Chevrolet Cruze 1.8 automático/a partir de R$ 69.800

Emissão de CO2 –

n/d g/km

Sem dados

Com Etanol = zero

Toyota Corolla 1.8 automático/a partir de R$ 67.570

Emissão de CO2 –

180 g/km

Média alta

Com Etanol = zero

KIA Cerato 1.6 automático/a partir de R$ 61.900

Emissão de CO2 –

183 g/km

Média alta

Mitsubishi Lancer 2.0 automático/a partir de R$ 73.990

Emissão de CO2 –

200 g/km

Média alta

Primeiro, os japoneses dominaram o mercado global de sedãs. Depois, os coreanos os seguiram, aprimorando a receita nipônica e crescendo de forma espantosa. Agora, a Chevrolet aposta suas fichas no Cruze. Desenvolvido na Coreia do Sul usando a plataforma do Astra europeu, ele segue a fórmula dos japoneses e coreanos para conquistar o consumidor – mas não chegou sozinho. Este mês a Mitsubishi surpreendeu com a estreia no Brasil de seu novo sedã, o Lancer (que chega importado, mas será fabricado aqui em breve). A venda desse carro no País já era esperada, mas, como é “baseado” no caro e esportivo Evolution, o mercado aguardava valores mais altos para o sedã. Apesar do aumento do IPI, a montadora japonesa bancou um valor de entrada atraente, que parte dos R$ 67.990, na versão com câmbio manual.

Para encarar as duas novidades, convocamos dois dos sedãs médios mais vendidos hoje. O Toyota Corolla é líder há tempos e o Kia Cerato chegou a roubar, em alguns meses, a segunda colocação do Civic. Falando nisso, você deve estar se perguntando: cadê o Honda? No mês que vem ele chega em nova geração, que não vai revolucionar o segmento, mas será novidade. Já a Hyundai não disponibilizou seu novo Elantra e, por isso, ficou de fora do embate. Apesar das ausências, os quatro confrontados dão uma amostra do segmento. Todos são modelos globais desenvolvidos no Oriente para agradar aos consumidores do mundo inteiro.

Para uma comparação justa, as tabelas de equipamentos e de preços de peças se baseiam nas versões automáticas mais próximas dos R$ 70 mil, valor médio da compra nesse segmento: Corolla GLi 1.8 (R$ 70.570), Cerato top de linha (R$ 64.900), Cruze LT (R$ 69.800) e Lancer Sedan (R$ 73.990). Os dois primeiros são os modelos fotografados; os últimos aparecem nas fotos em suas versões mais caras, Lancer GT (R$ 85.990) e Cruze LTZ (R$ 78.900) – que ganham telas multimídia, GPS e mais airbags, entre outros itens. Para brigar com eles, a Toyota teria o Corolla 2.0 (a partir de R$ 77.070). A Kia não tem um Cerato mais potente ou equipado.

Vamos, então, aos carros. Em porte e espaço interno, não há muitas diferenças entre eles, embora os porta-malas de Corolla e Cruze tenham maior capacidade, os outros são apenas um pouco menores, com vantagem para o Lancer, que tem alças pantográficas que liberam mais espaço para a bagagem. Mas o que define uma compra não são as semelhanças, mas as diferenças. E, aqui, já adianto que são bastante sutis.

Apesar do acabamento simples, o Lancer é bem equipado. O ar é automático, mas a tela multimídia só vem na versão GT. No volante, borboletas grandes, mas fixas

O Lancer é o mais potente e o cruze oferece muito mais itens de segurança

A mistura de materiais e o desenho do painel do Cruze agradam e há muitos itens de série. A tela multifunção com GPS é exclusiva do LTZ, e não é touchscreen como no Lancer

 

O Cerato não briga com o Civic pelo segundo lugar do mercado à toa. Para começar, tem motor bem econômico, com números quase idênticos aos do Corolla. Essa unidade com 126 cv, aliada ao bom câmbio de seis marchas, garante um desempenho surprendente. O volante pequeno e a direção com peso correto e boa comunicação com o asfalto, ajudados pela suspensão firme e silenciosa e pela opção de trocas manuais por borboletas no volante, lhe dão uma tocada ligeiramente esportiva. Mas, com peso/potência de 9,9 kg/cv, não chega a empolgar.

