01/06/2011 - 0:00
EmissÃo DE Co2 140 g/km Muito Baixa
CHERY QQ SUGERIDO R$ 22.990
O Chery QQ não é um carro novo. Recém-chegado no Brasil, ele tem longa história na China, onde foi lançado há oito anos. Em julho de 2006, MOTOR SHOW já anunciava em sua capa, com exclusividade e em primeira mão, a chegada do carrinho por aqui, com um valor menor que o do Mille. Era praticamente o mesmo, com design simpático, claramente baseado no coreano Daewoo Matiz. Demorou, mas o QQ chegou e, por R$ 22.990, leva o título de carro mais barato do Brasil.
Por essa pechincha, o consumidor leva um veículo quatro portas com ar-condicionado, direção hidráulica, airbag duplo, freios com ABS e EBD, trio elétrico, som com MP3 e entrada USB e chave com abertura remota. Como se não bastasse, a Chery montou um programa de revisão até os 40 mil quilômetros no qual o consumidor visita a concessionária só quatro vezes e tem uma despesa total de menos de R$ 600. Em troca, ganha três anos de garantia. Uma oferta tentadora.
Quanto se entra no carro, o esperado acabamento ruim se confirma. Na unidade avaliada não havia muitas rebarbas plásticas, mas eram evidentes problemas de encaixes provenientes do uso de material simples. Ainda assim, não chega a ser uma decepção. Há estofamento na lateral das portas, o painel é moderninho e os bancos confortáveis. O espaço é bom para quatro pessoas, que se esbarram lateralmente, mas esticam as pernas.
O motor 1.1 serve bem para movimentar o carrinho e ele parece até capaz de fazer mais do que revelam os números na ficha técnica, tamanha sua agilidade no trânsito. O problema está no comportamento dinâmico. As suspensões com eixos rígido na traseira são moles demais e requerem atenção. Curvas em alta velocidade, nem pensar. Ele aderna, a carroceria torce. Mesmo nas retas, em pisos esburacados, você sente o carro saltitando de um lado para o outro. Na estrada, ventos laterais e deslocamentos de ar fazem lembrar a fragilidade de uma moto.
O pior é que essa maciez não se reflete em conforto. Além do balanço, que chega a dar engulhos, as batidas secas são uma constante. Sem contar o barulho que invade o habitáculo (do ambiente, do motor, dos pneus…) e o fato de não ser flex, ainda que seja econômico.
Há que se abrir mão de algumas coisas quando se paga o preço de um pé de boi por um automóvel completo. Mas a fábrica que será construída em Jacareí (SP) deve ajudar na tropicalização do QQ. O certo é que modelos como esse farão nascer uma nova leva de subcompactos das marcas tradicionais, que correrão do prejuízo. Quem ganha é o consumidor.
Chery QQ
Motor quatro cilindros em linha, 1,1 litro, 16V, duplo comando no cabeçote Transmissão manual, cinco marchas, tração dianteira Dimensões comp.: 3,35 m larg.: 1,50 m alt.: 1,49 m Entre-eixos 2,340 m Porta-malas 190 litros Pneus não disponível Peso 890 kg • Gasolina Potência 68 cv a 5.500 rpm Torque 9,1 kgfm de 3.500 a 4.000 rpm Velocidade máxima 130 km/h 0 100 km/h 14 segundos Consumo cidade: 13,5 km/l / estrada: 17,5 km/l Consumo real cidade: 10,4 km/l / estrada: 12,4 km/l