02/01/2013 - 13:01
Os carros chineses venceram o preconceito. Completos de fábrica e com extensas garantias, hoje incomodam a concorrência. E agora há mais um “negócio da China” no segmento de entrada. Na faixa de R$ 30 mil, o JAC J2 chegou para atazanar a vida de Gol, Palio, Uno, March, Ka e até dos recém-lançados Hyundai HB20, Toyota Etios e Novo Clio. As armas para isso? Como os irmãos J3, J5 e J6 não tem opcionais – vem de fábrica com ar, direção hidráulica, trio elétrico, CD, duplo airbag e freios ABS. Lançado no Salão do Automóvel por R$ 33.900, o J2 teve seu preço reduzido para R$ 30.900 depois que se anunciou que a redução do IPI seria prorrogada até dezembro.
Esse chinesinho atrai pelas linhas inusitadas e pelas dimensões reduzidas da carroceria, mas nem por isso tem um interior apertado. Pelo contrário, oferece boa amplitude e espaço para a cabeça dos ocupantes. O acesso ao banco traseiro, porém, não é dos melhores. Culpa do tamanho limitado e do ângulo reduzido de abertura das portas. Lá atrás, há lugar para duas pessoas – ao menos que o terceiro ocupante seja uma criança.
Outros pênaltis aparecem em peças com rebarbas, parafusos à mostra, banco do motorista sem regulagem de altura (só o volante tem) e o painel de instrumentos com pequenos contagiros e mostrador de combustível. Para completar, o porta-malas é meramente figurativo: são pífios 121 litros, suficientes apenas para uma mala pequena.
O J2 recebeu algumas melhorias em relação ao modelo vendido na China. Foram aprimorados, por exemplo, a calibração e coxinização do motor, o coletor de escapamento, a caixa e o filtro de ar, além dos para-choques dianteiro e traseiro.
Com vocação urbana, o J2 se sobressai diante de muitos concorrentes 1.0 pelo motor maior (o mesmo 1.4 do J3). A unidade tem boa potência, mas lhe falta fôlego em baixos giros e ele demora a embalar, dificultando retomadas e ultrapassagens. Além disso, só pode ser abastecido com gasolina – o compatriota Chery S18 leva vantagem por ser bicombustível. A tecnologia flex está nos planos da marca, além de uma transmissão automática – para competir com o Kia Picanto e modelos automatizados de outras marcas.
Os engates do câmbio manual de cinco marchas poderiam ser mais precisos e a alavanca é a mesma dos demais JAC. Também incomodam o peso excessivo da direção, a suspensão de pouco curso e macia demais, as vibrações do solo transmitidas ao interior e o pedal do acelerador muito leve. Quer saber mesmo, o J2 preciso de mais “estrada” para chegar ao nível em que está o J3.