22/07/2025 - 5:00
O mercado brasileiro de automóveis basicamente tinha apenas duas marcas chinesas ativas em 2021: Chery e JAC. A primeira operava desde 2009 por aqui e, depois, em 2017, fez uma parceria com a rede de concessionárias Caoa. A segunda chegou ao país em 2011, representada pelo Grupo SHC.
No entanto, a entrada da BYD no final de 2021 com o lançamento do Tan, um SUV elétrico de sete lugares, sacudiu o mercado brasileiro. De certa forma, isso “encorajou” outras marcas a também lançarem seus produtos por aqui. Em 2023, a GWM estreou o Haval H6. A partir daí, mais chinesas começaram a pipocar ou anunciar lançamentos e investimentos. Por outro lado, outras já saíram ou estão prestes a dar tchau ao Brasil. Veja abaixo o que aconteceu com as marcas chinesas que chegaram ou estão prestes a desembarcar no país.
+ Neta Auto terá o mesmo fim? Relembre marcas que acabaram depois de chegarem ao Brasil
+ Em falência, Neta reduz rede para uma concessionária e tem apenas 300 carros no Brasil
Caoa Chery
A Caoa Chery conta com uma fábrica em Anápolis (GO), de onde saem os modelos Tiggo 5, 7 e 8. A marca oferece outras opções, como o iCar (100% elétrico) e o sedã Arrizo 6.

JAC Motors
A JAC Motors não tem uma fábrica no Brasil e importa todos os seus automóveis vendidos no país. Além de uma linha comercial com caminhões e vans, a marca oferece opções como o elétrico de entrada E-JS1, o SUV E-JS4 e o sedã E-J7.

BYD
A BYD lidera o mercado de carros elétricos e híbridos no Brasil. Somente em 2025, até junho, a marca comercializou 17.495 unidades do híbrido Song e 13.222 unidades do Dolphin Mini.

Embora a BYD já estivesse presente no Brasil desde 2015 com fábricas de ônibus e painéis solares, a montadora iniciou a operação de sua planta em Camaçari (BA), que era da Ford, em julho deste ano.
O local vai operar sob o sistema SKD por 12 meses até ter uma produção completa. De lá estão confirmados para sair os seguintes modelos: Dolphin Mini, Song Pro e o King – além da cotada picape Shark. Hoje, a BYD comercializa nove modelos, em diferentes versões.

Great Wall Motors (GWM)
A GWM atualmente tem o terceiro modelo eletrificado mais comercializado do Brasil, o Haval H6, com 12.675 emplacamentos realizados em 2025, até junho. Além dele, o fabricante tem ainda o Ora 03 e o Tank 300.

A montadora está construindo uma fábrica em Iracemápolis (SP), que pertencia à Mercedes-Benz. Do local sairão a caminhonete média Poer P30 e o novo integrante da linha Haval, o H9. Eles serão feitos a partir de agosto, enquanto as vendas devem ter início em setembro.

GAC
A GAC desembarcou oficialmente no Brasil em maio deste ano com cinco lançamentos: um sedan médio elétrico (Aion ES), um SUV médio elétrico (Aion V), um SUV que mais parece uma minivan elétrica (Aion Y), um SUV coupé grande e elétrico (Hyptec HT) e um SUV médio híbrido (GS4).
A companhia prevê a instalação de uma fábrica nacional nos próximos anos e a produção de até 15 modelos nacionais até 2030.

Omoda & Jaecoo
A marca que pertence ao grupo Chery chegou por aqui em abril de 2025, com as opções Omoda E5 e o Jaecoo J7.

Ela pretende ter uma fábrica no Brasil antes de 2028 e não descarta uma planta em Jacareí (SP), que era da Chery – outros locais ainda estariam em avaliação, segundo apurado.
A Omoda & Jaecoo já revelou que pretende trazer mais duas opções híbridas. São elas: o Omoda 5, na forma de um híbrido convencional (HEV), e o 7, um pouco maior e plugável. Ambos serão comercializados a partir do último trimestre de 2025.

Geely
A Geely está oficialmente de volta ao Brasil, agora em parceria com a Renault. A chinesa retornou ao abrir, na quinta-feira, 17, a pré-venda do EX5, utilitário esportivo 100% elétrico. Até 30 de julho, a versão Pro sairá por R$ 195.800, enquanto a Max custará R$ 215.800.

Neta
Nos últimos dias, a Neta Auto vem dando sinais que está próxima a deixar o Brasil. Tanto o site quanto a página no Instagram da marca chinesa estão fora do ar.
Agora, a MOTOR SHOW apurou que a Neta conta apenas com uma concessionária em operação, em vez de duas. A loja Novos Tempos em Juazeiro-BA foi desativada, restando apenas a Potenza, no Rio de Janeiro-RJ.

No entanto, o escritório da marca segue na Avenida Paulista. Além disso, oficialmente, a Neta permanece com o discurso da nota emitida há pouco tempo atrás e diz que as vendas dos modelos Aya e X ocorrem normalmente.
A Neta no Brasil comercializou 59 carros no país em 2025 – 34 unidades do Aya e 25 do X –, segundo dados da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico). Ela chegou ao mercado brasileiro no ano passado.
A Zhejiang Hozon New Energy Automobile, mais conhecida como Hozon Auto, proprietária da marca chinesa de veículos elétricos Neta, entrou oficialmente em processo de falência, segundo a emissora estatal chinesa CCTV e divulgado pela agência Reuters.

Zeekr
A marca de luxo do grupo Geely, que também detém Volvo, Polestar e Lotus, para citar, apresentou o seu primeiro produto ao mercado brasileiro em outubro de 2024, o 001. Depois, estreou o seu primeiro SUV elétrico em solo nacional, o X. Agora, ela colocou em pré-venda o 7X.

Seres
Com apenas seis carros vendidos no Brasil em 2025 – todos Seres 3 –, a Seres encerrou a operação por aqui. Apesar do site da marca ainda estar na ativa, há uma informação de que não há mais test-drive para os carros. Sua página no Instagram não conta com novas postagens desde julho de 2024.

No meio do ano passado, a Seres havia interrompido as vendas de carros no mercado nacional devido a uma reestruturação estratégica.
A marca chinesa tinha um plano inicial de fazer vendas diretas pelo seu site e depois substituiu por uma estratégia de rede de concessionárias. O fabricante disse até que uma lista com 15 grupos manifestaram interesse, mas não foi para frente.

Leapmotor
O primeiro lançamento no Brasil da marca chinesa da Stellantis, a Leapmotor, será o C10, que ocorrerá ainda em 2025. Além de uma opção totalmente elétrica, a grande novidade do modelo é que ele vai adotar um novo sistema de propulsão chamado de “REEV”.
