A Toyota vendeu 15 milhões de híbridos no mundo e o Toyota Corolla, primeiro híbrido nacional, foi nossa Compra do Ano 2020. Mas o elétrico da Toyota será a hidrogênio, idealmente, como mostra análise de nosso parceiro da italiana Quattroruote, Carlo Cavicchi.

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Para muitos, é o hidrogênio, na verdade, que vai tornar viáveis os carros elétricos — no lugar das baterias. Porque, na verdade, os carros a hidrogênio são carros elétricos, mas que não dependem de baterias e recargas (veja aqui como funciona).

PIONEIROS

Assim, apesar de estarem investindo em elétricos a bateria por necessidade (e também porque sempre há promessas de baterias melhores), a Toyota e outras marcas estão de olho no futuro, tentando se livrar das recargas. O Toyota a hidrogênio é o futuro da marca.

Há alguns meses, publicamos a avaliação do Toyota Mirai, primeiro modelo 100% elétrico de produção da marca japonesa — e o primeiro elétrico da Toyota a hidrogênio (leia aqui). É esse o caminho que a marca quer seguir, claramente. Leia abaixo o que nosso colega publicou sobre o assunto após uma reunião com executivos da marca.

A ANÁLISE:

“Conversei com Didier Leroy, vice-presidente executivo da Toyota , e do sul-africano Johan van Zyl, presidente e CEO da Toyota Europa, pareçam sempre doces e tranquilizadoras. Eles falam do amanhã com uma lógica desarmante, daqueles que sabem muito. No momento em que cada fabricante enche a boca discutindo carros elétricos, Zyl solta um sorriso ambíguo que sugere para onde o gigante do Sol Nascente pretende ir.

Quando, no início dos anos 90, eles pensaram que a eletrificação precisava ser começar sem aposentar o motor térmico de uma só vez, eles inventaram a tecnologia híbrida, e apostaram pesado nela.

À FRENTE DE SEU TEMPO

Uma equipe de 1.700 engenheiros trabalhou duro para chegar lá. E quando a marca lançou o primeiro Prius, soube resistir aos sorrisos céticos. O carro tinha um objetivo: invadir o planeta. Vinte anos depois, o marco de 10 milhões de unidades havia sido ultrapassado, com todos os fabricantes obrigados a copiá-lo, com atraso.

Hoje, o powertrain híbrido não é novidade, e se tornou uma necessidade para manter a produção dentro dos limites impostos pelo respeito ao meio ambiente. Agora, no entanto, o plano vai além: o verdadeiro objetivo da Toyota é o hidrogênio.

Sim, porque, mesmo que a marca não fale muito sobre motorização elétrica a bateria, também acredita neste caminho. Três carros assim chegarão nesta década (meta risível contra os 70 anunciados pela Volkswagen, por exemplo).

OS ARGUMENTOS

E os executivos parecem achar que isso acontecerá mais por dever do que por prazer. Todo caminho deve ser explorado, mas eles não acreditam nos híbridos plugáveis, os plug-in. E esclarecem: “Após o híbrido, propusemos o plug-in, com o resultado de que, em quatro anos de convivência, vendemos 6 milhões de carros híbridos e apenas 80 mil plug-ins. É claro que as pessoas querem se libertar do cabo de carregamento”.

Outras considerações: “Há partes do mundo em que nos concentramos em eletricidade pura e outras que se concentram em hidrogênio. Em Paris, temos uma frota de 500 táxis, todos a hidrogênio. Quase todas as empresas de petróleo estão apostando em hidrogênio. Muitas estações de serviço estão sendo criadas para criar hidrogênio independentemente, evitando assim todos os problemas de transporte. As soluções técnicas estão lá, as estruturas ainda não estão, mas virão à força”.

PENSANDO LONGE

E, por fim, soltam essa declaração definitiva: “Agora, muitos estão desenvolvendo carros elétricos “puros” porque não sabem mais como reagir às necessidades do momento. É uma maneira precipitada e, acima de tudo, cara, de lidar com problemas. Sempre pensamos a longo prazo, e com um objetivo sempre presente: a rentabilidade”.

Em resumo, eles podem não dizer isso claramente, mas é claro que acreditam muito mais no hidrogênio do que na eletricidade “pura”. E, se alguém acha que são loucos, melhor repensar. Afinal, pensaram a mesma coisa quando a Toyota propôs o híbrido.

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