PreviousNext

Com apenas 254 unidades produzidas entre 1956 e 1959, sempre é uma boa notícia saber que um exemplar do roadster BMW 507 voltou à vida. Ainda mais este exemplar das fotos, que teve a honra de ser o carro de Elvis Presley. De volta ao mundo dos vivos, o BMW 507 será exibido no dia 21 na mostra Concours d’Elegance in Pebble Beach, na Califórnia (EUA).

O esportivo, de chassi 70079, foi produzido em 1957 e começou a vida como carro de frota da marca alemã. O carro foi exibido no em salões e posteriormente cedido a publicações automotivas para avaliações até o ano seguinte, quando o Rei do Rock, que na época estava na Alemanha como soldado do exército, fez um teste com e se encantou com a máquina.

Após o fim do serviço militar, Elvis voltou aos Estados Unidos acompanhado do seu carro. Lá, o BMW sofreu a sua primeira modificação: teve a pintura original branca substituída pelo vermelho, para evitar que as fãs deixassem mensagens escritas com batom na lataria.

Presley ficou com o carro até 1960, quando resolveu vende-lo a um concessionário da Chrysler nos Estados Unidos. O novo dono da máquina alemã achou que o carro tinha potencial para as pistas americanas e resolveu modificar o 507: o 3.2 V8 alemão de 150 cv foi trocado por um Chevrolet V8. O mesmo foi feito com a transmissão e o eixo traseiro, além do painel de instrumentos.

O 507 mudou mais duas vezes de dono e foi parar em 1968 nas mãos do engenheiro Jack Castor, que usou o exemplar por um tempo e resolveu guarda-lo para uma restauração. Colecionador de carros e bicicletas, Castor sabia do histórico de carro de frota do exemplar, mas não que o carro havia pertencido a Elvis Presley.

Por mais de 40 anos, além de coletar peças para restaurar o 507, Castor realizou pesquisas para levantar o histórico do carro, que incluíram inclusive contatos com o fabricante. Mas foi só em 2014 que o BMW Group Classic, o departamento de preservação histórica da marca alemã, decidiu assumir a restauração do esportivo.

RESTAURAÇÃO

Muito modificado e usado como carro de competições, o 507 de Elvis teve que ser reconstruído do zero. A carroceria de alumínio foi separada da plataforma, com o objetivo de definir quais chapas poderiam ser reaproveitadas.

A maior dificuldade foi encontrar peças para o modelo, que são uma raridade mesmo no estoque do BMW Group Classic. Por esta razão, muitas partes, como o painel de instrumentos e o revestimento dos bancos, tiveram que ser reconstruídos com base em fotografias e catálogos antigos, usando técnicas tradicionais e até impressoras 3D, dentro da fábrica ou com a ajuda de fornecedores. Sem o motor original, o 507 ganhou um novo montado apenas com peças de reposição da época.

Até a pintura da carroceria recebeu cuidados especiais por parte do fabricante. No lugar das técnicas utilizadas nos BMW atuais, foram seguidos os mesmos procedimentos usados nos anos 1950, possibilitando que a pintura tivesse o mesmo aspecto de um carro novo daquela época.