GOL 1.0 TREND R$ 31.476

TESTE DE EMISSÃO

O novo Gol é surpreendente. Não há como negar. A evolução em relação ao modelo anterior se faz sentir da posição de dirigir ao comportamento em curvas, passando pelas trocas de marchas e pelas respostas do volante. Tudo ficou melhor, incluindo o motor. O novo 1.0 VHT de 72/76 cv oferece saudáveis 10,6 kgfm (com álcool): torque interessante para essa cilindrada, e que é em parte entregue desde as baixas rotações, atingindo seu pico a 3.850 rpm. Ou seja, andando suave o carro agrada e muito. Mesmo nas retomadas, quem normalmente utiliza carros 1.0 vai se surpreender com suas respostas.

A mim pessoalmente não convence como opção de compra. Apesar de ser superior à maioria dos modelos populares do mercado, o Gol tem os inconvenientes de todos os carros com essa cilindrada: quando se exige mais do motor – em retomadas e ultrapassagens -, deixam o motorista na mão. Aí começam as reduções de marcha para buscar potência, o motor trabalhando em altos giros, o barulho, o consumo alto… Não tem jeito. É muito peso para pouco motor. E esse é um mal dos nossos populares em geral. De qualquer forma, para quem quer um 1.0, dos males o menor. O Gol é das melhores escolhas. Eu prefiro investir um pouco mais no 1.6, mesmo abrindo mão de alguns equipamentos de conforto. Aliás, nesse caso, a diferença não é nem tão grande. Para pular do Gol Trend avaliado para um 1.6 básico, a diferença é de cerca de R$ 3 mil. Vale mais a pena.

Essa preferência não tem a ver com velocidade. Até porque os 1.0, em média, passam dos 150 km/h, muito mais que o permitido em nossas estradas. Minha preferência está ligada a conforto. Não há nada mais agradável do que ter motor à disposição quando se aperta o acelerador em uma ultrapassagem em estrada de pista simples. Você segue sem sobressaltos. Aí se vê o quanto uma cilindrada maior faz falta.

CONTRAPONTO

Concordo plenamente com a Flávia em relação às qualidades do novo Gol. Ele de fato deu um banho nos concorrentes – e até no irmão mais caro, o Fox. Não hesitaria em escolhê-lo se quisesse um carro zero por menos de R$ 40 mil, pois não vejo opção melhor. Mas, assim como a Flávia, pagaria mais no 1.6 e abriria mão dos opcionais, se necessário. Afinal de contas, ando bastante em estradas e, um pouco afoito ao volante, acabo consumindo mais com um carro 1.0 do que com um de motor maior. Difícil seria desistir do rádio, mas escolheria o modelo sem CD (cerca de R$ 450). Com ótima qualidade de som, entrada USB para pen drives, encaixe para cartões de memória SD e ainda conexão bluetooth – que, além do viva- voz para celular, permite que eu ouça as músicas do meu telefone diretamente no carro, é o sistema de som original com melhor relação custo/benefício do mercado. Só fiquei decepcionado com os retrovisores: uma lente convexa melhoraria a visibilidade, um tanto limitada.

Flávio R. Silveira| Repórter

A traseira tem linha de cintura bem marcada e o painel, acima, vem com acabamento bom, bastante adequado à sua proposta – e preço