CITROËN C4 1.6 GLX R$ 53.800

A Citroën parece ter encontrado a receita ideal para atingir o coração da classe média. Oferecer um bom produto, com tecnologia moderna, boa lista de equipamentos e preço justo. A política vem funcionando com o C3 e C4 Pallas e agora deve novamente garantir sucesso ao C4 hatch, antes oferecido somente na versão VTR, com carroceria duas portas.

O modelo não é absolutamente novo. Na Europa, o carro já é vendido desde 2004 e lá, inclusive, já sofreu uma leve reestilização no final de 2008.

Mas seu design moderno não deixa transparecer o peso da idade.

Isso se torna mais evidente ainda quando o carro é colocado dentro de um segmento em que a maior parte dos competidores – entre os quais Astra, Golf e Stilo – está envelhecida. Por enquanto, o modelo da Citroën, ao lado do Focus, é o que o segmento oferece de mais moderno e arrojado.

Mas isso está para mudar (leia comparativo nas páginas a seguir).

Com duas opções de motorização, o C4 parte dos R$ 53.800 na versão GLX 1.6 16V flex e oferece, de série, rodas de liga aro 16 (nos primeiros lotes), CD player, airbag duplo, ar-condicionado (com ventilação traseira), freios ABS, trio elétrico e porta-luvas refrigerado.

O top de linha, 2.0 Exclusive, custa R$ 68.800 e oferece mais quatro airbags, detector de obstáculos traseiros, couro nos bancos, bluetooth, perfumador de ambiente, ar-condicionado digital bizone, entre outros.

Com mais R$ 5.900 essa versão pode ser acrescida de um pacote tecnológico que oferece faróis de bixênon direcionais, banco do motorista com quatro estágios de regulagem, detector de obstáculo dianteiro e retrovisores externos rebatíveis eletricamente.

Na motorização 2.0, o modelo é elogiável. Seu motor 2.0 de 151 cv (com álcool) garante até certas doses de esportividade ao modelo, mesmo aliado ao câmbio automático (leia boxe). Com motor 1.6 16V, não arranca suspiros, mas também não decepciona. Pelo contrário. Para a utilização diária, o propulsor de 110 cv garante boa desenvoltura. É um pouco mais lento nas retomadas e sente mais os cerca de 1.200 kg do carro, mas é eficiente e não deixa no motorista a sensação de que se está em um carro inferior.

A suspensão ainda é um pouco firme demais e sofre com as irregularidades de nossas ruas mal pavimentadas. Quem vai a bordo sente isso.

Já nas curvas ele garante segurança e a carroceria balança pouco.

Quando se roda na estrada ou em vias de trânsito mais rápido, o carro é silencioso e seu bom perfil aerodinâmico (Cx 0,29) auxilia para a obtenção de um melhor consumo de combustível. Lamentável apenas a Citroën não divulgar ao público seus números oficiais de desempenho. Mas, com o motor menor, a aceleração de zero a 100 km/h demora cerca de 11 segundos e a máxima chega perto dos 190 km/h. Um ótimo produto dentro de um segmento em evolução.

Acima, o painel da versão de entrada, bem menos refinado que o do modelo top de linha (abaixo). Mas, apesar de perder itens de série, ele continua com design moderno e agressivo, mesmo se tratando de um carro com quase cinco anos no mercado europeu

UM C4 TOP DE LINHA

Claro que nem só de versões de entrada vive o mercado.

Na realidade, a grande maioria das pessoas só compra as versões mais baratas por questões econômicas.

Afinal de contas, quem não quer um bom motor 2.0 (flex) de 151 cv, aliado a uma suave transmissão automática com opção sequencial, um ar-condicionado automático digital, bons bancos forrados em couro e faróis direcionais com lâmpadas xenon automáticos. Montada sobre a plataforma do C4 Pallas, essa versão top de linha oferece uma boa performance, (zero a 100 km/h em cerca de nove segundos e máxima acima dos 200 km/h), muito conforto e um preço quase R$ 20.000 mais alto que o da versão de entrada… Mas é, praticamente, outro carro.