O motor seis cilindros em linha garante desempenho e mais economia

O painel poderia ser mais refinado, ainda assim, o GT tem interior com quase tudo que se pode imaginar. O sistema iDrive teve acionamento facilitado por botões de atalho, e o entretenimento de bordo conta com telas dianteiras e traseiras individuais. Na traseira, espaço para dois adultos com muito conforto

O interior do carro é realmente incrível, com espaço de sobra para os quatro passageiros, com destaque para o vão destinado às pernas de quem vai atrás. O quinto ocupante, no entanto, viaja mal. O banco traseiro – deslizante como no CrossFox (recurso usado pela primeira vez em um BMW) – é dividido em três setores, 40%-20%-40%, sendo que o do meio pode virar um apoio de braços.

O acabamento é impecável, com exceção feita no painel de instrumentos, que podia ser mais sofisticado. Há cortinas para maior privacidade ou para quebrar o sol nas janelas (sem moldura) laterais traseiras, com acionamento manual, e no vidro traseiro, com acionamento elétrico, o teto solar panorâmico garante luminosidade, o volante tem ajuste elétrico de altu- Lançamento ra e profundidade e, na versão Top (R$ 339.400, contra R$ 305.400 da “básica”), ainda há um sistema de navegação que finalmente funciona com o mapa do Brasil, recepção de tevê e telas de LCD nos encostos dos bancos dianteiros (de 8 e 9,2 polegadas) com sistemas totalmente independentes: um passageiro pode ver tevê e outro jogar videogame ao mesmo tempo que o motorista acompanha o sistema de navegação na tela dianteira. E a lista continua: airbags aos montes, faróis bixênon, sensor de chuva, partida sem chave… quase tudo o que você imaginar.

Inicialmente, a marca quer avaliar a recepção do consumidor às estranhas linhas e conceito do carro. Por isso, está importando apenas esta versão 535i (a 550i, com motor V8, se tudo der certo, chega no ano que vem). Mas seu seis cilindros em linha (turbinado com injeção direta e comando variável) de 306 cv, já elogiadíssimo aqui em suas aplicações no sedã 335i e no roadster Z4, além de mais econômico é suficiente para o carro, com sua força máxima disponível e estável de baixíssimas 1.200 rpm até 5.000 rpm. Com esse propulsor, a aceleração de zero a 100 km/h fica na casa dos seis segundos, uma boa marca para um carro de quase duas toneladas.

O câmbio, assim como as medidas, foi herdado do Série 7: uma caixa automática tradicional, mas com oito marchas. Circulando a 120 km/h, o contagiros fica abaixo das 2.000 rpm – o que ajudou bastante a reduzir o consumo e o ruído.

O porta-malas tem dois estágios de abertura. Acima, o comando que abre o vidro traseiro, ampliando a “boca” do bagageiro

Ao lado da alavanca de câmbio, um botão controla o acerto do carro (normal, sport ou sport+). No modo sport, os amortecedores ficam mais rígidos, o volante e o acelerador respondem mais rápido e o câmbio atua mais esportivamente; no sport+ o controle de estabilidade é parcialmente desligado, permitindo à traseira (onde fica a tração) dar algumas escorregadas.

Um outro grupo de botões é do sistema iDrive, que controla o sistema multimídia, computador de bordo, navegação, etc. Se antes, com apenas um botão giratório o tal sistema era “insuportavelmente ruim” de usar, agora ele pode ser classificado, digamos, como “apenas incômodo”.

No curto test-drive realizado na pista de um aeroporto no interior de São Paulo, o 535 GT mostrou-se ágil e confortável, com posição de dirigir elevada, mas, como consequencia do design esquisito (quer dizer, ousado) a visibilidade traseira é péssima. Por isso a câmera que ajuda nas balizas é um item de série bem-vindo.

A BMW espera emplacar cerca de 600 Série 5 este ano, sendo 60% deles sedãs. Ou seja, deve vender cerca de 240 unidades deste 535 GT. Mas não se esqueça que, por R$ 288 mil, você pode levar o Série 5 sedã (535i) com o mesmo motor, lista de equipamentos semelhante e um design mais “normal”. Agora, se você quer ser diferente, este é seu carro.

Visual polêmico vai ser “testado” com apenas uma versão inicial