01/12/2009 - 0:00
Em 1994, a Volks lançou o Gol “bolinha” e, em 1996, a Fiat começou a vender o Palio. Os anos se passaram e os dois foram recebendo atualizações estéticas e mecânicas, aprimoramento de detalhes – mas, basicamente, continuavam os mesmos carros, e foram ficando ultrapassados.
Manter a liderança do mercado na década de 90 era fácil para o Gol, e o Palio não parecia uma ameaça significativa. Mas o Fiat foi ganhando o consumidor até que, em agosto de 2007 (pouco após sua última reestilização), ultrapassou o Volks. O Gol recuperou a liderança de mercado no mês seguinte, mas estava ali um “alarme” dizendo que o Gol precisava ser atualizado com urgência – e de maneira considerável.
Quase dois anos depois, chegou o Novo Gol: um produto moderno, com plataforma nova (com exceção do eixo traseiro, é a PQ-25, a mais moderna de compactos do grupo VW). E essa evolução é sentida no espaço interno, na posição ao volante (que tem regulagem de altura e profundidade de série na versão Power, enquanto o volante do Palio só tem regulagem de altura), na estabilidade direcional e na precisão do sistema de direção. Um produto moderno, que tem muitos anos de vida pela frente. Ao mesmo tempo, o Palio chega próximo ao final desta geração, que já tem data para acabar: no final de 2011, sofrerá uma mudança completa, com nova plataforma. O atual pode até permanecer mas apenas como carro de entrada.
Comparando estas duas ofertas com câmbio automatizado mais baratas do mercado, a Fiat fica para trás. E não só pela desvantagem da idade já apontada. Sua versão sem embreagem (Dualogic) chegou antes, mas a da Volkswagen (I-Motion) chegou melhor. Os dois sistemas funcionam como um câmbio manual normal, mas com um “robô” que “pisa” na embreagem e troca as marchas no lugar do motorista. Mas o sistema do Gol tem um acerto melhor, mais confortável, com menos trancos e mais agilidade nas trocas, principalmente quando efetuadas por meio das borboletas no volante. Mas vale frisar que nenhum deles é tão bom quanto um automático convencional e nem chegam perto das mais modernas transmissões automatizadas da atualidade, como a do próprio grupo Volkwagen para Passat, A3 e cia.
O Palio tem o motor mais potente, mas isso não é suficiente para superar o Gol
Tanto o Gol quanto o Palio têm interiores menos sofisticados do que os das fotos, cheios de opcionais. Ar-condicionado e airbag duplo, por exemplo, são itens opcionais em ambos. O câmbio da Volks garante rodar mais macio e intervenções mais limitadas do sistema na condução manual do motorista
Os dois carros têm a opção “sport”, para mudanças mais rápidas, mas apenas no Gol, quando se escolhe o modo manual (você continua não pisando na embreagem, mas escolhe as marchas que quer usando a alavanca do câmbio), as mudanças de marcha podem ser feitas por borboletas no volante (opcional interessante, por cerca de R$ 400).
Pode-se argumentar que o Palio tem motor 1.8 de até 114 cv, mais potente que o 1.6 de até 104 cv do Gol, e leva vantagem também no torque. Mas, em primeiro lugar, a diferença de desempenho é sensível, mas não gritante, e o consumo do Palio é alto. Em segundo lugar, quem busca um automatizado dá muito mais importância ao conforto do que ao desempenho. Falando em conforto, a suspensão do Palio o tem como sua prioridade (e é até macia demais).
Para quem gosta de uma tocada mais esportiva, que transmita segurança, o Gol é sem dúvida melhor.
Os equipamentos de série deste Palio ELX Dualogic são quase exatamente equivalentes aos do Gol Power I-Motion (ambos têm de série faróis de neblina, retrovisores e para-choques na cor do veículo e direção hidráulica, entre outros itens, mas cobram a mais por ar-condicionado, vidros e travas elétricas, etc). E os preços sugeridos também se equivalem: R$ 38.030 pelo Fiat e R$ 39.110 pelo Volks (este pode, ainda, ser comprado em uma versão mais básica, por R$ 34.605). Mas, que fique bem claro: os modelos desta reportagem estavam equipados com quase R$ 10 mil em opcionais. Nessa disputa, o Gol, novamente na liderança absoluta, leva a melhor. Pelo menos até a chegada da nova geração do Palio.
Em constante evolução, o câmbio do Palio tem acerto melhor que o dos primeiros Fiat equipados com essa tecnologia, mas ainda é inferior ao do Gol. Nesse caso, sente-se também a falta da opção de fazer as trocas por meio das borboletas no volante, o que não está disponível nem como opcional