Do lado negativo, embora seu acabamento seja visualmente agradável, há muito plástico rígido. Além disso, é difícil achar uma boa posição de dirigir, já que ele não tem ajuste de profundidade do volante, e sua lista de equipamentos é limitada: nessa configuração topo de linha, não tem piloto automático nem retrovisor eletrocrômico e vem só com dois airbags. O seu maior trunfo é mesmo o preço da versão, mais baixo que o dos rivais – mas que, a partir de 16 de dezembro, quando volta a vigorar o aumento do IPI (leia mais na seção Motor News), o deixará em situação complicada. Passará a custar R$ 69.900, o mesmo que os rivais, só que oferecendo menos. Se for comprá-lo, a hora é essa.

O interior do Corolla é mais conservador e ultrapassado, mas os materiais são mais nobres que nos rivais. Apesar de ter ar digital, é menos equipado que as duas novidades

O Corolla é mais robusto e silencioso; o Cerato tem o preço como maior atrativo

O painel do Cerato agrada aos olhos, mas ele é menos equipado que os concorrentes. A iluminação vermelha e as borboletas para troca de marchas evocam esportividade

Já o Corolla, líder de vendas, aposta no conforto e na neutralidade. Isso fica claro tanto no sistema de direção, leve e isolado, quanto no silêncio na cabine. As suspensões também trabalham mais quietas que nos rivais, passando maior impressão de robustez. Por outro lado, a carroceria inclina mais em curvas, afastando-se da esportividade do Cerato, e a posição de dirigir é alta, indicando um projeto mais antigo. Seu motor 1.8 flex garante uma melhor relação peso/potência, de 8,7 kg/cv, mas o ultrapassado câmbio de quatro marchas sacrifica uma possível vantagem que apareceria no desempenho. Na lista de equipamentos, essa versão GLi fica distante das configurações 2.0. Como se vê na tabela de equipamentos, oferece pouco, principalmente diante do Chevrolet. Em compensação, tem acabamento mais refinado, embora com design já cansado.

Para enfrentar esses campeões de vendas, vamos às novidades. O Chevrolet Cruze, que chegou no mês passado, é uma alternativa interessante, principalmente, ao Corolla. Parece ter seguido sua receita, aprimorando-a em alguns pontos. O desempenho, como no Kia e no Toyota, não empolga. Apesar de ter um moderno 1.8 também flex de 144 cv, é mais pesado, e, por isso, tem peso/potência igual à do coreano. Também por causa do peso extra, ele gasta mais combustível na cidade – na estrada, com a sexta marcha longa, o motor gira baixo e gasta pouco. A caixa de seis marchas permite trocas sequenciais só na alavanca, mas, como esportividade não é o foco, as borboletas não fazem falta. O volante eletro-hidráulico poderia ter mais peso na estrada, mas as suspensões são eficientes.

 

O Lancer tem amplo espaço no assento traseiro; os bancos em couro vêm de série apenas na versão GT

 

O Cruze tem bancos de couro de série na versão LTZ e opcionais na LT. O quinto ocupante vai melhor nele

Mesmo não apostando na esportividade, o Cruze tem uma excelente posição de dirigir, baixa e confortável, com amplos ajustes do volante, tanto de altura quanto de profundidade. Seu painel não tem superfícies emborrachadas, mas as linhas são modernas e a mistura de materiais é interessante. O maior destaque do Cruze, porém, está na lista de itens. Na faixa de R$ 70 mil é o mais completo, principalmente em segurança: é o único com quatro airbags e controles de tração e estabilidade.

