01/02/2011 - 0:00
Na década de 1990, quando nosso mercado foi aberto para os importados, o Grand Cherokee virou sonho de consumo. As vendas do SUV de luxo dispararam, mas depois não suportaram a pressão dos concorrentes. Agora, ele volta revigorado para tentar (mais uma vez) recuperar o terreno perdido.
Claro que aquela primeira geração, de 1991, não evoluiu só agora. Foi um processo que, aos poucos, deixou o SUV menos “Jeep” e mais “carro”. O maior salto ocorreu em 2005, quando, ainda controlada pela Daimler, a marca lançou o Grand Cherokee, pela primeira vez, com monobloco (antes ele usava chassi). A plataforma era a mesma do Mercedes ML. Desde então, a evolução seguiu sutilmente – até este modelo atual.
O modelo 2011 representa um novo “salto evolutivo”: perdeu a suspensão com eixos rígidos e feixes de molas (substituídos por sistemas independentes nas quatro rodas), sua carroceria ganhou mais rigidez e, ainda, novos recursos de segurança ativa e novo gerenciamento da tração. Ao volante, é fácil perceber as diferenças. E, como a maioria dos consumidores de SUVs não encara o off-road – mas apenas quer um carro alto, grande e espaçoso – ela segue o caminho certo.
O Jeep está mais confortável e seu comportamento em curvas, mais adequado (embora ainda com “poréns” de um veículo alto, como a maior inclinação da carroceria). Já no sistema de direção, um incômodo: ao sair das curvas, não basta “soltar” o volante para que ele volte à linha reta. O Cherokee insiste em continuar na mesma trajetória e é preciso colocá-lo de volta na direção desejada.
No interior, ganhou espaço, com o aumento do entre-eixos, e o acabamento evoluiu, mas não impressiona. A lista de equipamentos é farta, com rodas aro 18, ar-condicionado com duas zonas, airbags frontais, laterais, de cortina e de joelho (para o motorista), bancos dianteiros elétricos, retrovisores aquecidos, faróis bi-xenônio, sensor de chuva, sistema de partida sem a chave e som com tela sensível ao toque, HD interno, bluetooth e controle de iPod. Alguns itens (como bancos com memória, sensores e câmera de estacionamento, teto-solar e DVD traseiro), no entanto, só na versão Limited, R$ 20 mil mais cara que esta Laredo avaliada, vendida por R$ 154.900, um valor já bem alto).
O interior dessa versão de entrada já dispõe de um pacote considerável de itens de conforto e segurança. O câmbio é sequencial de cinco marchas, mas o modelo vendido aqui não tem a suspensão a ar
Depois das suspensões, a maior novidade está no novo motor V6, que, com comando variável, cou mais potente e econômico que o anterior (embora ainda gaste bastante). São 286 cv, que “conversam” bem com o câmbio de cinco marchas e garantem um desempenho excepcional. Mas não se trata, claro, de um esportivo: as respostas, tanto ao acelerador quanto às trocas de marcha via alavanca, ainda demoram mais do que deviam.
Para as trilhas, além da e ciente reduzida, ele ganhou auxílio em descidas – que mantém a velocidade constante sem que o motorista precise interferir – e uma cópia do sistema Terrain Response, da Land Rover, chamado Selec-Terrain. Basta selecionar o terreno (areia/lama, neve ou rochas; ou ainda os modos esportivo ou automático) que ele ajusta os parâmetros ideais da transmissão/ tração. Isso se alguém ainda pensa em usá-lo no off-road…