A BMW acaba de apresentar no mercado nacional seu novo modelo M235. Um esportivo daqueles para ninguém botar defeito. Pelo que li na imprensa especializada, o modelo foi muito elogiado por sua performance: acelera de 0 a 100 km/h em razoáveis 4,9 segundos e atinge os 250 km/h de velocidade máxima. Não é uma M2 legítima, mas chega perto.  

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BMW M3 1995 – Foto: acervo pessoal de Douglas Mendonça

Particularmente, tive no final dos anos 90 uma M3 na cor amarela, versão que na época era vendida para o mercado norte-americano. Possuía um motor de 6 cilindros em linha com 240 cv de potência e acelerava de 0 a 100 km/h em cerca de 6 segundos. A velocidade máxima era a mesma, de 250 km/h, limite que envolve mais a legislação europeia do que o carro.  

Em que pese a época, posso adiantar que o ronronar do motor 6 cilindros esportivo do modelo de 1995 é bem mais agradável que os 4 cilindros turbo de 317 cv da M235 atual. As potências nem se comparam: são 317 cv do motor 2.0 atual contra parcos 240 cv dos 3.0 6 cilindros da época, que era naturalmente aspirado. Pode não fazer um barulho tão legal, mas o 2.0 turbo é bem mais eficiente em diversos sentidos. Coisas da tecnologia… 

BMW M235 – Foto: Mauro Balhessa/IstoÉ

Devo ressaltar que, no mercado nacional, também era vendida oficialmente, pelo importador da época, a versão europeia da M3, que tinha o mesmo motor de 6 cilindros em linha, só que aprimorado no sistema de alimentação. Tecnicamente isso significava que o motor do modelo europeu da M3, ao invés dos pobres 240 cv da versão americana, dispunha de nervosos 286 cv de potência máxima com o valente 6 cilindros girando a 7400 rpm! Um som ensurdecedor que emocionava a todo apaixonado por carro. 

BMW M3 1995 – Foto: acervo pessoal de Douglas Mendonça

Não é que o modelo atual seja pior, muito pelo contrário. Esses trinta anos que distanciam aquela M3 1995 do atual M235 2025 é um período de desenvolvimento de muita tecnologia. E é importante ressaltar que a performance entre o velhão de 30 anos atrás e o M235 atual são bem próximos, especialmente nos números de aceleração.

Refinamentos como suspensões independentes nas quatro rodas com elementos em duralumínio, potentes freios a disco nas quatro rodas com ABS, e rodas em liga leve forjadas de 17 polegadas já faziam parte do pacote das M3 da época.  

Claro que os equipamentos tecnológicos e a eletrônica evoluíram muito nesses últimos 30 anos, mas basicamente o espírito esportivo permaneceu ao longo dessas décadas. O “M” de Motorsport, divisão da BMW encarregada de desenvolver modelos de alta performance, continua igual, criando máquinas fantásticas e de sonhos para quem curte carro e velocidade.  

Qual é o melhor? Sou suspeito, porque fui proprietário de um M3 1995, e nunca entrei num M235 moderno. E confesso que era apaixonado pelo carro que tive. Mas, cada um com seus gostos: há quem prefira as tecnologias, assistências e eficiências do 4 cilindros em linha, enquanto outros, como eu, são fãs do 3.0 seis-em-linha. São outros tempos e outros carros, mas que guardam entre si a pura esportividade da linha M da BMW. 

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