TOYOTA COROLLA 2009 R$ 62.000 a R$ 87.300

A décima geração do modelo de carro mais vendido no mundo (desde 1966, com mais de 32 milhões produzidos) chegou ao nosso mercado. Lançado na Europa e nos Estados Unidos no ano passado, o novo Corolla (produzido em 16 países e vendido em mais de 140), começa a ser fabricado aqui e tem a dura missão de substituir um dos grandes fenômenos de vendas do mercado nacional: o Corolla atual.

Claro que a luta pela liderança no segmento de sedãs médios será bem difícil: quando chegou aqui, há cinco anos, o Corolla encontrou um mercado fácil, com carros pouco competitivos. Um cenário completamente diferente do que vemos hoje, com o ótimo Civic, o bom Vectra e os combativos Mégane e C4 Pallas, entre outros: todos novos e competitivos. Para enfrentar a concorrência, a Toyota não mediu esforços nem custos para fazer dessa nova geração um carro bom de briga, como foi a geração anterior.

O engenheiro-chefe executivo do projeto Corolla no Japão, Soichiro Okudaira, afirma que “o novo e robusto design, combinado com uma excelente dinâmica de direção, deverá terminar com o estereótipo de que o Corolla é um bom carro, mas sem proporcionar emoção em sua condução. Agora estou confiante de ter desenvolvido um carro capaz de provocar emoções desde o primeiro instante”. E é verdade. O Corolla atual sempre foi visto como um carro capaz de transportar pessoas com segurança e conforto, mas faltava a emoção ao volante, a vontade de conduzir a máquina.

Nesta nova geração, a situação começa a mudar já no visual. Com formas e detalhes que lembram, e muito, seu irmão maior Camry, o carro ficou mais atraente. A nova carroceria, rebaixada e larga, criou uma aparência dinâmica e esportiva: ele foi desenhado no centro de design da Toyota no Japão e sofreu forte influência das escolas italianas, onde os principais estilistas da marca estiveram para “ter novas idéias”. Sabiam que precisavam criar um carro que passasse uma imagem renovada, de solidez e força.

AS MUDANÇAS NO DESIGN NÃO FORAM RADICAIS: ELE CONTINUA CONSERVADOR

Toshi Ezaki, engenheiro-chefe do novo projeto no Japão explica: “O desafio foi criar uma plataforma rebaixada, que fosse 6 cm mais larga e que mantivesse a altura do modelo atual, a fim de conferir ao novo carro uma sensação maior de estabilidade. Melhoramos o Corolla sob todos os aspectos: aumentamos o espaço para a cabeça, mantendo a altura do anterior, e reduzimos o vão entre os pára-lamas e os pneus, de modo a criar uma aparência mais dinâmica”. E o efeito desejado foi obtido: o novo desenho suaviza a passagem do ar pela superfície da carroceria, reduzindo ruídos aerodinâmicos e garantindo menor consumo e melhor performance.

O novo Corolla, já modelo 2009, chega com preço a partir de R$ 62 mil (versão XLi com câmbio manual – R$ 66 mil o automático). A versão XEi, avaliada, que deve responder por cerca de 60% das vendas, custa de R$ 68.500 a R$ 74.500, conforme a opção por câmbio automático ou manual e bancos em tecido ou couro. Já a versão top, SE-G, tem um pacote completo de equipamentos, que inclui até faróis de xênon, e é vendida apenas com câmbio automático e bancos em couro, por R$ 87.300.

À esquerda, o painel de cores claras (no detalhe, o porta-luvas duplo), o volante com controles do computador de bordo e som, os mostradores meio analógicos meio digitais (itens não presentes na versão XLi, básica) e o câmbio automático de quatro marchas sem opção seqüencial. À direita, o controle do ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura individuais e um detalhe do novo desenho da porta, com comandos dos vidros e das travas elétricas

O MOTOR É O MESMO 1.8 16V FLEX, QUE SOFREU UMA COMPLETA RECALIBRAÇÃO

Comparando com o Corolla atual, apesar da distância entre eixos ter sido mantida e de ter crescido apenas um centímetro no comprimento, o espaço entre os bancos dianteiro e traseiro aumentou, melhorando o conforto de quem vai atrás. No porta-malas, a largura e a profundidade aumentaram, e o volume passou de 437 para 450 litros. A plataforma também é nova e o assoalho do banco traseiro agora é plano, como o do seu concorrente Civic, aumentando a rigidez da carroceria.

Apesar de ter as mesmas configuração e construção das suspensões (McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira), a geometria do sistema mudou, objetivando a redução de vibrações e ruídos. Na traseira, os materiais do eixo de torção foram alterados, melhorando comportamento, estabilidade e conforto. No sistema de direção, ao invés do hidráulico convencional, um motor elétrico eletronicamente comandado aciona o sistema hidráulico só quando necessário: novamente, para proporcionar menor consumo e melhor performance. Os freios também estão mais eficientes.

Acima, o repetidor do pisca no retrovisor, novidade na linha Corolla, e o espaço para os passageiros do banco traseiro, que melhorou, mas ainda é um pouco limitado pelo entreeixos, que se manteve o mesmo da geração anterior. À esquerda, os novos faróis, mais espichados e, acima, o portamalas, que cresceu em relação ao modelo antigo: ficou maior que o do Civic, mas ainda é menor que de concorrentes como o Chevrolet Vectra e o Citroën C4 Pallas

Quanto ao motor e ao câmbio, foi mantida a configuração atual: motor 1.8 VVTi de 136 cv, e câmbio manual de cinco marchas, que já era um dos pontos de destaque do carro. A novidade surge na versão automática: embora continue com quatro marchas, a nova transmissão possui comandos mais eficientes, com trocas mais suaves. Melhor que antes, mas inferior ao europeu, que possui cinco marchas com opção seqüencial. Baixos níveis de ruídos e asperezas ao rodar, performance compatível, consumo contido de combustível, linhas atraentes, maior espaço interno e de porta-malas, condução agradável e prazerosa e boas ofertas de equipamentos de conforto e segurança. Essas serão certamente as principais armas da Toyota para tentar reassumir a liderança do segmento de sedãs médios, hoje com o Civic. Será uma luta difícil, que já começa no comparativo das próximas páginas…