O ex-CEO da Nissan-Renault saiu sozinho no último domingo (29) de sua residência em Tóquio, no Japão, conforme revelam as imagens das câmeras de segurança, segundo fontes próximas à investigação citadas pelo canal público japonês NHK. Os detalhes da fuga cinematográfica de Carlos Ghosn para o Líbano ainda não foram esclarecidos.

De acordo com a IstoÉ Dinheiro, as últimas imagens de Ghosn foram registradas no domingo (29), por volta das 12H00 (0H00 de Brasília), e captadas por uma câmera perto da entrada de sua casa para registrar os seus deslocamentos, segundo informações da NHK. Ghosn estava em prisão domiciliar aguardando julgamento.

Ninguém aparece ao lado de Ghosn e a polícia japonesa suspeita que ele tenha se reunido com alguém para embarcar em um voo. O executivo afirmou na última quinta-feira, que organizou a viagem para o Líbano sozinho e não contou com a ajuda de ninguém.

Imad Ajani, amigo libanês de Ghosn, afirmou à agência japonesa Kyodo News que o ex-CEO conseguiu fugir dentro de uma caixa de instrumentos musicais depois de um concerto em sua casa, com a ajuda de dois agentes de empresas de segurança privadas que se passaram por músicos. Uma fonte ligada, no entanto, negou a informação.

As hipóteses dos investigadores é que Ghosn embarcou em uma aeronave privada no aeroporto internacioal de Kansai no domingo (29) à noite. O avião fez uma escala no aeroporto de Ataturk em Istambul, na Turquia, e após ele embarcou em outra aeronave para Beirute.

A companhia aérea turca MNG Jet denunciou nesta sexta-feira, que duas de suas aeronaves foram utilizadas para a fuga do ex-CEO da Nissan-Renault.

Após os investigadores japoneses realizarem uma operação de busca na casa de Ghosn, em Tóquio, sete pessoas foram detidas na Turquia, incluindo quatro pilotos, por ajudar na fuga do executivo.

A polícia desconfia que Ghosn tenha saído do Japão com uma identidade falsa ou evitando os controles fiscais. Os seus três passaportes (francês, libanês e brasileiro) estavam guardados para evitar qualquer tentativa de fuga. No entanto, Ghosn tinha um segundo passaporte francês, que ficava em uma espécie de estojo lacrado e cujo código de abertura era de conhecimento apenas de seus advogados, segundo informações de uma fonte ligada ao caso.

A justiça japonesa autorizou a manter o documento, que servia de visto de curta duração. Por este motivo, Ghosn precisava do passaporte para deslocamentos no país, conforme informou a mesma fonte. As autorizadas libanesas falam que Ghosn entrou legalmente no país, com um documento libanês e um passaporte francês.

Carlos Ghosn já anunciou que irá conceder uma entrevista coletiva na próxima semana em Beirute.