Nos últimos dez anos, a segmento de sedãs médios no Brasil foi definitivamente dominado pelo Corolla. O sedã da Toyota foi, em 2018, o carro mais vendido do mundo, uma posição à qual já se acostumou. Vendido com diferentes carrocerias e em versão híbrida pelo mundo afora, aqui é oferecido só como sedã desde 2008 – quando sua versão perua, Fielder, foi aposentada, deixando saudades.

O CARRO

As vendas têm contribuição de motoristas de aplicativo e frotistas, claro. Mas muito pai de família ainda prefere um bom e confiável sedã de porta-malas generoso e baixo consumo a um SUV da moda. O porta-malas acomoda 470 litros, as suspensões são robustas e confortáveis e a dirigibilidade pode não emocionar, mas é extremamente correta.

Aqui na MOTOR SHOW, ele perdeu o último comparativo, contra o arquirrival Civic (leia aqui), em 2017 – mas por muito pouco, e o design muito ousado do Honda afasta parte da clientela mais conservadora. Além disso, o Corolla tem um trunfo que é a opção com o motor 1.8, que dá uma vantagem de preço sobre o rival.

Toyota Corolla europeu (Divulgação)

A nova geração do sedã já foi mostrada no exterior, tanto na versão americana quanto na europeia. Essa última, a mais “careta” (foto acima), deve ser a vendida aqui, como também já é de costume. Quase certamente teremos uma versão híbrida flex do modelo.

Então, com essa iminente chegada do novo Corolla, que deve ficar um pouquinho mais caro mesmo nas versões tradicionais a gasolina, é hora de chorar um descontinho extra. Pode ser uma oportunidade de fazer um negócio ainda mais atraente com o sedã. 

VERSÕES E PREÇOS

Os preços do Toyota Corolla, conforme o “monte seu carro” (aqui) vão de R$ 90.990 a R$ 118.990 na linha 2019.

Toyota Corolla GLi (Foto: Divulgação)
GLI

A versão de entrada é o Toyota Corolla GLi Couro, vendido por R$ 90.990. É a única opção hoje com o motor 1.8 16V flex. Esse é o “original” do carro, usado na maioria dos mercados. Tem 144 cv e 18,6 kgfm de torque, transmitidos às rodas por uma excelente caixa automática CVT que simula sete marchas, evitando bem a monotonia nas acelerações – mas nessa versão não tem modos Sport e não permite trocas sequenciais.

Apesar de ser a versão básica, não é tão básica assim. Já vem com muita segurança: tem ESP e airbags frontais, laterais, de cortina e de joelho. Tem, também, uma dose razoável de itens de conforto/conveniência, que inclui bancos de couro (cinza, sintético), ar-condicionado tradicional, trio elétrico, computador de bordo, ajuste da direção em altura e profundidade e banco traseiro bipartido. As rodas são aro 16, de liga leve.

PreviousNext
XEi

A versão acima ganha o 2.0 16V e tem preço bem mais alto: é o Toyota Corolla XEi, que custa R$ 105.990. Potência e torque sobem pouco, para 154 cv e 20,7 kgfm. Esse motor não muda radicalmente o desempenho, mas dá fôlego extra ao sedã, principalmente por ser associado à mesma caixa CVT, porém com opção de trocas sequenciais pela alavanca ou pelas aletas no volante. Quando o motorista assume o controle das trocas – a maioria não o faz – a pegada fica mais esportiva.

O couro passa a ser preto, o ar-condicionado é automático digital e ele já ganha uns itens que fazem falta na versão de entrada: piloto automático, multimídia (não muito boa), luzes diurnas (DRLs), retrovisores rebatíveis eletricamente e quatro vidros um toque (no GLI só o do motorista. Já outros itens somados não são essenciais, mas mimam o motorista: faróis automáticos, luzes de neblina, ar-condicionado automático, retrovisor interno anti-ofuscante, cromados internos e externos, além de entrada e partida sem chave e painel de instrumentos com tela multifunção colorida.

PreviousNext
XRS

Já o Toyota Corolla XRS custa R$ 111.990. É, como diz a marca, a versão mais “esportiva” do sedã – embora na mecânica não mude nada (leia mais aqui). Em relação ao XEi, pelos R$ 6.000 extras, você leva um upgrade visual: aerofólio, luz de freio de LED, faróis full-LED (belo upgrade), saias esportivas e acabamento do escape cromado. É só.

PreviousNext
ALTIS

Já o topo de linha Toyota Corolla Altis é vendido por R$ 118.990. A mecânica segue igual. É, na verdade, um upgrade do XEi mais focado no luxo do que na esportividade.

Os faróis também são full-LED, mas o  couro do interior passa à cor “linho claro”, há cromados extras no freio de mão e nas maçanetas, o ar passa a ter duas zonas independentes, o banco do motorista ganha ajuste elétrico e, há, ainda, sensor de chuva.

ESCOLHA DO BLOG

Pensando no mercado, Chevrolet Cruze e VW Jetta são opções mais modernas, com motores turbinados, mais prazerosos de guiar e com design mais atual – e parecem compras mais atraentes que os Corolla intermediários e topo de linha – contra esse último, o Civic Touring, turbinado, mesmo mais caro (R$ 127.600), é melhor opção.

Se você faz questão ou da central multimídia “touch” ou do desempenho discretamente superior e das trocas sequenciais de marcha, terá que optar no mínimo pela configuração XEi. Ela é a melhor opção com essa mecânica, abrindo mão do (questionável) visual esportivo do XRS e dos equipamentos “supérfluos” do Altis oferece. Muitos deles são encontrados com melhor custo-benefício em outros modelos nessa faixa de preços ou até mais baratos. Gastar R$ 120.000 em um Corolla nessa altura do campeonato, com a nova geração chegando, é, na visão deste blog, um erro.

Portanto, a escolha do Blog Sobre Rodas é: Toyota Corolla GLi Couro, de R$ 90.990. Custa menos do que muito SUV compacto similarmente equipado (e a maioria deles fica devendo em potência e desempenho, espaço e conforto ao rodar — e, principalmente, em consumo de combustível).

P.S.

Sobre o desempenho extra e as trocas manuais, você precisa mesmo disso? Considerando que Corolla nunca foi sinônimo de emoção ao volante, o 1.8 já entrega o suficiente para a sua proposta de “familiar tradicional e confiável”. E ainda é mais econômico: segundo o Inmetro, tem nota A na categoria Grande e B no geral, enquanto o 2.0 tem B e C, respectivamente (com etanol, o 1.8 faz 7,8 km/l na cidade e 9,2 na estrada, quanto o 2.0 faz 7,2 e 8,8 km/l; com gasolina, o Corolla GLi faz 11,4 km/l no uso urbano e 13,2 no rodoviário, enquanto os de motor maior fazem 10,6 e 12,6 km/l).

Já em relação à central multimídia, compre um bom suporte para o smartphone e a esqueça – afinal de contas, a original nem é tão boa assim — uma das poucas falhas do queridinho do mercado.

Veja o carro montado no site da Toyota:

“QUAL A MELHOR VERSÃO” ANTERIORES

1- Volkswagen Polo clique aqui
2- Renault Kwid – clique aqui