Apresentado ao público brasileiro pela primeira vez no Salão do Automóvel de São Paulo em 2010, só agora o Kia Optima estará disponível para venda. Quem viu o sedã coreano no Pavilhão de Exposições do Anhembi durante a mostra paulista, e se apaixonou por suas linhas agressivas e modernas, certamente ficará ainda mais encantado quando fizer um test-drive.

O carro impressiona pela solidez de sua estrutura, pelo conforto ao rodar e pelo esmero de seu acabamento. Destinado a um consumidor mais endinheirado e exigente, o Optima não vai decepcionar quem precisa de um sedã espaçoso, mas que, ao mesmo tempo, quer fugir do visual conservador típico dos três volumes tradicionais encontrados no mercado. As linhas seguem a tendência mundial da marca, que utiliza formas orgânicas e fluidas para dar a sensação de movimento constante ao carro – como um dardo rompendo o ar. Além de belo, esse design privilegia a aerodinâmica, unindo, asssim, funcionalidade e estética. Por essas características, o Optima é um daqueles carros que são admirados por onde quer que passem.

Sob o modernismo dessas linhas, a Kia estreia uma nova plataforma, que, embora para nós seja de sedã grande, os coreanos classificam como média. Essa nova base traz, entre outras características, as suspensões independentes nas quatro rodas, com barras estabilizadoras e amortecedores a gás, e os freios a disco monitorados por um ABS com EBD de última geração, além da tração e do motor dianteiros. Em nossa avaliação dinâmica em Itu (SP), os freios mostraram-se efi cientes e progressivos e o sistema de suspensão absorveu com competência as irregularidades do piso, sem transmitir muito do ruído ou das imperfeições da rua para o interior do carro. Um claro indício de que tanto o isolamento acústico quanto a calibragem do sistema molas/amortecedores foram bem acertados pela Kia.

O Optima tem direção hidráulica progressiva com desmultiplicação correta e adequada à proposta. Não chega a ser rápido como um esportivo, mas, ao mesmo tempo, é ágil nas respostas ao comando do motorista. A transmissão automática de seis marchas com opção sequencial oferece arranques suaves e progressivos. Só mesmo observando o contagiros você saberá que a marcha foi mudada. Com o carro em movimento, você não percebe a operação do câmbio, como deve ser com uma boa e bem acertada transmissão.

Na versão vendida no mercado norte-americano, esse mesmo motor é equipado com um moderníssimo sistema de injeção direta de gasolina, que joga o combustível diretamente nas câmaras de combustão, aproveitando quase que totalmente seu potencial energético. Infelizmente, o carro vendido em nosso mercado não dispõe desse recurso tecnológico: o excesso de enxofre de nossa gasolina pobre acaba danificando as válvulas injetoras, que operam em altíssimas temperaturas por causa do contato direto com a câmara de combustão, bem antes do tempo do desgaste previsto pelo fabricante. Esse fato obrigaria o proprietário a arcar com um custo de troca desse componente em um curto período de utilização. Por isso, não temos a versão mais moderna do motor Theta II.

Mas, quando o assunto é conforto, o Optima dá trabalho aos concorrentes Hyundai Sonata (com o qual divide a plataforma e a mecânica), Chevrolet Malibu, Accord 2.0 e o Fusion 2.5. Com generosos 4,84 metros de comprimento e 1,83 metro de largura (e entre-eixos de 2,79 metros), o espaço entre os bancos é abundante, e adequado à proposta de um sedã executivo. Bancos forrados em couro com comandos elétricos para o do motorista, ar-condicionado digital dual zone, porta-luvas refrigerado e volante com regulagem de altura e profundidade são alguns dos recursos internos oferecidos de série. Para situações de emergência, controles eletrônicos de estabilidade e tração, airbags frontais, laterais e de cortina e sensores crepuscular, de chuva e de aproximação do para-choque traseiro. Externamente, lanternas traseiras com LEDs e rodas de liga leve de aro 18 (com pneus 225/45). Esses são alguns dos principais equipamentos que compõe a versão EX. Além do híbrido, que você confere nas próximas páginas, ela será a única disponível no Brasil. Com preço de R$ 96.900, o Optima é um sedã bem interessante para quem busca um carro com conforto superior, mas com aparência mais jovial que a média.

Kia Optima EX

Motor quatro cilindros em linha, 2,0 litros,16 V, duplo comando variável Transmissão automática sequencial, seis marchas, tração dianteira Dimensões comp.: 4,85 m – larg.: 1,83 m – alt.: 1,46 m eNtre-eixos 2,795 m Porta-malas 437 litros Pneus 225/45 R18 Peso 1.551 kg ● Gasolina Potência 180 cv a 6.000 rpm Torque 23,6 kgfm a 4.000 rpm Velocidade máxima não disponível 0 – 100 km/h não disponível Consumo não disponível Consumo real não disponível

Com generoso entre-eixos, o espaço no assento traseiro é bem amplo. O banco do motorista tem ajustes elétricos, inclusive o lombar

OS PRINCIPAIS CONCORRENTES

Motor 2.5 16V ● 173 cv ● 22,9 kgfm

0 – 100 km/h 9,9 segundos Velocidade máxima 180 km/h Consumo médio 11,8 km/l

É o maior rival do Optima. Com motor 2.5, custa menos; na versão V6 com tração integral, sai quase pelo mesmo preço.

 

Motor 2.4 16 V ● 178 cv ● 23,3 kgfm

0 – 100 km/h 9,5 segundos

Velocidade máxima 208 km/h

Consumo médio não disponível

A rigor, ele é um Optima da Hyundai e, por isso, custa quase o mesmo. O visual segue a tendência consagrada pela coreana.