21/09/2025 - 15:00
A concessionária nada mais é do que a intermediadora entre a fabricante e o cliente. Cuida das vendas, da papelada, da entrega e, depois, do pós-venda: fazem as revisões e, em alguns casos, resolvem os problemas dos carros que já foram vendidos.
+Em falência, Neta reduz rede para uma concessionária e tem apenas 300 carros no Brasil
+Por que concessionárias da China estão pedindo para que montadoras parem de despejar estoque

Antigamente, bastava um showroom com as novidades expostas, algumas mesas com computadores (e vendedores), e a oficina para uma concessionária sobreviver. Mas, hoje, a coisa é diferente: as autorizadas vão bem além e precisam conquistar o consumidor também pela experiência dentro da loja.
“Experiência” na concessionária

O discurso mais comum é o da “excelência em pós-venda”, mas o caminho escolhido por várias redes tem sido transformar a visita em algo mais agradável, quase como um shopping, um coworking ou um clube social. É um movimento de sobrevivência num mercado em que as novas marcas, especialmente as chinesas, vêm crescendo e multiplicando revendas pelo Brasil.

Um exemplo é a nova Toyota T-Line, que abre as portas em São Paulo capital no próximo dia 25. O espaço tem 10,5 mil m² e fica nas imediações do Aeroporto de Congonhas. O investimento foi grande: oficinas climatizadas, postos de serviço em que dois técnicos trabalham no mesmo carro para reduzir o tempo de revisão pela metade e até um bar temático para entreter quem aguarda.

Enquanto isso, o cliente pode se instalar em um escritório compartilhado, com internet, café e outras mordomias. A loja já planeja também um espaço infantil com oficinas básicas de mecânica, aproximando crianças do universo automotivo.
Até academia…

Não é caso isolado. Em Sorocaba, interior de São Paulo, a concessionária Toyota Ramires já oferece sala de reunião, auditório, café e até mesmo uma academia, onde o cliente pode treinar enquanto o carro está na revisão. O espaço kids, que será implantado na unidade paulistana, ali já funciona há algum tempo.
E não são só as marcas japonesas. Marcas premim como BMW, Audi ou Mercedes há anos oferecem lounges climatizados, cafés de grão, Wi-Fi e cardápios de petiscos em uma concessionária de padrão mais elevado, enquanto algumas revendas de marcas populares têm investido em versões mais modestas: cadeiras confortáveis, tomadas para carregar dispositivos, TV a cabo e café expresso, ao menos.

Concessionária não é mais apenas o lugar de comprar e revisar o carro, mas um espaço pensado para oferecer conforto e reter o cliente por mais tempo. A concorrência, cada vez mais voraz, exige esses e outros avanços. Se essas mordomias serão de fato aproveitadas ou funcionarão apenas como vitrine, aí o tempo e o comportamento dos consumidores vão dizer.