Um carro que substitui dois modelos como Meriva e Za ra deve ser melhor que os dois juntos, certo? Essa era minha expectativa com o Spin. Sob o capô, o mesmo bom conjunto que equipa o Cobalt, que eu mesma já tinha avaliado para o comparativo desta edição (página 68). Mas não é que no Spin ele não me pareceu tão bom? O motor vai bem, mas o câmbio automático demora para fazer algumas trocas, não é sempre suave e se atrapalha nas retomadas, parece “indeciso” entre passar a marcha ou reduzir.

Em velocidades constantes o carro agrada. Nas curvas, a carroceria aderna bastante, o que pode causar incômodo, mas isso acontece devido a sua altura. A suspensão faz seu trabalho, o carro encontra o limite e cumpre bem sua missão. Não é um esportivo, claro, e as curvas mais fechadas exigem cautela, mas essa também não é a proposta de um familiar. Na cidade, roda macio e tem equilíbrio entre desempenho e conforto.

Era hora de testar o carro com a família a bordo. Como sempre acontece quando avalio carros de sete lugares, meus filhos pularam – literalmente – para “o fundão”. A leira extra de assentos exerce um fascínio inexplicável na molecada. O espaço é até bem confortável para duas crianças e eles ficaram felizes e bem acomodados. Na hora do desembarque, em uma tentativa de civilizá-los, resolvi deitar a segunda fileira para que eles pudessem sair da forma correta. Foi quando percebi que, rebatido, o banco ca com a estrutura metálica de encaixe exposta, o que pode causar arranhões na perna. Além disso, ao voltar para a posição normal, é bom verificar se nenhuma criança colocou as mãos ou os pés no encaixe do assoalho porque o movimento brusco pode machucar. No Zara, o acesso à fileira de trás era limitado, mas os encaixes melhores e o assoalho plano deixam saudades.

Já na hora de carregar bagagens, os bancos reorganizáveis permitiram que eu levasse quatro cadeiras de jardim empilhadas, uma compra de supermercado mensal e meus dois filhos sem muita dificuldade. Ainda assim, não achei o Spin melhor que os dois modelos que ele substitui. Digamos que fica no meio do caminho. Se eu precisasse de um carro para sete pessoas, correria para tentar levar uma das últimas unidades de Zara.

 

CONTRA PONTO

Confesso que ao dirigir o Chevrolet Spin lembrei da saudosa Za ra do meu pai. Que carro confortável e espaçoso! Ainda bem que esse novo monovolume da GM seguiu a mesma fórmula de sucesso. Bom, não sou um fã desse tipo de carro, mas “tiro o meu chapéu” para a versatilidade e a opção de levar até sete passageiros – algo impensável, por exemplo, em um sedã. Vou discordar da minha colega Ana Flávia em relação às respostas do motor e da transmissão automática de seis marchas. Na minha opinião, estão bem adequadas à proposta de um monovolume familiar. E como nem tudo são  ores, meus pontos negativos vão para o tecido aveludado dos bancos, que esquenta demais, o visual antiquado do rádio, a visibilidade traseira comprometida quando a terceira  leira está armada e as suspensões que deixam a carroceria rolar um “pouco a mais” nas curvas. Se eu compraria? Com sinceridade, não. O Spin tem um conjunto que agrada, mas o visual…É melhor deixar para lá! Eu caria com uma das outras opções do mercado, como o Nissan Livina.

Por Rafael Poci Déa