01/08/2009 - 0:00
Chave da BMW armazena as preferências do motorista: programação do rádio, posição do banco, temperatura do ar…
Um carro possui diversos sistemas eletrônicos que trabalham para fazer com que o veículo possa funcionar corretamente. Mas toda essa tecnologia é acionada através de uma peça pequena, porém, fundamental: a chave. Com o avanço da tecnologia, elas deixaram de ter funções apenas de travamento das portas e ignição do veículo. Hoje os modelos de luxo já contam com chaves “inteligentes”, que armazenam informações personalizadas como a posição dos bancos, estações de rádio e configurações de computador de bordo.
Chave da Volvo, mesmo a distância, pode identificar os batimentos cardíacos de pessoas que estejam dentro do carro estacionado
Mesmo em modelos mais acessíveis já é possível identificar a evolução das chaves. Na década de 1990, começaram a ser usados sistemas de codificação, que fazem a comunicação entre a chave e o módulo de ignição do motor.
Ou seja, ao girar a chave na ignição, uma pequena pecinha chamada transponder, emite um código para a unidade de comando do veículo, que conversa com o módulo de ignição. Se o código da chave não for compatível com o do módulo de injeção, o veículo não liga. Ao perder a chave é necessário reprogramar outra unidade. Para isso, existe um código que vem com o carro ou que precisa ser solicitado em uma autorizada da marca, informando o número do chassi do veículo.
Uma das primeiras evoluções da chave foi a codificação: um sinal único, transmitido para a central do carro
Existem também modelos que podem ser ligados através de um botão, sem que a chave esteja no contato. “Quando você entra no carro e dá a partida, antenas reconhecem a chave e mandam as informações para o módulo, mesmo que ela esteja no seu bolso”, explica Sérgio Gimenez Sanches, chefe de oficina da concessionária Eurobike BMW de São Paulo. Nos veículos em que a chave (ou o cartão, como no caso do Mégane) é colocada em uma espécie de gaveta e a partida é feita apertando-se um botão no console, o princípio é o mesmo, porém dispensa as antenas, pois a leitura do código é feita onde a peça está encaixada.
A BMW oferece, em seus veículos, um sistema que armazena todos os ajustes que o motorista fez no carro, para que assim que o usuário abrir o veículo ele se adapte, conforme a última atualização. “Dentro da chave existe um chip que guarda ajustes de banco, retrovisores, ar-condicionado, estações de rádio, idioma do computador de bordo e diversas outras regulagens pessoais”, conta Gimenez. De acordo com ele, no modelo Série 7, um dos mais completos da linha BMW, estão disponíveis mais de 40 modos de personalização. Em alguns modelos da marca (325, 335 Série 7 e Série 5), há também um sistema que dispensa o manuseio da chave, desde que o motorista esteja com ela no bolso. Basta um leve toque na maçaneta do veículo para que ele faça a leitura do código por meio de antenas e destrave as portas. Ao sair do veículo, o sistema detecta a ausência da chave e, automaticamente, trava as portas.
Estas mesmas tecnologias também estão disponíveis em veículos de outras marcas como Nissan (com o Grand Livina), Audi, Mercedes e Volvo, que vende o sistema como opcional.
A chave que é inserida em uma espécie de gaveta é menos complexa, pois não precisa de antenas para captar seu sinal
Aliás, a marca é uma das mais avançadas quando o assunto é segurança. Na Europa, ela oferece no modelo S80 uma chave com bafômetro por cerca de R$ 2 mil. No Brasil, nos modelos S80 e XC60, através das chaves é possível saber se o alarme foi disparado, se as portas estão efetivamente trancadas e até se há alguém dentro do carro. Sensores de batimento cardíaco fazem a leitura e transmitem a informação diretamente para a chave que está lá longe, no bolso do motorista. Nestes modelos, o controle da chave mais a instalação do sistema custa cerca de R$ 1.500.
Ao contrário das previsões de que a chave iria desaparecer com a evolução do automóvel, elas ganham cada vez mais importância. No futuro, reunirão funções capazes de facilitar o dia a dia dos motoristas. Em alguns anos, a chave incorporará funções de navegação por GPS, telefonia, internet e arquivos de música em MP3. A BMW, em parceria com a empresa NXP, já possui um protótipo de uma chave dotada de um chip com informações bancárias – e que assim pode ser utilizada até como cartão de crédito.