01/06/2009 - 0:00
NISSAN LIVINA SL R$ 56.690
O Livina tem acabamento de qualidade e bom espaço para quem vai atrás, mas o banco bipartido aparece só na versão top de linha. O (eficiente) câmbio automático não possui opção de trocas sequenciais
Apesar da boa lista de itens de série, algumas faltas serão sentidas pelo motorista: o ar-condicionado digital e o computador de bordo, por exemplo, não são oferecidos nem na versão mais cara
Se você está pensando em comprar um carro com preço na casa dos R$ 50 mil, vale a pena fazer um test-drive neste novo Livina. Primeiro carro de passeio da Nissan fabricado no Brasil, é também o primeiro veículo flex da marca no mundo. Classificado como minivan, chega para enfrentar Honda Fit, Chevrolet Meriva e Fiat Idea – mas não só. Maior que os três, tem qualidades para roubar consumidores de peruas, hatches, sedãs… Afinal, o consumidor brasileiro “navega” entre os segmentos, não se mantendo fiel a um único tipo de carroceria.
Acima, o bagageiro de 449 litros, bom para o porte do carro. Abaixo, a curiosa posição escolhida para o reservatório de partida a frio, entre o capô e o para-brisa, fora do cofre do motor. A unidade 2.0 com sistema flex chega ao Tiida em junho deste ano
Usando a plataforma do (excelente) Tiida, o Livina consegue ser ainda mais espaçoso. A distância entre-eixos (2,60 m) garante conforto para quem vai atrás e, com 4,18 m de comprimento (maior que uma Scénic), ainda oferece um generoso porta-malas com capacidade para 449 litros de bagagem – maior que os dos concorrentes. O preço do modelo começa em R$ 46.690, com motor 1.6 16V flex (da parceira Renault) e câmbio manual de cinco marchas, enquanto a versão SL, mais completa, custa R$ 51.290 com o mesmo conjunto motor/câmbio. Com motor 1.8 16V também são duas versões, apenas com câmbio automático: a básica tem o preço sugerido de R$ 50.690, enquanto a SL, top de linha, é vendida por R$ 56.690.
Vale destacar que a versão “básica” já vem com ar-condicionado, direção com assistência elétrica, trio elétrico, abertura interna do tanque de combustível e portamalas e airbag para o motorista, enquanto na SL somam-se airbag do passageiro, freios ABS, bancos de veludo, volante com revestimento em couro, CD player com MP3 e entrada auxiliar, rodas de alumínio aro 15, faróis de neblina, banco traseiro bipartido e comando de travamento das portas na chave.
O consumidor pode sentir falta da regulagem de altura do banco do motorista e da profundidade do volante (apesar disso, a posição de dirigir é boa), do computador de bordo e do ar digital automático, mas, considerando seu preço, o pacote continua muito atraente.
Apesar de ser concorrente direto das minivans, o Nissan Livina tem atributos para roubar clientes de hatches, de sedãs e até de peruas
Essa versão com visual off-road pode ser lançada no Brasil em breve
Para avaliar o modelo, saímos de Curitiba e rodamos pela BR-116 até São Paulo, a bordo da versão mais cara (que a marca espera responder por 20% das vendas). A viagem foi agradável: o moderno e econômico motor 1.8 de até 126 cv com comando variável (o mesmo do Tiida, só que adaptado para rodar com álcool) é o mais potente do segmento e mostra boa disposição (zero a 100 km/h em menos de 11 segundos, com 90% do torque atingido a 2.400 rpm) e bom entrosamento com o câmbio automático (nem parece um quatro marchas). É silencioso em condições normais, mas um pouco ruidoso em altas rotações.
O sistema de direção com assistência elétrica é leve na cidade e tem “peso” certo na estrada. A suspensão também merece elogios: absorve bem as irregularidades, proporcionando conforto e segurança na medida certa, e passa a sensação de solidez. Característica reforçada pelo centro de gravidade que não é tão alto – embora isso tire do Livina um atrativo das rivais: a posição de dirigir elevada.
Enfim, um produto que conquista pelo custo/benefício, com qualidades para dar trabalho aos rivais e roubar clientes de outros segmentos. É a chance de a Nissan ampliar sua participação de mercado.
Livina e seus alvos
O Livina enfrenta o Fit, mais caro e menos potente, mas com soluções inteligentes no uso do espaço – e mais econômico. O Idea, abaixo, tem posição de dirigir mais elevada, assim como o Meriva. Os dois têm opção de motor 1.4 (fraco demais nos dois casos) ou o ultrapassado 1.8 (que compartilham), e não oferecem câmbio automático. Os preços são os praticados no mercado, segundo a Tabela Fipe
Acima e à direita, o Idea, e, abaixo e à esquerda, o Meriva: a Nissan quer roubar seus consumidores