Já o Mitsubishi Lancer segue a fórmula mais esportiva, e aparece como uma ótima opção ao Cerato. Deve atrair os consumidores que gostam da tocada do coreano. Apesar de um pouco mais caro na versão automática, ele tem o motor mais potente, um 2.0 com 160 cv, que garante uma relação peso/potência de 8,3 kg/cv. O câmbio CVT, que costuma tirar o “sal” dos carros, aqui tem seis marchas simuladas. Caso o motorista prefira mais esportividade, basta passar para o modo manual e usar as borboletas do volante – pena que sejam fixas, ruim em curvas.

O Lancer, ainda apostando na esportividade, tem uma posição mais baixa, mas infelizmente falta o ajuste de profundidade do volante. O Lancer também é o único com uma configuração mais sofisticada das suspensões, do tipo multilink com barra estabilizadora na traseira, que garante mais competência nas curvas. Ponto positivo também para o volante, mais pesado e “verdadeiro”, como no Cerato. O resultado final não é um sedã esportivo, mas que tem o melhor desempenho entre os quatro, sem abrir mão do baixo consumo. À exceção do câmbio, a versão manual de entrada oferece os mesmos itens da automática – que você confere na tabela de equipamentos -, só que por consideráveis R$ 6 mil a menos.

No Corolla GLi, bancos de tecido. Com entre-eixos menor, quem viaja atrás tem menos espaço para as pernas

 

No Cerato, bancos de couro não são nem opcionais. Como no Lancer, não há ajuste de profundidade do volante

 

Para finalizar, se seu acabamento não prima pelo refinamento dos materiais, ao menos é clean e agradável de olhar. Na lista de equipamentos, pontos altos, como as rodas aro 18, o sensor de chuva e os faróis automáticos em todas as versões. Mas airbags laterais e outros itens, só na versão GT, que é bem mais cara.

Na hora da manutenção, o Cerato, único com cinco anos de garantia, destoa do grupo. Ele tem um pacote de peças mais caro, enquanto Lancer e Cruze têm os preços mais atraentes, seguidos de perto pelo Corolla. O mesmo acontece nas revisões obrigatórias, quando a Kia cobra mais dos proprietários do Cerato. Nesse ponto, o que desempata a briga entre os outros três é a frequência das revisões. Apesar de o intervalo entre as visitas obrigatórias ser de dez mil quilômetros para todos, a Mitsubishi exige que o Lancer seja levado às concessionárias a cada seis meses, enquanto o proprietário do Corolla só precisa fazer as revisões uma vez por ano e a Chevrolet, além de ter uma rede muito maior, deixa seu cliente mais livre – não há tempo máximo de intervalo entre as visitas (leia tabelas de preços de peças e revisões).

Conclusão? O Cerato é a opção para quem quer gastar menos na compra, mas tem peças e manutenção caras e não oferece serviços pós-venda. Já o Corolla sente o peso da idade, tem um câmbio que precisa ser atualizado e equipamentos limitados. Nesse cenário, as duas novidades se destacam. Se sua prioridade é esportividade e desempenho, fique com o Lancer. Se você prefere segurança e conforto, o Cruze é a escolha certa.

Mitsubishi Lancer GT 2.0

Motor quatro cilindros em linha, 2,0 litros, 16V, comando variável Transmissão automática continuamente variável (CVT), seis marchas sequenciais simuladas, borboletas no volante, tração dianteira Dimensões comp.: 4,57 m – larg.: 1,76 m – alt.: 1,49 m Entre-eixos 2,635 m Porta-malas 413 litros Pneus 215/45 R18 Peso 1.360 kg ● Gasolina Potência 160 cv a 6.000 rpm Torque 20,1 kgfm a 4.200 rpm Velocidade máxima 198 km/h 0 – 100 km/h 10,7 segundos Consumo não disponível Consumo real cidade: 9,2 km/l – estrada: 12,4 km/l

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Chevrolet Cruze LTZ

Motor quatro cilindros em linha, 1,8 litros, 16V, duplo comando variável, coletor de admissão variável Transmissão automática sequencial, seis marchas, tração dianteira Dimensões comp.: 4,60 m – larg.: 1,79 m – alt.: 1,48 m Entre-eixos 2,685 m Porta-malas 450 litros Pneus 225/50 R17 Peso 1.424 kg ● Gasolina Potência 140 cv a 6.300 rpm Torque 17,8 kgfm a 3.800 rpm Velocidade máxima 197 km/h 0 – 100 km/h 11,7 segundos Consumo não disponível Consumo real não disponível ● Etanol Potência 144 cv a 6.300 rpm Torque 18,9 kgfm a 3.800 rpm Velocidade máxima 197 km/h 0 – 100 km/h 11,4 segundos Consumo não disponível Consumo real não disponível

