Viajar a noite já é normalmente mais cansativo. E fica muito pior com um péssimo hábito aparentemente cada vez mais adotado pelos motoristas brasileiros: manter a luz de neblina traseira acesa sem necessidade. Imagino (ou espero) que isso ocorra por pura distração ou falta de conhecimento sobre funções básicas do veículo – e não por um egoísmo estúpido.

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Tá vendo o símbolo acima? Ele só deve aparecer no painel quando você está em um nevoeiro pesado. Está ali para indicar que a luz de neblina traseira está acesa. A cor amarela, chamativa, não é por acaso: por se tratar de uma luz para ser usada nessa situação específica, funciona como alerta para que o motorista não a mantenha acesa à toa (quando se acende a luz de neblina dianteira, aparece o indicador abaixo, verde, à esquerda).

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Agora veja um evento de alavanca (Fit) com indicação clara de quando se acende a dianteira e quando se acende a traseira:

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O grande problema é que, dependendo do carro, a luz de neblina traseira tem intensidade similar – ou até mais forte – que a das luzes de freio. Afinal, ela precisa ser capaz de “furar” a neblina e ser avistada pelo motorista que viaja atrás. Só que, feita para aumentar a segurança, pode acabar tendo o efeito contrário.

Quando você deixa essa luz acesa à toa, em uma noite limpa,  acaba incomodando – e muito – os motoristas que estão atrás. Quando está garoando ou chovendo (sem neblina), a coisa fica pior.  Com a refração dessa luz nas gotas de chuva e no spray levantado do chão pelos outros carros, quem vai atrás fica quase cego.

O pior é que não adianta tentar “disciplinar” esse motorista na estrada. Às vezes quando fico empacado atrás de um carro desses pisco o farol para ver se ele percebe o erro, mas a maioria não entende minha piscada. Aí a única forma de me livrar do transtorno é forçar a passagem (ou reduzir a velocidade e deixar o cara sumir).

Dá pra ser vingativo e acender sua luz para incomodar de volta depois da ultrapassagem, mas o motorista  desavisado nem entende o porquê de você está fazendo isso – porque não faz ideia da função da maldita luz! E rebater um erro cometendo outro erro não costuma resolver nada.

A melhor medida, como sempre, é a educação. A polícia rodoviária deveria fazer campanhas, rodar pelas estradas orientando os motoristas que usam a luz indevidamente – mas aparentemente não pode multá-lo, pois nosso Código de Trânsito não deixa claro que se trata de uma infração passível de multa.

Então nos resta apenas espalhar essa informação. Explique para aquele seu tio, amigo ou colega que usa essa luz indevidamente o quanto ele incomoda os demais.