23/10/2025 - 10:27
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) diz que há um risco de paralisação da produção nacional de veículos no país devido à escassez crítica de semicondutores e ressalta que isso “pode afetar operações fabris em questão de semanas”.
Como aconteceu?
O fato é que a nova crise dos chips engloba uma disputa geopolítica na qual se intensificou neste mês, após o governo holandês assumir o controle da fabricante Nexperia, uma gigante de semicondutores que atua naquele país, e subsidiária de um grupo chinês, a Wingtech. A holandesa temia que a tecnologia da empresa fosse adquirida por sua proprietária chinesa.
Como resposta, a China impôs restrições à exportação de componentes eletrônicos, o que já afeta a produção em algumas fábricas automotivas na Europa e arrisca parar as montadoras no Brasil.

Momento semelhante ao da pandemia
Segundo a Anfavea, a atual crise remete a um cenário semelhante ao vivido durante a pandemia.
“O impacto da falta de semicondutores vai além do setor automotivo, afetando uma gama de segmentos industriais que dependem desses componentes. Nesse sentido, a Anfavea já alertou o governo federal para que tome medidas rápidas e decisivas para evitar o desabastecimento de semicondutores no país”, explicou em nota encaminhada à MOTOR SHOW.

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Onde estão os chips em um carro?
Os chips estão por toda parte do carro, como qualquer tipo de acionamento do automóvel (como trancar portas), multimídia, painel de instrumentos, gestão do conjunto mecânico, e por aí vai.
Para se ter uma ideia, um veículo moderno usa, em média, de mil a 3 mil chips. Sem esses componentes, as fabricantes não conseguem manter a linha de produção em andamento.
“Com 1,3 milhão de empregos em jogo em toda a cadeia automotiva, é fundamental que se busque uma solução em um momento já desafiador, marcado por altos juros e desaquecimento da demanda. A urgência é evidente, e a mobilização se faz necessária para evitar um colapso na indústria”, alerta o presidente da Anfavea, Igor Calvet.
