EMISSÃO DE CO2 243 g/km ALTÍSSIMA

SUBARU WRX STI FIPE / MOTOR SHOW R$ 219.333

Ele custa quase R$ 220 mil, mas seu acabamento é inferior ao de modelos quase três vezes mais baratos. Não adianta procurar ar digital, sensor de chuva ou ajustes elétricos dos bancos. Para este Subaru, tudo isso é frescura. O WRX STI, de volta na versão sedã e sem o antigo primeiro nome Impreza, tem outras prioridades. E o exagerado aerofólio, digno de Velozes e Furiosos, parece estar lá só para deixar isso bem claro. Eu o arrancaria: além de muito feio, tem uma capacidade imensa de atrair policiais. Você para de comando em comando, perdendo tempo e o humor.

Mas é justamente a asa, além das rodas BBS aro 18, que diferencia visualmente essa versão do já apimentado WRX, que agora tem o mesmo body kit. Mecanicamente, o motor 2.5 com quatro cilindros contrapostos ganha um novo acerto, gerando 310 cv (em vez de 270 cv) e 41,5 kgfm. Brutal! Também exclusivas são as suspensões, em alumínio, com molas mais rígidas e barras estabilizadoras maiores. Junto ao câmbio, dois sistemas interessantes: o SI-Drive altera o gerenciamento do motor e o DCCD ajusta a distribuição de torque entre os eixos.

No dia a dia, se mostrou viciante. Poucas vezes me diverti tanto ao volante. Com o corpo preso pelas enormes abas dos bancos Recaro, o único acerto que faz sentido é o sport sharp (puramente esportivo), que deixa as respostas mais imediatas. Só recorria ao modo inteligente, mais econômico, após reclamações da minha esposa ou quando preso em congestionamentos. Os ajustes nos do DCCD são dispensáveis: a diferença entre ter 59% da força transmitida ao eixo traseiro e 41% ao dianteiro ou metade para cada é muito sutil. Coisa para pilotos.

Gostei da embreagem pesada e da alavanca curta do câmbio de seis marchas e não me importei com seus engates ásperos e imprecisos. Já fazer curvas é uma batalha: o sistema de direção não é perfeito, apesar de aprimorado. Há tendência ao subesterço, mas em casos extremos, uma aliviada no acelerador corrige a trajetória. No entanto, esse Subaru requer envolvimento constante do motorista. Depois de domado, é altamente compensador. Pelo preço pedido, eu pensaria nos mais so sticados BMW 135i ou Audi S3. Ou levaria um WRX. Ainda um excelente esportivo e R$ 90 mil mais barato.

CONTRAPONTO

• O Subaru WRX STI é um dos carros mais selvagens que já guiei. O Flávio está certo quando diz que com ele não tem frescura. E essa é exatamente a falha do modelo. Mesmo sendo um legítimo esportivo, um carro de R$ 220 mil deve oferecer o mínimo de conforto. Quanto ao seu visual, apesar de também achar o aerofólio traseiro um pouco exagerado, acho legal essa extravagância, que sempre lhe foi peculiar. Ela faz parte da alma do Impreza. Ops, desculpa, do WRX. O único quesito irrepreensível do carro é o desempenho. No modo sport sharp é difícil acompanhar o motor para fazer as passagens.

Os solavancos são inevitáveis e qualquer distração faz com que você perca o ponto de mudança de marcha, tamanha a rapidez que ele sobe de giro. Gosto muito de esportivos, mas não pagaria tanto por um tão “pelado”. Com esse valor, optaria pelo Mitsubishi Lancer EVO X que, na minha opnião, tem desempenho parecido, é mais bonito e oferece mais equipamentos. Sem falar que ele ainda é cerca de R$ 20 mil mais barato do que o WRX STI.

Rafael A. Freire repórter

OS CONCORRENTES

BMW 135i

“Mais elegante, mais re nado quase tão divertido e ainda mais barato. Fica devendo apenas a opção com câmbio manual” Ana Flávia Furlan

Lancer Evo X

“Os dois são exagerados em termos de estilo. Mas são dois ícones dos ralis. Como custobenefício, ficaria com o Lancer” Douglas Mendonça

Audi S3

“É um luxo só. Tem veia esportiva, mas sabe se comportar no trânsito. O câmbio DSG não deixa você sentir falta de trocas manuais” Bruna Marconi