sistema start & stop, volante multifuncional com paddle-shifts e afins. As rodas de liga-leve são opcionais por R$ 1,8 mil.  

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Alternativa aos SUVs

Ainda assim, é uma opção que pouca gente lembra. E, por essa faixa de preço,muitos também acabam partindo para um SUV pequeno, como o próprio VW Tera, um Fiat Pulse ou um Renault Kardian, por exemplo. É um movimento não só da fabricante, mas também de concessionários: os lucros sobre esses SUVzinhos são maiores, e mais vale vender um destes do que um hatch compacto, por melhor que seja o custo X benefício para o público. Sem contar que cada Polo Sense produzido “rouba” motor, transmissão, direção, freios e outros elementos de um Tera… 

VW Polo Sense 2026 - Foto: Lucca Mendonça
VW Polo Sense 2026 – Foto: Lucca Mendonça

Motorização

Falando neles, temos o 1.0 turboflex de três cilindros na versão 170TSI (109/116 cv de potência e 16,8 mkgf de torque), associado ao câmbio automático de seis marchas (Aisin). É uma dupla que aproveita o baixo peso do carro com a agilidade da superalimentação: ele tem bom torque, que aparece cedo, ainda que haja um delay do acelerador eletrônico, como não poderia faltar num VW TSI. Ainda assim, privilegia o baixo consumo e a suavidade adiantando as trocas de marchas, sem que isso prejudique a performance.  

VW Polo Sense 2026 – Foto: Lucca Mendonça

Consumo? Dos melhores. Com gasolina, passou dos 18 km/l na estrada sem muito esforço, enquanto na cidade os números rondaram os 13,0 km/l, aproveitando as baixas rotações, trocas de marchas adiantadas e sistema start & stop afiado, que não demorava para desligar o Polo nas paradas rápidas. Com etanol, pense em algo ao redor dos 14 km/l no ciclo rodoviário, ou 11 km/l no urbano, com pé leve. Ótimo.  

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No uso

O Polo sempre foi um dos melhores em ergonomia e dinâmica de condução: tem posição de guiar baixa, até um pouco esportiva, com painel, console e laterais de portas envolvendo o condutor. Volante, cinto de segurança e os bancos são ajustáveis em diferentes posições, facilitando bastante na hora de encontrar o melhor posto de condução. Ainda assim, ocupantes maiores podem achar os bancos dianteiros pequenos: são inteiriços, com encosto de cabeça embutido, e assento curto.  

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Na hora de frear forte, fazer curvas rápidas, ou dar seu melhor na aceleração, espere comportamentos seguros e diretos. Diferenciais da engenharia alemã, como a direção extremamente precisa e multiplicada. Em que pese o acerto de suspensões mais macio desde a reestilização de 2023, e os pneus chineses um tanto duros (Greenmax HP300), o Polo Sense não desaponta quando é exigido ao máximo, apoiado pelo baixo centro de gravidade e distribuição de peso correta. 

VW Polo Sense 2026 – Foto: Lucca Mendonça

Espaço e vida a bordo

Espaço interno? Razoável. Motorista e copiloto vão mais confortáveis, como de costume, enquanto quem se senta atrás tem bom espaço para pernas, ombros e pés, ainda que o túnel central alto atrapalhe um terceiro ocupante traseiro, no meio. Seu teto é alto, e as portas têm ângulo de abertura satisfatório, pra facilitar o entra e sai. No porta-malas do Polo cabem bons 300 litros, mais ou menos o mesmo tamanho dos rivais. 

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A vida a bordo do Sense é tranquila. Apesar de abusar dos plásticos no acabamento, é bem montado, e tudo fica acessível. Quem ajuda nisso é a parte central do painel levemente virada para o motorista. A central VW Play de 10 polegadas dá um show em funcionalidades e operação tranquila, em um contraste com a instrumentação digital que, apesar de ser fácil de ler e entender, é difícil de operar, especialmente nos menus e computador de bordo.  

VW Polo Sense 2026 – Foto: Lucca Mendonça

A cabine tem uma variedade de porta-trecos, pra guardar diferentes tipos de tralhas, e sistemas de som e ar-condicionado não abrem espaço para reclamação. Falando nisso, o Volks é caprichado não só nisso, como também no nível de isolamento acústico: ele é quieto na mecânica, e estanca com competência a barulheira do mundo externo. Só os tais pneus duros, com composto de borracha que atrita mais com o piso, são mais ouvidos pelos ocupantes, especialmente em maior velocidade.  

VW Polo Sense 2026 – Foto: Lucca Mendonça

Conjunto da obra

No apanhado, temos um hatch turbo, automático e bem completo na faixa dos R$ 110 mil, que pode ficar (bem) mais barato com as devidas isenções de impostos da compra como PCD (Pessoa Com Deficiência): espere pagar R$ 95 mil, ou até menos, dependendo. Em resumo, o Polo Sense custa muito menos que um HB20 automático de entrada, oferece mais que um Chevrolet Onix AT, e é mais potente e forte que um Fiat Argo Trekking CVT. Negócio interessante para quem não aguenta mais ver SUVs por aí.