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Toyota Corolla GLi Automático

Motor quatro cilindros em linha, 1,8 litros, 16V, duplo comando variável, Transmissão automática, quatro marchas, tração dianteira Dimensões comp.: 4,54 m – larg.: 1,76 m – alt.: 1,48 m Entre-eixos 2,600 m Porta-malas 470 litros Pneus 205/55 R16 Peso 1.255 kg ● Gasolina Potência 139 cv a 6.000 rpm Torque 18 kgfm a 4.400 rpm Velocidade máxima não disponível 0 – 100 km/h não disponível Consumo não disponível Consumo real cidade: 10,5 km/l – estrada: 13,3 km/l (Inmetro) ● Etanol Potência 144 cv a 6.000 rpm Torque 18,6 kgfm a 4.800 rpm Velocidade máxima não disponível 0 – 100 km/h não disponível Consumo não disponível Consumo real cidade: 7,1 km/l – estrada: 9,1 km/l (Inmetro)

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Manutenção e peças do Cerato são mais caros; Cruze, Corolla e Lancer têm valores quase iguais, mas a rede Chevrolet é maior

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Kia Cerato 1.6 automático (top)

Motor quatro cilindros em linha, 1,6 litro, 16V, comando variável Transmissão automática sequencial, seis marchas, tração dianteira Dimensões comp.: 4,53 m – larg.: 1,78 m – alt.: 1,46 m Entre-eixos 2,650 m Porta-malas 415 litros Pneus 215/45 R17 Peso 1.248 kg ● Gasolina Potência 126 cv a 6.300 rpmm Torque 15,9 kgfm a 4.200 rpmm Velocidade máxima não disponível 0 – 100 km/h não disponível Consumo não disponível Consumo real cidade: 10,3 km/l – estrada: 13,3 km/l (Inmetro)

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OS PRINCIPAIS CONCORRENTES – VERSÕES AUTOMÁTICAS

JETTA – R$ 65.700

Motor 2.0 120 cv 18,4 kgfm (etanol) 0 – 100 km/h 11,1 segundos Velocidade máxima 198 km/h Consumo médio 8,7 km/l

Apesar de sua baixa potência, o torque do Volks vem em baixas rotações e o bom câmbio com seis marchas também ajuda.

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CIVIC – R$ 66.660

Motor 1.8 140 cv 17,7 kgfm

(etanol) 0 – 100 km/h não disponível Velocidade máxima não disponível Consumo médio 7,5 km/l

Os dados são da geração atual, mas a nova chega no mês que vem e deve manter a mecânica. O câmbio tem cinco marchas.

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ELANTRA – R$ 81.700

Motor 1.8 160 cv 18,1 kgfm (gas.) 0 – 100 km/h não disponível Velocidade máxima não disponível Consumo13,8 km/l (divulg.)

Motor e câmbio são bons, mas a versão automática do Hyundai chegou, apesar de muito bem equipada, com preço alto demais.

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FLUENCE – R$ 59.900

Motor 2.0 143 cv 20,3 kgfm (etanol) 0 – 100 km/h 9,9 segundos Velocidade máxima 200 km/h Consumo não disponível

O desempenho é bom e o preço é atraente. Compartilha com o Sentra o câmbio CVT com seis marchas simuladas e o motor.

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SENTRA – R$ 55.290

Motor 2.0 143 cv 20,3 kgfm (etanol) 0 – 100 km/h 10,3 segundos Velocidade máxima 190 km/h Consumo 7,3 km/l (real)

Automático, o japonês tem preço imbatível. O câmbio CVT não tem marchas simuladas, mas garante conforto e economia.

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