14/10/2025 - 15:09
O dia não começou bem para a Citroën com seu SUV coupé Basalt. Isso porque a Latin NCap, entidade uruguaia que promove testes de colisão para saber o nível de segurança de carros vendidos na América Latina, colocou o Basalt à prova. O resultado? Ele zerou os testes de colisão, ficando longe das cinco estrelas possíveis.
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C3, Basalt e Aircross tiraram zero
Seus dois irmãos de projeto, C3 Hatch e Aircross, também ficaram com zero estrelas nos seus respectivos crash-tests, enquanto a Latin NCap aponta motivos parecidos para as notas tão baixas: “O Basalt apresentou estrutura instável no teste de colisão frontal. O pretensor do cinto de segurança do passageiro dianteiro não funcionou como esperado e resultou em proteção fraca para o peito”, diz a entidade.

De 100%, o SUV coupé da Citroën conseguiu 39,37% de segurança para ocupante adulto, 58,35% para crianças, 53,38% para pedestres e 34,88% em assistência à segurança. Vale lembrar que, de série, o Basalt traz 4 airbags, sendo dois frontais e dois laterais dianteiros, bem como ESP, TC e Hill Holder, além do ISOFIX. Não dispõe, porém, de assistentes inteligentes de condução (ADAS).

Testes de segurança
Ele passou por cinco testes diferentes: impacto frontal, impacto lateral, chicotada cervical (whiplash), proteção a pedestres e ESP. O teste de impacto lateral de poste não foi realizado e foi classificado com zero pontos devido à falta de proteção lateral para a cabeça nas fileiras dianteira e traseira (não tem airbags de cortina).

Outros motivos que reduziram tanto a sua nota foram citados pelo Latin NCap: o dummie infantil sofreu choque na cabeça durante o impacto lateral, a opção de desligar o airbag do passageiro não é oferecida, enquanto o alerta de uso do cinto de segurança funciona apenas para o motorista, sem aviso aos passageiros.
Basalt indiano tem 6 airbags de série

Além disso, de quebra, a entidade ainda deu um “puxão de orelha” na Stellantis, dona da Citroën, alertando que o mesmo modelo, vendido na Índia, vem de série com 6 airbags. Nas palavras de Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCAP, “Com este resultado, fica claro que, para a Stellantis, a vida dos consumidores da América Latina e do Caribe não importa tanto quanto a dos consumidores da Índia”.
O que diz a Stellantis?

A Stellantis, dona da Citroën, diz que “reforça seu compromisso com a Segurança Veicular e que todos os modelos comercializados atendem as regulamentações nacionais e internacionais vigentes nos países da América Latina e Europa. Todos os veículos Stellantis comercializados na América do Sul passam por rigorosos protocolos de avaliação realizados no Safety Center, localizado em Betim/MG, que garantem as certificações legais e técnicas necessárias para todos os projetos desenvolvidos pelas marcas da companhia”.
Ainda em nota, o Grupo diz que “a variante da plataforma CMP permite que toda a gama Citroën tenha uma carroceria com ampla proteção ao habitáculo, estrutura robusta, carroceria com aço de alta e ultra resistência, arquitetura com máxima proteção contra choques, testes de colisão aptos e segurança passiva sólida”.

Esses testes de colisão realizados pela Latin NCap são feitos com recursos próprios, sem envolvimento da fabricante em questão, que não financia nem patrocina as avaliações realizadas pela entidade.