08/07/2025 - 8:43
Fundada na Califórnia (EUA) em 2009, a Singer Vehicle Design tornou-se uma das mais cultuadas oficinas de customização do mundo por uma ideia nem tão original, mas levada à perfeição: acoplar a mecânica de um Porsche 911 moderno à carroceria de um modelo antigo.
Para o fundador e diretor criativo da Singer, Robert Dickinson – ex-vocalista da banda de rock alternativo Catherine Wheel e primo de Bruce Dickinson, do Iron Maiden –, o 911 mais robusto e equilibrado pra isso é o da geração 964, que entre 1988 e 1994 teve 63.762 exemplares produzidos.
Com um deles em mãos, o cliente entrega-o à Singer e espera, em média, três anos até reencontrá-lo. Isso depois de a empresa aprovar o carro que servirá de base (“donor car”) e o proprietário escolher cor, acabamento, opcionais e detalhes técnicos do seu futuro Singer.
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Do original quase nada resta. Ficam apenas chassi, bloco do motor e carcaça do câmbio, preservando-se assim a autenticidade e o valor histórico do veículo. Trata-se do “matching number”, espécie de impressão digital de um carro, quando as numerações de fábrica dos três elementos se correspondem.
O primeiro modelo da Singer chama-se Classic Study, que, embora tenha a base do 964, esteticamente remete à primeira fase do 911, que foi de 1964 a 1973. Esgotado, terá a última das 450 unidades encomendadas produzida no fim do ano.
Com tantos entusiastas milionários no Brasil, é curioso que um Singer tenha desembarcado somente agora por aqui. Foi preciso que a GTO Car Specialists iniciasse um movimento de aproximação, negociação e planejamento para que existisse o Brazil Commission, nome dado ao primeiro e único Classic Study destinado ao mercado nacional.
“Mais do que vender automóveis, oferecemos curadoria, acesso e confiança. Nos orgulhamos de negociar modelos que poucos têm acesso, viabilizar experiências nas fábricas das marcas mais desejadas do planeta”, explica Leone Andreta, um dos sócios-fundadores da GTO ao lado de Fabio Amaja e Renato Viani.
“Foram quatro anos de construção, entre aquisição, especificação e finalização, até sua chegada ao País”, reforça Amaja.
O Singer Classic Study que foi direto para a garagem de um colecionador brasileiro (que obviamente foi mantido no anonimato) tem motor 4.0 de 390 cv e 41 kgfm de torque, câmbio manual de seis marchas e carroceria (à exceção das portas, toda em fibra de carbono) na cor Dark Sapphire Metallic, originalmente um tom da Jaguar. O escapamento é de titânio e a cabine tem couro nos bancos, na parte inferior do painel e nas laterais das portas.
“Os exemplares da linha Classic partiam de US$ 550 mil, podendo ultrapassar US$ 850 mil com todos os opcionais. Hoje, com a produção encerrada, esses carros já atingem valores na faixa de US$ 1,2 milhão — uma valorização de cerca de 40%”, destaca Amaja. O preço final do Brazil Commission não foi revelado.
E mais um Singer vem aí. Baseado no 911 preto das fotos, será um Turbo Study, recriação da Singer para o Porsche 930 Turbo de 1978. Partindo de US$ 855 mil, tem entrega prevista para 2028.
O valor refere-se exclusivamente ao trabalho realizado pela Singer Vehicle Design e não inclui os serviços de logística e curadoria da GTO – que ainda tem no currículo transações para clientes brasileiros que possuem coleções na Europa e Estados Unidos, como Pagani Utopia Roadster, Koenigsegg Jesko, Bugatti Tourbillon e Gordon Murray T.50, entre outros.
