08/03/2018 - 14:20
Todos estão de olho no Chevrolet Onix. Ele terminou o ano passado no primeiríssimo lugar entre os mais vendidos, com 188.654 veículos licenciados, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Contra ele, duas novidades: o Fiat Argo e o Volkswagen Polo. O primeiro estreou em meados de 2017 e somou de junho a dezembro 27.925 unidades emplacadas, enquanto o Polo chegou às concessionárias em novembro e concluiu o ano com 9.521 veículos vendidos.
O Onix estreou no fim de 2012 e de lá para cá ganhou novas versões/conteúdos e um facelift na linha 2017, acompanhado de atualizações mecânicas. Ele segue feito sobre a base GSV (Global Small Vehicle) também utilizada nos modelos Prisma, Cobalt e Spin, só para citar. O Argo tomou emprestado a base MP1 do Fiat Punto, mas inteiramente revista e 42 kg mais leve na carroceria em relação ao Punto. A sexta geração do Polo é construída sobre a plataforma modular MQB A0, também utilizada pelo Virtus.
Na ponta do lápis, o Onix LTZ custa R$ 58.390, enquanto o Argo Drive 1.3 (R$ 54.990) e o Polo 1.6 MSI (R$ 54.990). Esses dois últimos completos saem por R$ 60.190 e R$ 57.590, respectivamente. O Polo é mais largo e comprido, além de seu entre-eixos maior garantir um bom espaço para quem viaja atrás. Onix e Argo exibem uma cabine bem cuidada dotada de plásticos texturizados e detalhes cromados. Dos três, o interior do Polo mostra um ar de simplicidade.
Essa sensação só aumenta ao reparar os trilhos dos bancos à mostra, o tecido empregado nos assentos e a coluna de direção fixa – no Onix e no Argo são reguláveis em altura. Outra crítica ao VW está nos retrovisores ajustáveis manualmente. Aliás, os elétrivos só estão disponíveis no Polo a partir da versão Comfortline 200 TSI (R$ 65.190). No compacto da Fiat, os retrovisores e os vidros elétricos traseiros são opcionais (confira na tabela “Equipamentos”).
A central multimídia com tela sensível ao toque e conectividade Android Auto/Apple CarPlay é de série no Chevrolet e no Fiat. E a do Argo possui tela flutuante de 7”. No Polo, o sistema de entretenimento Composition Touch é cobrado à parte dentro do pacote Connect Pack (R$ 2.600), que adiciona volante multifuncional, computador de bordo, assistente de partida em rampa, controles de tração/estabilidade e bloqueio eletrônico do diferencial. Apesar de opcionais, alguns desses itens não são encontrados no Argo e tampouco no Onix. E o carro da Chevrolet tem a exclusividade do serviço de concierge OnStar. Por meio de um botão no retrovisor interno, o condutor contacta uma central para receber informações sobre rotas, busca de locais e chamadas de emergência, por exemplo.
Segurança e dirigibilidade
O Polo levou cinco estrelas nos testes de colisão do Latin NCAP, além de ter quatro airbags (frontais e laterais). O Onix teve três estrelas no teste de colisão, refeito agora em janeiro, quando também ganhou o isofix para cadeirinhas infantis. Já no quesito porta-malas, o do Onix é de 280 litros, enquanto Argo e Polo empatam, com 300 litros (o Renault Sandero ainda supera a todos, com 320 litros). Outra ausência inexplicável no Polo está na tampa sem um botão para abertura. Essa operação é realizada somente pela chave ou por meio de um comando interno.
O Volks pode ser imbatível nas versões turbinadas Comfortline 200 TSI e topo Highline 200 TSI, porém, nessa intermediária 1.6 MSI as coisas são um pouco diferentes. Embora ofereça a maior potência dos três, o fôlego do compacto da Volks aparece mais nos médios giros. Comparado a ele, o 1.3 Firefly do Argo usa duas válvulas por cilindros e comando simples dotado de variador de fase na admissão e no escape. Dessa forma, entrega um bom rendimento em qualquer faixa de giro. Na cidade, por exemplo, o Argo anda “cheio” grande parte do tempo, pedindo mínimas reduções. Além disso, é equipado com o sistema start-stop. Sob o capô do Onix, o propulsor 1.4 Eco oferecer boas respostas nos giros baixos, fazendo o hatch deslanchar sem esforços.
Argo e Polo usam câmbio manual de cinco marchas e o Onix, de seis. Outro questionamento do Polo está em não utilizar a caixa de seis velocidades empregada no VW Golf Comfortline 1.0 TSI (R$ 78.780). Sendo assim, rodando na estrada a 120 km/h, o ponteiro do conta-giros do Chevrolet marca 2.900 rpm contra 3.100 no Volks e 3.500 no Argo. Sem dúvidas, elogios vão para os engates leves e precisos do Volks. Os do Onix também são precisos, porém ligeiramente mais pesados. E o trambulador do Fiat às vezes vacila, principalmente nos engates da terceira e da quinta. Todos esses compactos trazem direção com assistência elétrica. E a do Argo é a mais leve, pois os concorrentes possuem uma calibragem mais firme, contribuindo nas velocidades mais altas.
As suspensões dos três são voltadas para o conforto. A do Fiat está no meio termo entre macia e firme, mas deixa a carroceria rolar um tanto a mais nas curvas. No Onix a carroceria pode oscilar menos, porém, ao trafegar em pisos irregulares, é possível sentir o eixo traseiro trabalhando. Nada que incomode ou desagrade. O conjunto do Polo tem o melhor acerto dos três e o conjunto é o mais confortável de todos os hatches do fabricante. Onix, Argo e Polo possuem freios a disco na dianteira e a tambor atrás – aliás, o do Chevrolet tem o acionamento mais progressivo de todos. As rodas do Onix são de liga leve de 15”, opcionais no Argo e no Polo.
O Onix pode ser o mais rodado dos rivais, mas continua agradando por sua dirigibilidade, pelo bom acabamento interno e pela lista de equipamentos generosa, que inclui o serviço OnStar. O novo Polo dá um banho ao volante com um carro “na mão” e tem bons itens de segurança, mas nessa configuração 1.6 MSI peca pelo acabamento simplório, pela ausência de itens básicos e por não oferecer comodidades, como sensores de estacionamento e câmera de ré. E ficamos, então, com o vencedor deste embate, o Fiat Argo, que se destaca pela dirigibilidade e pelo acabamento, apresentando a melhor relação entre custo e benefício.