O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) discutirá na próxima quarta-feira um aumento da mistura de etanol anidro na gasolina dos atuais 27% para 30%, de acordo com fontes do governo com conhecimento do assunto.

Além disso, o conselho de ministros para aconselhamento do presidente da República deverá debater no mesmo dia a elevação da mistura de biodiesel no diesel dos atuais 14% para 15%, segundo as fontes.

Procurado, o Ministério de Minas e Energia, que preside o CNPE, não comentou imediatamente sobre a pauta do encontro.

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Havia expectativa de que uma decisão sobre o assunto fosse tomada até o final do segundo trimestre, após o governo ter adiado o aumento da mistura do biodiesel, inicialmente previsto para março, citando preocupações inflacionárias.

Uma mistura maior de combustíveis renováveis nos fósseis é observada de perto pelos mercados de açúcar, milho e soja, já que o adoçante compete por cana usada no processo produtivo de etanol, enquanto o cereal também é matéria-prima crescente para o biocombustível no Brasil.

O óleo de soja já é a principal fonte para a produção de biodiesel, com mais de 75%. Uma mistura maior poderia estimular um aumento do esmagamento da oleaginosa no Brasil, que colheu uma safra recorde de soja em 2025.

Cálculos anteriores do Ministério de Minas e Energia indicaram que a mistura maior de etanol anidro representaria um aumento de 1,5 bilhão de litros na demanda, no ano.

Em fevereiro, a consultoria StoneX citou que um avanço da mistura obrigatória de biodiesel para 15% ante 14% e o crescimento da demanda por diesel garantiriam um consumo adicional de mais de 1 bilhão de litros de biodiesel, para mais de 10 bilhões de litros.

Nos dois casos, a mistura maior de biocombustível tem potencial de reduzir as importações de gasolina e diesel.