O índice de roubos de carros nas grandes metrópoles é bastante alto. Mesmo com seguro, as conseqüências de um roubo não são nada agradáveis. O carro é encontrado em estado ruim, ou “depenado”, e o seguro não reembolsa o prejuízo. Apesar da indenização em dinheiro, você acaba perdendo os equipamentos que tinha. Sem falar que trocar de carro inesperadamente não é nada bom. Para evitar problemas, existem vários tipos de equipamentos contra roubos e furtos. Rastreadores, bloqueadores e alarmes são as principais ofertas para a segurança de seu veículo.

Alarme

O alarme é o recurso mais comum para proteção. O mercado oferece muitas opções, que variam de funções mais básicas às mais modernas, como seleção de sons de sirene, monitoramento de portamalas e capô, comando para ligar e desligar o som e controle por presença, que faz com que o motor fique bloqueado até que o dono o desbloqueie pelo controle remoto. Mesmo com todos esses aparatos, o alarme em si funciona a partir de um sensor que dispara a sirene se a ignição ou as portas forem violadas. Para detectar movimentos no interior do veículo, outro dispositivo emite ondas de ultra-som, que são capazes de identificar se alguém invadiu o carro.

Bloqueador

Assim como o nome já diz, o bloqueador é encarregado de interromper o funcionamento do veículo em casos de roubo. Para isso, o cliente deve ligar para a central de monitoramento da empresa que fornece o bloqueador, se identificar (muitas vezes é necessário dizer uma senha) e pedir o bloqueio do veículo. Pouco depois, a alimentação de combustível ao motor é cortada e uma sirene é acionada, reproduzindo uma gravação que informa o roubo e dá um numero 0800 para que as pessoas por perto liguem e digam a localização do carro. Logo após o bloqueio, a central informa a polícia, que faz uma varredura nos arredores do local.

Empresas de bloqueadores e rastreadores oferecem centrais 24 horas. No caso dos rastreadores, quando o veículo é localizado, um serviço de busca vai tentar recuperá-lo

Há também a tecnologia GSM, de celular, que dispensa a taxa mensal de serviço. Com um chip de celular dentro do bloqueador, o motorista tem a possibilidade de bloquear o motor apenas com uma ligação para aquele número. O ponto negativo desse sistema é que o cliente corre o risco de o dispositivo quebrar e o veículo ser bloqueado, ou de acabarem os créditos do aparelho e o bloqueio não funcionar em um momento de necessidade. Algumas empresas disponibilizam um botão secreto dentro do veículo, para que o cliente desative o sistema caso o bloqueio seja involuntário. Esse tipo de equipamento custa em média R$ 800 e não possui taxas mensais, mas é necessário manter sempre o celular ativo, com créditos válidos, para que possa receber a ligação.

Rastreadores

Os rastreadores que utilizam tecnologia GPS, via satélite, têm maior abrangência

Uma soma de alarme e bloqueador, com o diferencial de ter por trás um serviço de resgate do veículo e uma central de monitoramento por antena ou por tecnologia GPS (via satélite). Isso define bem o que o consumidor pode esperar quando instala um rastreador em seu veículo. “O mais importante não é o equipamento, e sim o serviço oferecido. É isso que a pessoa deve priorizar na hora de escolher qual rastreador vai usar”, diz Pedro Coli, gerente de marketing e vendas da Ituran, uma das maiores empresas de rastreamento do Brasil. Para bloquear o veículo, o usuário tem que ligar para a central e informar o que está acontecendo. Se ele estiver dentro do carro com os bandidos, um botão secreto avisa a central. Para ter certeza de que o botão não foi apertado por acidente, a empresa liga para o celular do cliente e diz um código do serviço, pré-combinado com o usuário.

Atualmente, as empresas de rastreadores oferecem dois tipos de monitoramento: o de radiofrequência, que usa antenas, e o que usa tecnologia GPS, via satélite

Quando não é possível estabelecer uma comunicação com o próprio motorista, a empresa liga para sua família. Se confirmado o ocorrido, o carro é bloqueado e localizado através de coordenadas como latitude e longitude, que são inseridas no mapa e revelam o endereço. A partir daí, um agente da empresa vai à paisana localizar o carro e ver o que está acontecendo, para só depois comunicar à polícia, fornecendo todas as informações que conseguiu.

