18/02/2025 - 12:01
Ter 100 kgfm de torque é bastante coisa, mas 1.835 kgfm chega a ser “insano”. Esse é o número do novo carro-conceito que a BMW apresentou à imprensa jornalística, o chamado “Vision Driving Experience”. Só para se ter uma ideia, um Série 3 convencional a gasolina tem 30,59 kgfm de torque.
Com todo esse poder, claro, o modelo com visual um tanto futurístico (e envelopado é verdade) não foi projetado para produção em série. Mas, segundo a marca, servirá como uma plataforma de testes às tecnologias de gerenciamento de propulsão e dinâmica de condução desenvolvidas para o “Neue Klasse”, ou seja, a próxima geração de veículos BMW.
Com tanto torque era de se esperar que no coração dele seria contemplado com um sistema elétrico. No entanto, há outro coração, o “Heart of Joy”, ou “Coração de Alegria”. Trata-se de um supercomputador que estará presente, inclusive, nos próximos modelos de nova geração da marca.
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Essa tecnologia foi submetida a testes de resistência no BMW Performance Driving Centre, localizado em Spartanburg, EUA, onde a empresa também revelou detalhes exclusivos sobre o desenvolvimento da experiência elétrica de condução.
O primeiro modelo elétrico de maior porte dessa linha entrará em produção ainda este ano, na planta de Debrecen, na Hungria.
“Além disso, aumentamos ainda mais a eficiência, o que impacta diretamente na autonomia, já que, no futuro, o condutor utilizará quase exclusivamente a frenagem regenerativa. Isso é o que chamamos de Efficient Dynamics ao quadrado”, afirma Frank Weber, membro do Conselho de Administração da BMW, à imprensa.
Do que é capaz o ‘novo coração’?
O Heart of Joy é uma unidade de controle que gerencia as funções de propulsão, frenagem, carregamento, regeneração e direção. Ele conta com uma capacidade de processamento dez vezes mais rápida que os sistemas atuais, para efeito de comparação.
A marca explica que essa unidade computa todas as funções de dinâmica de condução com um novo padrão de velocidade e precisão. Com isso, o veículo de teste atinge um torque de 18.000 Nm. O objetivo da BMW é garantir que, ao dominar esse torque, o sistema terá desempenho excepcional nas condições diárias de condução.
O processador central, junto ao software proprietário BMW Dynamic Performance Control, permite que os atuadores conectados respondam em milissegundos. Em sistemas convencionais, por exemplo, as funções de propulsão e frenagem operam com algoritmos separados, dificultando o aproveitamento máximo das capacidades dos sistemas de propulsão elétrica, explica.
A tecnologia na prática
Para o condutor e os passageiros, o resultado é uma direção mais harmoniosa, silenciosa e confortável, independentemente da velocidade, diz a marca. Ela oferece um controle mais preciso do carro, assim como estabilidade nas curvas, com tração consistente e comportamento previsível.
Recuperação de energia aumenta a eficiência em 25%
A integração das funções de propulsão, frenagem e regeneração de energia permite utilizar a eletricidade de maneira mais eficiente. Desta maneira, a maioria dos motoristas (98%) não precisarão acionar os freios convencionais no dia a dia.
A desaceleração por meio da frenagem regenerativa é suficiente para a maioria das situações de condução. Apenas em frenagens intensas, como em uma emergência, o sistema acionará os freios de atrito tradicionais. Essa combinação de tecnologias proporciona uma eficiência até 25% maior.
Visual
Pelas imagens divulgadas, o visual do modelo descontinua as clássicas linhas de duplo rim da BMW, que parecem integradas ao conjunto óptico.
O funcionamento do Heart of Joy é exibido em cores iluminadas nas rodas: verde, aceleração; azul, regeneração de energia; e laranja, frenagem com os freios de atrito.
Atrás, as “lanternas” fazem parte de um aerofólio e são divididas.
Por dentro, poucos botões, um multimídia gigante estilizado e informações do carro abaixo do para-brisas.
Estreia
A BMW promete que o carro-conceito faça sua estreia mundial no Salão de Xangai 2025, que ocorrerá na China entre 25 de abril e 2 de maio.
