18/02/2023 - 7:30
Vale a pena compra um Renault Kwid usado? O modelo surgiu na Índia, em 2015, e chegou ao Brasil em 2017 com o “SUV dos compactos”.
Inicialmente chamou a atenção pela boa altura do solo, mas o projeto focado no custo se revela no uso abundante de plásticos rígidos, no limpador de para-brisas único e nas rodas que são presas por apenas três parafusos.
Outras características negativas do Renault estão nos níveis de vibração/ruído produzidos pelo motor, nas peças de acabamento, na posição de guiar com assento curto demais e nos freios ineficientes – este último problema resolvido na linha 2020, com o lançamento da versão Outsider, quando mudou os discos frontais sólidos por ventilados.
Mas tudo nele é ruim? Não, se não ele nem apareceria nesta seção de usados.
Os pontos positivos aparecem na agilidade garantida pelo baixo peso e dimensões diminutas (ainda assim, o porta-malas acomoda bons 290 litros).
E, apesar do tanque de apenas 38 litros, o consumo urbano é excepcional, sendo fácil chegar a marcas de 15 km/l com gasolina, segundo o PBEV-Inmetro e também nossos testes práticos. Ideal em época de crise e gasolina cara. “Uso como carro para trabalho e lazer, e tem bom consumo”, diz Danielle Letícia Castanheira.
Mas é importante ter atenção à tampa de válvulas do motor tricilíndrico SCe 1.0 12V. “O componente adota uma construção com polímeros e mostra fragilidade devido ao aquecimento do propulsor. Esse empenamento resulta em vazamentos, que são solucionados após a instalação de uma nova”, explica Edson Roberto de Ávila, dono da Mingau Automobilística.
“O meu apresentou esse problema e foi reparado em garantia”, conta Ana Flávia Teixeira do Amaral, dona de um Kwid usado.
Na hora de substituir os coxins do motor e transmissão, opte pelas peças originais. “As disponíveis no mercado de reposição não absorvem bem as vibrações, transmitindo-as para o interior.
Também é importante sempre verificar todos eles, pois um defeituoso pode sobrecarregar o que acabou de ser trocado”, orienta.
Outra recomendação do profissional é dar baixa no lubrificante do câmbio manual de cinco marchas a cada 50.000 ou 60.000 quilômetros.
Simplicidade é a palavra chave, e as versões mais básicas vinham sem conta-giros. O espaço interno é mínimo, mas seu porta-malas é igual aos de hatches maiores
As suspensões são confortáveis para a categoria, mas ao comprar um Kwid usado é preciso atenção às buchas, pivôs e terminais de direção – molas e amortecedores, por outro lado, têm boa vida útil.
O calcanhar de Aquiles fica nos discos de freios sólidos no eixo frontal. “Já levei alguns sustos, e é preciso pisar com bastante força no pedal”, alerta Daniella.
Para Mingau, trata-se de uma falha no projeto dos modelos vendidos até a linha 2020 – então, se puder , prefira os mais novos.
Nas manutenções, também é fundamental observar o eixo traseiro para não ter imprevistos. “Além disso, minha recomendação é pelo fluído hidráulico DOT 4 pela melhor troca de calor”, observa o profissional.
Pelo mesmo preço
Chevrolet Cobalt LTZ 1.4 8V 2015: R$ 45.045
O sedã tem acabamento simples, e aposta no tamanho: 4,48 m de comprimento e 2,62 m de entre-eixos, com bons 563 litros de porta-malas. O motor 1.4 8V vem junto do câmbio manual de cinco marchas para render até 102 cv de potência e 127 Nm de torque (etanol).
Fiat Uno Evolution 1.4 8V 2016: R$ 43.718
Foi o primeiro carro nacional equipado com sistema start-stop, que desliga o propulsor durante breves paradas para reduzir o consumo e a emissão de poluentes. O motor 1.4 produz até 88 cv e 122 Nm (com etanol) e o câmbio é manual de cinco marchas.
Renault Duster Dynamique MT 2012: R$ 44.927
Com bons 4,315 m de comprimento e 2,673 m de entre-eixos, é uma opção mais antiga, para quem deseja amplitude e um volumoso porta-malas (475 litros). O motor 1.6 tem 115 cv e 152 Nm, proporcionando desempenho tímido, e o câmbio é manual de cinco marchas.
Renault Kwid Intense 1.0 SCe
R$ 45.727
Motor: três cilindros em linha 1.0, 12V
Cilindrada: 999 cm³
Combustível: flex
Potência: 66 cv a 5.600 rpm (g) e 70 cv a 5.500 rpm (e)
Torque: 92 Nm (g) e 96 Nm (e) a 4.250 rpm
Câmbio: manual, cinco marchas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco sólido ou ventilado, conforme o ano (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 3,680 m (c), 1,579 m (l), 1,474 m (a)
Entre-eixos: 2,423 m
Pneus: 165/70 R14
Porta-malas: 290 litros
Tanque: 38 litros
Peso: 786 kg
0-100 km/h: 15s5 (g) e 14s7 (e)
Velocidade máxima: 152 km/h (g) e 156 km/h (e)
Consumo cidade: 14,9 km/l (g) e 10,5 km/l (e)
Consumo estrada: 15,6 km/l (g) e 10,8 km/l (e)
Emissao de CO2: 86g/km
Com etanol = 0 g/km
Consumo nota: A
Nota do Inmetro: A
Classificação na categoria: A (SUV Compacto)
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