Quatro anos depois de mostrar o design ao mundo, Elon Musk está pronto, nesta quinta-feira (30), para buscar espaço no lucrativo mercado americano de caminhonetes com seu Cybertruck, a nova pick-up elétrica e futurista da Tesla.

O bilionário Musk organizará na sede da Tesla, em Austin, no Texas, um “evento de entrega” do veículo aos clientes, embora em versão cibernética.

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Segundo Musk, o carro pretende ser um cruzamento entre um modelo “Blade Runner” e o ‘Wet Nellie’, veículo anfíbio inspirado no Lotus Esprit, visto em “O Espião que me Amava” (1977) da saga James Bond. Também lembra os carros de “Mad Max Fury Road”.

A apresentação tardia ocorre no momento em que outras montadoras atrasam os investimentos devido à lenta demanda por veículos elétricos. A própria Tesla realizou vários cortes de preços, apesar de o valor das suas ações ter permanecido elevado.

“Este é um lançamento importante para Musk e para a marca Tesla”, disse Daniel Ives, analista da Wedbush Securities, à AFP.

Para o empresário Musk, esta é também uma oportunidade de virar a página depois de uma nova polêmica ocorrida em meados de novembro, quando foi acusado de divulgar discursos antissemitas na plataforma X (antigo Twitter), de sua propriedade.

“Não acreditamos que a marca Tesla tenha sido afetada negativamente, mas o equilíbrio é frágil para Elon, que anda na corda bamba”, disse Ives, que elogiou a recente viagem de Musk a Israel, onde visitou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Em novembro de 2019, Musk lançou o protótipo do Cybertruck, angular e uniformemente cinza. “É diferente de tudo”, disse Musk na época, e testou a sua resiliência. O veículo resistiu a vários golpes de marreta na porta sem danos, mas a janela quebrou ao ser atingida por uma bola de metal.

Musk reconheceu que cavou a sua “própria cova com o Cybertruck”, já que “é um daqueles produtos especiais que só aparecem de vez em quando (…) e os produtos especiais que aparecem de vez em quando são incrivelmente difíceis levar para o mercado, atingir volume e prosperar”.

Com mais de um milhão de pedidos, a demanda não é um problema, disse Musk. Mas torná-lo acessível será “incrivelmente difícil”, admitiu. Ele espera atingir a produção de 250 mil unidades até 2025.