01/04/2014 - 11:06
Entre os dias 13/06 e 13/07 o Brasil vai sediar a 20ª edição da Copa do Mundo, talvez o evento que tenha a maior manifestação de nacionalismo em todo o planeta. Nela, os jogadores de todas as seleções “colocam a pátria no bico das chuteiras”, como diziam os locutores esportivos. As torcidas fazem um espetáculo à parte, com milhares de pessoas pintadas ou enfeitadas com as cores de seus países. A Copa do Mundo Fifa vai reunir 32 seleções em oito grupos. Desses, 15 produzem carros que são vendidos no Brasil.
Mas como seria uma Copa dos Carros? Fizemos essa simulação para que os nossos leitores vejam que, ao contrário do futebol, no mercado automobilístico não existe nacionalidade, muito pelo contrário – o que vale é o sistema capitalista mesmo, com produção em diferentes países. Quase todas as marcas possuem fábricas em países que não são os seus de origem. O Brasil, por exemplo, não tem nenhuma marca brasileira depois que a Troller foi comprada pela Ford. A sueca Volvo só tem automóveis fabricados na Bélgica, a Renault não tem nenhum carro francês, a Nissan não traz nenhum carro japonês e a Ford não fabrica nenhum de seus modelos nos Estados Unidos, onde nasceu. Um ícone da indústria norte-americana, o Chevrolet Camaro, é na verdade… canadense!
Neste levantamento (veja quadro na página anterior), quase todos os carros chineses ficaram de fora porque a China não está na Copa do Mundo. Por outro lado, Portugal está no torneio de futebol, mas não fabrica nenhum carro que é vendido no Brasil, então também está fora. No quadro mostramos o grupamento e a origem de cada modelo. Na Copa do Mundo Fifa, o Brasil está no Grupo A, junto com o México. Os demais favoritos estão nos grupos B (Espanha), D (Inglaterra, Itália e Uruguai), F (Argentina) e G (Alemanha). Veja em qual grupo está o seu carro e torça por ele! O Brasil é o país com mais montadoras: 15, todas estrangeiras. Ou seja: dos países que participarão da Copa do Mundo Fifa, nada menos de 15 produzem carros no Brasil. São os carros “nacionais”. Em seguida, a maior oferta vem da Argentina, com nove montadoras servindo o Brasil. Depois temos México (8), Estados Unidos (7), Japão (6), Inglaterra (6), Alemanha (5), Coreia do Sul (3), Itália (3), França (3), Uruguai (2) e Bélgica (2).
Como se vê, nacionalismo é palavra morta na Copa dos Carros. Afinal, qual é a “nacionalidade” de um Audi Q3? Trata-se de um alemão feito na Espanha e vendido no Brasil. Já o Honda City é um carro japonês fabricado na Argentina e no Brasil. O Smart Fortwo é um alemão produzido na França! E por aí vai. Por esse raciocínio, podemos dizer que a “seleção brasileira” reúne 56 carros. Portanto, a maioria dos modelos vendidos no Brasil, entre os participantes da Copa do Mundo, são “nacionais”, considerando as nacionalidades por origem de fabricação.
E você? Vai torcer pelo Brasil ou, caso seu carro não seja fabricado em nosso país, vai apoiar a seleção do país que fabrica seu carro?