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O dinheiro extra do décimo terceiro salário costuma ser um bom incentivo para trocar de carro. Somado ao valor da venda do carro usado, ajuda a pagar a entrada do novo veículo. Mas se seu interesse é por SUVs ou crossovers e – como a maioria dos consumidores hoje – está pensando em comprar o onipresente Honda  HR-V, atual líder de vendas, talvez seja melhor conter a empolgação.

Porque na segunda quinzena de janeiro, daqui a pouco mais que um mês, chega ao mercado o aguardado Hyundai Creta, crossover-SUV que promete dar muita dor de cabeça para o HR-V (leia aqui os detalhes das versões e preços e aqui a avaliação da versão topo de linha em nosso primeiro e breve contato) . Dependendo do caso, pode se uma opção melhor que o Honda. Por quê? Vamos lá…

PREÇOS
Os dois modelos tem medidas, espaço interno (embora o Honda tenha bancos traseiros mais versáteis), qualidade de acabamento e porta-malas quase idênticos. O Hyundai Creta chega com duas opções de mecânica, 1.6 e 2.0. Considerando as versões mais vendidas do Honda HR-V, sempre com motor 1.8, e as versões do Creta que brigariam diretamente  com elas, teríamos:

HR-V EX 1.8R$ 93.000
CRETA PULSE 2.0R$ 92.490

e

HR-V EXL 1.8R$ 101.400
CRETA PRESTIGE 2.0R$ 99.490

Vamos, então, ver o que cada uma delas oferece:

MECÂNICA
Os dois motores são bastante modernos, com recursos como comando variável, mas a novidade da Hyundai chega com um motor 2.0 bem mais forte e potente que o do Honda. Isso resulta em melhor desempenho, obviamente, mas também em um consumo maior – mas apenas ligeiramente.

HR-VCRETA 2.0
Potência máxima140 cv166 cv
Torque máximo17,4 kgfm20,5 kgfm
0-100 km/h10,8 segundos9,7 segundos
Velocidade Máxima185 km/h188 km/h
Consumo cidade km/l (g/e)10,5 e 7,110 e 6,9
Consumo estrada km/l (g/e)12,1 e 8,511,4 e 8,2

 

Para quem procura prazer ao volante, além da maior agilidade garantida pelo motor maior, o Creta ainda usa uma transmissão tradicional de seis marchas, contra a caixa tipo CVT do HR-V. Nesse, a Honda até colocou nessas versões citadas borboletas que simulam trocas de marchas para quebrar um pouco do tédio típico dos CVTs. Mas o Creta, mesmo sem borboletas no volante, e permitindo trocas sequenciais só usando a própria alavanca, é mais legal de guiar “esportivamente”.

EQUIPAMENTOS
Olhando as listas de equipamentos do Creta, parece que a marca quer vender apenas a versão topo de linha. Mas nesse aspecto a Honda não é muito diferente. A Hyundai limita ao Creta  Prestige dois itens considerados essenciais hoje – central multimídia com tela colorida sensível ao toque e ar-condicionado digital automático, ambos corretamente incorporados de série no HR-V EX de mesmo preço agora na linha 2017.

O Creta Pulse, o 2.0 “básico”, por outro lado, já vem com luzes de circulação diurna (DRLs), cornering lights (faróis que iluminam curvas) e saídas de ar-condicionado traseiras – todos indisponíveis no Honda hoje, mesmo na topo de linha EXL (as DRLs chegarão só na Touring, nova topo de linha que estreia em março e deve custar mais de R$ 105.000; os outros itens, nem ele terá).

Já alguns outros itens ambos trazem de série nas duas versões citadas (controle de estabilidade, assistente em rampas, rodas aro 17, etc), enquanto outros são exclusivos das versões topo de linha (embora de série em versões mais baratas de certos rivais). Nos dois, você precisa levar as versões de R$ 100.000 para ter bancos de couro, rebatimento elétrico dos retrovisores, acendimento automático dos faróis e airbags além dos dois obrigatórios (laterais no HR-V EXL e laterais e cortina no Creta Prestige).

Mas a versão Prestige do Creta ainda leva vantagem por ter, além dos itens citados acima, que já traz da Pulse, outros não oferecidos pelo Honda: partida com chave presencial, interior em couro marrom e o útil e exclusivo banco do motorista com ventilação. Por outro lado, só o Honda tem freio de estacionamento elétrico e automático, um item bastante prático no dia-a-dia – e em todas as versões.

CONCLUSÃO?
A conclusão é quase óbvia, eu sei: não compre um HR-V agora. Em desempenho e prazer ao volante, como vimos, o Creta leva vantagem. Em consumo, o Honda é discretamente melhor. Em equipamentos, se nas versões  de R$ 92.000/R$ 93.000 cada um tem suas vantagens, nas de R$ 100.000 a vantagem o Creta oferece mais. O que recomendo é que você espere até janeiro e faça o test-drive do Creta. Assim você poderá analisar com mais cuidado, segundo os seus gostos, design e acabamento, maciez das suspensões e dirigibilidade. E, claro, terá também o comparativo completo da MOTOR SHOW para ajudar na decisão. Até lá, pode deixar seu décimo terceiro rendendo um pouquinho no banco.