12/02/2021 - 10:31
O Honda Civic 2022 está para chegar, e este Blog Sobre Rodas sugere: talvez seja melhor comprar um Honda Civic 2021 logo. Porque quem gosta do Civic atual pode não gostar do próximo — a julgar pelas opiniões que acompanhamos nas redes sociais quando o protótipo da nova geração foi mostrado (leia aqui). Nas galerias abaixo, você pode comparar o Civic novo, ainda “conceito”, com o atual.
As linhas ficam mais conservadoras, e dizem as más línguas, muito parecidas com as do rival Volkswagen Jetta (leia avaliação).
E, para quem curte o painel do Honda Civic 2021, de décima geração, a mudança será frustrante: a próxima geração, ao que tudo indica, terá um painel minimalista, que também parece não ter agradado a todos (sabemos que alguns ainda preferem os mais antigos).
Qual é mais bonito? Eu, pessoalmente, certamente prefiro o atual. Mas o gosto é seu, e a decisão é sua, claro.
De volta ao Honda Civic 2021
Enquanto o novo Honda Civic 2022 não chega — alguns dizem que pode vir apenas importado, nós ainda duvidamos desta especulação –, avaliamos aqui o novo Honda Civic 2021 na sua melhor versão: a Touring, que chegou no fim do ano passado com mudanças pontuais, como aconteceu com o resto da linha (leia aqui).
No design externo, como você pode conferir na galeria acima, nada de novo: ele já havia mudado discretamente na linha 2020 – apliques cromados nos para-choques, novas rodas, etc. – e mantém a ousadia, com a caída “lenta” do teto, na mesma inclinação da tampa do porta-malas, o que lhe dá ares de cupê (abaixo).
Poucas novidades na cabine
A principal mudança interna do Honda Civic Touring 2021 está no sistema multimídia. Ele ganhou um controle giratório para ajuste do volume, mais fácil de usar e prático do que o antigo, que tinha apenas botões. Abaixo, a cabine e o detalhe da nova central multimídia.
Além do comando, mudou também a interface do sistema multimídia, que ficou mais bonita e fácil de usar. Essa versão topo de linha ainda tem navegador GPS com informações de trânsito em tempo real, caso você não seja grande fã de usar o Android Auto.
No mais, o Honda Civic 2021 tem a melhor cabine entre os sedãs de marcas “generalistas” vendidos no Brasil hoje. O acabamento é primoroso, a posição de guiar é excepcional, com comandos, pedais e volante perfeitamente posicionados.
Há amplos ajustes tanto da coluna de direção quanto dos confortáveis bancos de couro (o do motorista é elétrico) com design bastante original.
Na lista de equipamentos, o Civic Touring avaliado tem teto-solar, faróis de LED, retrovisor interno eletrocrômico, ar-condicionado automático de duas zonas com controle rápido por botões ou mais completo usando a tela sensível ao toque do sistema multimídia.
O porta-malas acomoda excelentes 519 litros, e apesar de usar alças tipo pescoço de ganso, elas são revestidas de plástico e têm um formato que rouba muito pouco espaço do compartimento.
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Com o 1.5 turbo é melhor
A mecânica, por enquanto exclusiva desta versão Touring, é formada pelo motor 1.5 turbo e um câmbio CVT capaz de simular sete marchas no modo sequencial.
Extremamente silencioso, você mal ouve o motor trabalhar, mesmo quando estica até 6.000 rpm para ultrapassagens e retomadas mais fortes – normalmente não é necessário subir muito as rotações, pois o motor tem ótimo torque em baixas rotações.
A simulação de sete marchas ocorre apenas quando se opta pelas trocas manuais. Elas podem ser feitas por meio das aletas no volante, mesmo quando a alavanca está em D.
Colocando-a em S, as rotações ficam mais altas e, ao usar as aletas, ativa-se o modo 100% manual. Ele é útil para uma pilotagem mais agressiva ou reduções em serras e na hora de parar em um pedágio, por exemplo. Mal se nota turbo lag.
O que mais impressiona na mecânica é o baixo consumo: ativando o modo Eco, que deixa as respostas mais fracas, é fácil marcar mais de 11 km/l na cidade e superar os 15 km/l na estrada a 120 km/h – melhor do que muito carro pequeno.
