04/02/2019 - 8:00
Numa época em que a maioria dos consumidores das grandes cidades prefere carros com câmbio automático, devido ao trânsito cada vez mais intenso, a Volkswagen agiu bem ao lançar o Virtus MSI Automatic. O carro usa o mesmo motor 1.6 flex de 110/117 cv (gasolina/etanol) da versão manual de entrada e custa R$ 5.135 a mais na tabela. Porém, para quem quer um veículo automático, a comparação não pode se restringir ao similar com câmbio manual. No caso do Virtus, dependendo do nível de opcionais colocados, a comparação deve ser feita com a versão 200 TSI, que utiliza motor turbo 1.0, só tem caixa automática disponível e oferece melhor desempenho.
O desempenho é o ponto fraco do Virtus MSI Automatic. O câmbio é bom. Utiliza conversor de torque e não brilha como os automatizados de dupla embreagem da própria Volkswagen, mas esse não está disponível nem no novo Jetta, quanto mais no Virtus. O problema é que o motor não é dos mais fortes e cobra seu preço no consumo urbano e, dependendo do estilo do motorista, até no conforto rodoviário. A relação peso/torque é de 70 kg/kgfm, um número alto. Assim, para arrancar bem, é preciso fincar o pé – e isso fica nítido quando o Virtus pega uma subida na estrada. A perda de velocidade é impressionante e as retomadas são preguiçosas. Assim, é preciso fazer o kick down no acelerador para ganhar potência e torque, ou então reduzir as marchas pela alavanca do câmbio automático sequencial Nesse carro as borboletas fazem falta.
Especialmente em estradas de pistas simples, quando a retomada de velocidade é importante para as ultrapassagens, o Virtus MSI exige muitas reduções. Para evitá-las, é preciso colocar o câmbio no modo S (esportivo), mas isso joga o conforto acústico lá para baixo e também prejudica a rodagem, pois o motor trabalha sempre gritando, acima de 3.500 rpm, e as acelerações são mais bruscas. Enfim, nada que combine com um sedã familiar pacato. Rodando sem pressa, porém, as médias de consumo são incríveis, podendo chegar a 19 km/l numa rodovia tranquila. Em nossa avaliação ele marcou bons 15 km/l, quase sempre andando rápido.
Quanto às demais características do carro, é preciso considerar os equipamentos opcionais. O Virtus avaliado estava equipado com o pacote Interatividade, que inclui espelhos elétricos, rodas de 15”, sensor de estacionamento e o bom sistema de som Composition Touch com App-connect. Tudo isso custa R$ 3.355, mas deixa o carro muito melhor. Para ter os essenciais controles eletrônicos de tração/estabilidade e bloqueio eletrônico do diferencial, são mais R$ 1.352. Some-se a isso os R$ 1.469 da cor especial e temos um Virtus 1.6 de R$ 72.701. Nesse caso, vale a pena considerar o Virtus 200 TSI, com motor 1.0 turbo de 116/128 cv, que parte de R$ 74.680 e já vem com tudo isso de série.
Com um rodar confortável, devido aos pneus de perfil alto, e amplo espaço traseiro, o Virtus MSI Automatic é uma boa opção somente para quem passa muito tempo engarrafado no trânsito da cidade. Sem uma boa curva de torque/potência e tampouco as aletas para as trocas de marcha sempre necessárias, na estrada ele dá a sensação de que sua metamorfose resultou numa borboleta sem asas.
Ficha técnica:
Volkswagen Virtus 1.6 MSI
Preço básico: R$ 66.525
Carro avaliado: R$ 72.701
Motor: 4 cilindros em linha 1.6, 16V
Cilindrada: 1598 cm³
Combustível: flex
Potência: 110 cv a 5.750 rpm (g) e 117 cv a 5.750 rpm (e)
Torque: 15,8 kgfm a 4.000 rpm (g) e 16,5 kgfm a 4.000 rpm (e)
Câmbio: automático, seis marchas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,482 m (c), 1,751 m (l), 1,472 m (a)
Entre-eixos: 2,651 m
Pneus: 195/65 R15
Porta-malas: 521 litros
Tanque: 52 litros
Peso: 1.154 kg
0-100 km/h: 10s2 (g) e 9s8 (e)
Velocidade máxima: 191 km/h (g) e 195 km/h (e)
Consumo cidade: 10,8 km/l (g) e 7,8 km/l (e)
Consumo estrada: 13,8 km/l (g) e 9,8 km/l (e)
Emissão de CO²: 112 g/km
Nota do Inmetro: B
Classificação na categoria: C (Médio)