A Shadow 2011 está de cara nova. Coberta de detalhes cromados e com design mais arrojado, ela retomou as linhas da antiga VT600, modelo com o qual ganhou sua legião de fãs. Até 2004, essa moto tinha design muito mais próximo ao das chopper (modelos sem carenagem e mais adequados para iniciar uma customização).

A partir de 2005, provavelmente por um erro estratégico, motivado pela moda de motocicletas custom na época, a Honda decidiu importar apenas uma versão da Shadow, a Classic. Apesar da boa evolução na motorização, que passou para 745 cm3, e na transmissão por cardã, a moto ganhou paralamas envolventes, guidão maior e uma roda dianteira menor com pneu de perfil alto. Isso tudo transformou a Shadow em uma big custom, mais confortável na estrada, porém menos versátil e mais cansativa na cidade. Com as mudanças, as vendas diminuíram. Foram 11 mil unidades em cinco anos. Além disso, a Honda começou a sentir o peso da concorrência de modelos rivais como Harley Davidson 883, Kasinski Mirage 650, Yamaha Midnight Star e Kawasaki Vulcan 900.

Para reconquistar seus fãs, a Honda voltou ao passado. A Shadow 2011 manteve a mesma motorização, mas ganhou nova roda dianteira de 21 polegadas (antes era 17″) e pneu mais fino, 90/90. Na traseira, as medidas continuam as mesmas 160/90 R15 já usadas anteriormente. Os paralamas que cobriam as rodas foram substituídos por modelos mais finos e curtos, a moto passou a ter a frente mais alta e o assento mais baixo (melhorando o centro de gravidade) e o guidão ficou mais curto. Essas mudanças facilitaram sua pilotagem e a deixaram mais ágil. Para quem está no comando, a nova posição garante confiança, diferentemente do modelo anterior, no qual a moto parecia estar sempre no controle.

Para acompanhar o novo visual, seu tanque em forma de gota está mais alto na frente e incorpora o painel de instrumentos, de fácil leitura. Abaixo, o paralama diminuído e o banco desconfortável

Como não se pode agradar a gregos e troianos, o design chopper impôs suas limitações: o conforto da Shadow 750 diminuiu nessa versão 2011. O banco, por exemplo, mais fino e estreito para acompanhar suas novas linhas, ficou ruim para o motorista e (principalmente) para o carona. Quase uma piada de mal gosto. Durante o percurso que fizemos até o litoral paulista para avaliar a moto, ficou claro que é impossível alguém rodar com essa moto sem sentir dores depois de alguns minutos nesse pequeno assento.

Já seu desempenho continua bom. São 45,5 cv a 5.500 rpm e torque de 6,5 kgfm a apenas 3.500 rpm. A transmissão por eixo cardã ainda é um dos diferenciais do modelo, garantindo boas respostas e menor manutenção. Outro destaque está no ABS, opcional. Um belo conjunto mecânico, sob o design que merece.

RETORNO AO ESTILO CHOPPER

A Shadow 600 tinha um estilo mais chopper com banco rebaixado, guidão alto e roda dianteira maior e com pneu mais fino. A partir de 2005, ela ganhou mais carenagem, sua posição de dirigir ficou mais reta e o pneu da frente cresceu. Ela ganhou conforto, mas ficou careta. Agora, em 2011, volta às origens

Shadow 750