Mantendo a mesma velocidade, mas desativando o modo Eco para o carro ter reações mais espertas, ainda assim o consumo ainda ficou na faixa acima de 14 km/l – muito bom.
Dirigibilidade afiada
A boa mecânica é casada com uma plataforma sofisticada, e isso melhora a experiência ao volante. O Civic é seguramente o sedã médio mais prazeroso de guiar de nosso mercado hoje – o equilíbrio é notável.
As suspensões independentes nas quatro rodas garantem controle dinâmico excepcional, e isso com um conforto imbatível, graças aos coxins hidráulicos. As movimentações da carroceria são sempre suaves, sem pancadas secas – mesmo em pisos ruins.
Para completar, a direção elétrica é precisa como poucas, com respostas rápidas que dão uma apimentada na condução. E os freios tem acionamento bastante progressivo.
Enfim, um carro bastante prazeroso tanto para o uso cotidiano em trajetos urbanos curtos quanto para viagens longas.
O 2.0 não decepciona
Mesmo que você não esteja disposto a pagar os R$ 149.400 cobrados por essa versão topo de linha, o Honda Civic 2021 tem mais quatro versões com motor 2.0: LX (R$ 109.300), Sport (R$ 115.900), EX (R$ 120.400) e EXL (R$ 126.500).
Nestas versões, as listas de equipamentos são mais enxutas, mas não ruins, e o motor 2.0 pode não ser tão forte ou econômico quanto o 1.5 turbo, mas pensando em relação custo-benefício, certamente são melhores – as mais atraentes sendo as versões Sport e EX.
A mecânica usa o mesmo câmbio CVT, mas com o motor aspirado é preciso trabalhar com giros mais altos e o consumo é um pouco mais alto. Ainda assim, todas as demais qualidades citadas aqui – suspensão, direção, freios, conforto na cabine, espaço interno e no porta-malas, etc – são exatamente as mesmas.
Que SUV, que nada
Ou seja, por valores muito similares aos dos SUVs compactos mais vendidos do mercado, o Honda Civic tem mais porta-malas, uma suspensão muito mais confortável, gasta menos combustível, anda mais…
Levar um SUV de mesmo valor se justifica apenas para quem curte o visual, para aqueles que realmente precisam dos centímetros extras em relação ao solo para encarar estradas de terra quem faz questão de se sentar mais alto (isso o Civic não permite).
Ou, ainda, quem, mais do que a capacidade total de porta-malas, precisa rebater bancos para levar objetos mais altos na cabine com frequência (o que, dependendo do SUVs compacto, não faz tanta diferença assim).
Pensando racionalmente, e sendo coerente com posts anteriores deste blog (leia aqui), não posso sugeri-los diante de uma oferta como este sedã. Para quem gosta de prazer ao volante e vê mais os atributos racionais de um carro do que modismos, o Honda Civic é um compra muito mais vantajosa nesta faixa de preços.
FICHA TÉCNICA
HONDA CIVIC
Preço básico: R$ 109.300
Carro avaliado: R$ 149.400
Honda Civic Touring
Motor: 4 cilindros em linha 1.5, 16V, duplo comando variável, turbo, injeção direta
Cilindrada: 1498 cm3
Combustível: gasolina
Potência: 173 cv a 5.500 rpm
Torque: 22,4 kgfm de 1.700 rpm a 5.500 rpm
Câmbio: automático continuamente variável (CVT), sete marchas simuladas
Direção: elétrica
Suspensão: MacPherson (d) e multi-link (t)
Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,637 m (c), 1,798 m (l), 1,433 m (a)
Entre-eixos: 2,700 m
Pneus: 215/50 R17
Porta-malas: 519 litros
Tanque: 56 litros
Peso: 1.326 kg
0-100 km/h: 8s2 (medição MOTOR SHOW)
Velocidade máxima: não divulgada
Consumo cidade: 11,8 km/l
Consumo estrada: 14,4 km/l
Emissão de CO2: 104 g/km
Com etanol: não é flex
Nota do Inmetro: B
Classificação na categoria: A (Grande)
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