04/09/2025 - 19:00
Stefano Domenicali, CEO da Fórmula 1, confirmou recentemente que está considerando uma reestruturação no formato de Grandes Prêmios da categoria. O novo projeto do dirigente inclui a diminuição dos treinos livres, mais corridas sprints ao longo do ano, duração menor das provas oficiais e até grid invertido em algumas etapas.
Para o italiano, o modelo atual – com duas sessões de treinos na sexta-feira, cada um com uma hora – não atrai o interesse do público. Ele defende que com as atualizações dos simuladores, não há a necessidade de manter testes longos todos os finais de semana.
“Estou sendo um pouco provocativo, mas os treinos livres atraem superespecialistas. As pessoas que querem ver mais ação preferem um fim de semana de sprint. As corridas atuais podem ser um pouco longas demais para o público mais jovem”, defendeu Stefano.
Pensando nisso, a principal aposta do diretor é instituir mais corridas sprints. Atualmente, o calendário conta com seis etapas sprint: GPs da China, Miami, Bélgica, Austin, Brasil e Catar.

“Devo dizer que, além de alguns fãs mais velhos, todos querem fins de semana de sprint. Os promotores pressionam por esse formato e agora os pilotos também estão interessados. Discutimos o assunto no jantar que organizamos na Áustria e todos falaram a favor”, continuou.
Embora esteja focado no novo formato, Domenicali explicou que prefere seguir com cautela na aplicação da regra na maioria das provas, já que a adição trará custos a mais para as equipes e uma possível exaustão dos atletas.
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Corridas mais curtas?
Domenicali também apresentou a chance das corridas oficiais terem seu tempo reduzido. Anteriormente, as primeiras provas da competição chegavam a durar três horas, mas o regulamento atual limita as disputas a pouco mais de duas horas de ação.
Porém, o CEO acredita que mesmo com essa redução, as transmissões estão se tornando cansativas para parte do público.
“Estamos vendo em muitos de nossos canais que os destaques se saem muito bem. Para quem cresceu com o formato atual, está tudo bem como está, mas há um grande segmento que só quer ver os momentos-chave”, afirmou Stefano.
Domenicali explicou que apesar da F1 estar com bons resultados de audiência e popularidade, é essencial pensar no futuro da modalidade e em como continuar chamando a atenção dos espectadores.
Fernando Alonso discorda de novo projeto

Quando questionado sobre as declarações do diretor geral, o veterano Fernando Alonso (Aston Martin) disse que não vê problemas com a duração das corridas e brincou sobre seu futuro no esporte.
“Bom, estarei do outro lado, de frente para a TV quando isso acontecer. Não acho que seja um problema com o esporte, que precisa mudar, mas Stefano sabe melhor do que ninguém, então se ele acha que isso é necessário… Estamos em boas mãos com ele”, comentou o espanhol.
Alonso defende que com menos voltas, as estratégias e o tempo de briga por posições mais altos pode se tornar complicado.
“Vai ser difícil executar qualquer coisa, seguir todos os carros, eles terão a mesma idade dos pneus, o que talvez torne impossível recuperar posições, portanto os stints mais longos abrem essa liberdade na estratégia, mas, como disse, é um tópico difícil”, completou o titular da Aston Martin.