Quando partiu para dar a volta ao mundo de moto em 1982, a aventureira inglesa Elspeth Beard nem imaginava que um dia sua história se tornaria um livro. Protagonista da autobiografia Lone Rider e personagem que desbravou mais de 55 mil quilômetros mundo afora a bordo de uma BMW R 60/6, Beard foi uma das primeiras mulheres inglesas a andar de moto ao redor do mundo.

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Na época, com 23 anos e estudante de arquitetura, ela trabalhou em um pub londrino para economizar dinheiro e custear a sua aventura. Beard escolheu a BMW, pois sabia que a marca era confiável e tinha tudo o que precisava para a enfrentar a sua empreitada.

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Começando por Nova York, a volta ao mundo da aventureira Beard tomou rumo para o Canadá, depois México e seguiu para a América, via Los Angeles. Lá embarcou em um navio com destino a Sidney, onde permaneceu por sete longos meses, partindo depois para Cingapura. Na cidade, um contratempo que desafiou Beard a seguir seu caminho: todos os seus pertencentes foram roubados, o que a forçou a permanecer no local.

Apesar disso, a Ásia também brindou Beard com a oportunidade de passar pela Malásia, Bangkok, Mai e o Golden Triangle. Na Tailândia, a viajante contou com a ajuda de uma família humilde e solidária, após sofrer outro acidente: “Eles não falavam uma palavra em inglês e eu nenhuma em tailandês. Mas, nós nos comunicamos usando sinais”, lembra.

Outras lembranças vivas na memória de Beard aconteceram quando ela precisou utilizar seu capacete como burca durante a passagem pelo Irã pós-revolução de 1979, assim como quando atravessou a perigosa “rota da morte”, na Iugoslávia.

Beard, que tinha deixado a Inglaterra como uma jovem forte e saudável, passou a pesar apenas 41kg na Turquia, já na rota de volta para casa. Além de muito magra, enfrentou enfermidades e teve de lidar com a distância da família por um longo tempo. De volta a Londres, sua cidade natal, Beard somou mais de 55 mil km percorridos em três anos de pura adrenalina, resistência e resiliência. E é, claro, recuperou a sua saúde e finalizou os estudos.

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Atualmente, a aventureira possui uma BMW R 80 GS Basic modelo 1998 e já teve uma BMW R 1000 GS. A simplicidade dos motores destes modelos foi o que a fascinou, além do fato de ser possível consertá-los sozinha. De acordo com Beard, o motor Boxer não é complicado e, também, confiável, fazendo exatamente o que precisa fazer.