29/12/2025 - 8:00
Hoje, provavelmente, se você pensa em VW Polo, logo vai lembrar da versão Track, a mais despojada, de entrada. Mas saiba que, além dessa (que, aliás, é líder de vendas), a linha do hatch da Volks tem outras opções legais. Uma delas é a Sense, que nasceu como opção para o público PCD, mas acabou assumindo o posto de intermediária. É mais ou menos como uma sucessora espiritual da Comfortline, digamos…
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Polo Sense e seus rivais
E o melhor é que, hoje, sua relação custo X benefício é bem favorável. Das mais interessantes dentre os hatches compactos automáticos: por R$ 110,8 mil, é mais barato que opções equivalentes de Chevrolet Onix (R$ 113 mil), Hyundai HB20 (salgados R$ 121 mil) e Fiat Argo (R$ 112 mil), e por esse preço entrega itens que só ele tem, como painel de instrumentos digital colorido de 8 pol., saídas de ar traseiras, ou multimídia de 10 pol. com apps nativo. Vem completão.

Tem também faróis em LED, chave presencial, partida por botão, piloto automático, sensores de estacionamento traseiros, sistema start & stop, volante multifuncional com paddle-shifts e afins. As rodas de liga-leve são opcionais por R$ 1,8 mil.
Alternativa aos SUVs
Ainda assim, é uma opção que pouca gente lembra. E, por essa faixa de preço,muitos também acabam partindo para um SUV pequeno, como o próprio VW Tera, um Fiat Pulse ou um Renault Kardian, por exemplo. É um movimento não só da fabricante, mas também de concessionários: os lucros sobre esses SUVzinhos são maiores, e mais vale vender um destes do que um hatch compacto, por melhor que seja o custo X benefício para o público. Sem contar que cada Polo Sense produzido “rouba” motor, transmissão, direção, freios e outros elementos de um Tera…

Motorização
Falando neles, temos o 1.0 turboflex de três cilindros na versão 170TSI (109/116 cv de potência e 16,8 mkgf de torque), associado ao câmbio automático de seis marchas (Aisin). É uma dupla que aproveita o baixo peso do carro com a agilidade da superalimentação: ele tem bom torque, que aparece cedo, ainda que haja um delay do acelerador eletrônico, como não poderia faltar num VW TSI. Ainda assim, privilegia o baixo consumo e a suavidade adiantando as trocas de marchas, sem que isso prejudique a performance.

Consumo? Dos melhores. Com gasolina, passou dos 18 km/l na estrada sem muito esforço, enquanto na cidade os números rondaram os 13,0 km/l, aproveitando as baixas rotações, trocas de marchas adiantadas e sistema start & stop afiado, que não demorava para desligar o Polo nas paradas rápidas. Com etanol, pense em algo ao redor dos 14 km/l no ciclo rodoviário, ou 11 km/l no urbano, com pé leve. Ótimo.
No uso
O Polo sempre foi um dos melhores em ergonomia e dinâmica de condução: tem posição de guiar baixa, até um pouco esportiva, com painel, console e laterais de portas envolvendo o condutor. Volante, cinto de segurança e os bancos são ajustáveis em diferentes posições, facilitando bastante na hora de encontrar o melhor posto de condução. Ainda assim, ocupantes maiores podem achar os bancos dianteiros pequenos: são inteiriços, com encosto de cabeça embutido, e assento curto.
Na hora de frear forte, fazer curvas rápidas, ou dar seu melhor na aceleração, espere comportamentos seguros e diretos. Diferenciais da engenharia alemã, como a direção extremamente precisa e multiplicada. Em que pese o acerto de suspensões mais macio desde a reestilização de 2023, e os pneus chineses um tanto duros (Greenmax HP300), o Polo Sense não desaponta quando é exigido ao máximo, apoiado pelo baixo centro de gravidade e distribuição de peso correta.

Espaço e vida a bordo
Espaço interno? Razoável. Motorista e copiloto vão mais confortáveis, como de costume, enquanto quem se senta atrás tem bom espaço para pernas, ombros e pés, ainda que o túnel central alto atrapalhe um terceiro ocupante traseiro, no meio. Seu teto é alto, e as portas têm ângulo de abertura satisfatório, pra facilitar o entra e sai. No porta-malas do Polo cabem bons 300 litros, mais ou menos o mesmo tamanho dos rivais.
A vida a bordo do Sense é tranquila. Apesar de abusar dos plásticos no acabamento, é bem montado, e tudo fica acessível. Quem ajuda nisso é a parte central do painel levemente virada para o motorista. A central VW Play de 10 polegadas dá um show em funcionalidades e operação tranquila, em um contraste com a instrumentação digital que, apesar de ser fácil de ler e entender, é difícil de operar, especialmente nos menus e computador de bordo.

A cabine tem uma variedade de porta-trecos, pra guardar diferentes tipos de tralhas, e sistemas de som e ar-condicionado não abrem espaço para reclamação. Falando nisso, o Volks é caprichado não só nisso, como também no nível de isolamento acústico: ele é quieto na mecânica, e estanca com competência a barulheira do mundo externo. Só os tais pneus duros, com composto de borracha que atrita mais com o piso, são mais ouvidos pelos ocupantes, especialmente em maior velocidade.

Conjunto da obra
No apanhado, temos um hatch turbo, automático e bem completo na faixa dos R$ 110 mil, que pode ficar (bem) mais barato com as devidas isenções de impostos da compra como PCD (Pessoa Com Deficiência): espere pagar R$ 95 mil, ou até menos, dependendo. Em resumo, o Polo Sense custa muito menos que um HB20 automático de entrada, oferece mais que um Chevrolet Onix AT, e é mais potente e forte que um Fiat Argo Trekking CVT. Negócio interessante para quem não aguenta mais ver SUVs por aí.




