Hoje existem duas tecnologias predominantes de rastreamento: a por radiofreqüência e a por sinal de GPS. A primeira é menos abrangente, porém bem mais eficaz, chegando a localizar o carro até quando escondido em subsolos. Já a segunda tem a vantagem de ter cobertura nacional.

Seguro mais baixo

Os equipamentos de segurança dão resultado, isso já está provado. Por isso, as seguradoras começaram a levar em consideração a presença desses aparatos na hora de calcular os custos das apólices.

Antifurto de FÁBRICA

A partir do ano que vem, entra em vigor a lei 245, que obriga a venda de veículos novos saídos de fábrica com bloqueadores. Todos os carros zero km terão que vir equipados com o aparelho, porém a ativação do equipamento ficará por conta do motorista. Apesar de, em um primeiro momento, parecer um enorme ganho para os consumidores, a lei está provocando polêmica. Há muitos pontos positivos, mas também negativos.

Um deles é a possibilidade de os ladrões começarem a saber os locais onde são instalados os rastreadores. “Por ser instalado na linha de montagem, é inevitável que haja uma padronização”, afirma Marcelo Sebastião, gerente de produto para autos da Porto Seguro. Segundo ele, mesmo assim, os carros que tiverem sistema antifurto terão o seguro mais baixo.

Já Pedro Coli, da Ituran, acredita que o ideal para essa lei funcionar é a obrigatoriedade de uma homologação para todas as empresas ligadas à segurança veicular, para selecionar as realmente capacitadas. “Tudo ainda está muito superficial. Na minha opinião, é preciso que outras medidas sejam tomadas. Só assim a lei terá respaldo suficiente para atender aos consumidores”, afirma Coli. Querendo ou não, o consumidor estará comprando um produto mais completo, mas isso pode acabar pesando no seu bolso.

Algumas até oferecem o rastreador em comodato para os clientes que têm perfil com maiores riscos de furto. Segundo Marcelo Sebastião, da Porto Seguro, a empresa possui o serviço e produz o equipamento, que é oferecido gratuitamente para os motoristas e veículos que estão mais expostos a roubos e furtos. Ele diz que, em alguns casos, a redução no valor da apólice chega a até 30%. “Quando é calculado o valor do seguro, os quesitos levados em consideração são: perfil do cliente, modelo do carro e índice de roubos na região de uso. Se a possibilidade de sinistro baixar, o preço cai bastante também”, explica Sebastião.

Se o cliente já possui esses equipamentos, o seguro também pode diminuir. Consulte seu corretor e negocie um desconto – pode acabar compensando o investimento.

Por meio de coordenadas de latitude e longitude, a localização do veîculo no mapa é obtida pela central

Alarme Olimpus

Possui funções exclusivas, como sensor de velocidade integrado, ultra-som com ajuste digital de sensibilidade e alerta luminoso de paradas bruscas. Seu preço sugerido é R$ 260

Rastreador Car System

Pode ser instalado em qualquer carro, e mantêm a originalidade do veículo. O preço do equipamento é R$ 849, e a mensalidade, R$ 29

Alarme Quantum

Possui funções de rearme automático, comando de travas e vidros e controle do sistema de som. Seu preço sugerido é R$ 150

Bloqueador Locatorone

Com uma ligação para o chip de celular GSM, que fica dentro do bloqueador, o usuário bloqueia o veículo sem precisar da interferência da central. O equipamento custa R$ 440

Rastreador JCA

Possui tecnologia GPS, por isso tem abrangência nacional. O equipamento custa R$ 1.199, e a mensalidade R$ 99

Bloqueador JCA

O bloqueio é feito um minuto depois da ligação do usuário. O equipamento custa R$ 540, e a mensalidade R$ 35

Rastreador Ituran

Com opção de tecnologia GPS ou de radiofreqüência, possui monitoramento 24 horas. O que usa GPS custa R$ 950, com mensalidade de R$ 65. O de radiofreqüência custa R$ 820, mais R$ 35 mensais