Um desanimado Lewis Hamilton declarou ser “inútil” e sugeriu que a Ferrari precisa de outro piloto depois de se classificar em 12º lugar para o Grande Prêmio da Hungria, com seu companheiro de equipe Charles Leclerc na pole position. A frustração do inglês foi expressada pelo rádio direto com a equipe e em entrevistas durante o final de semana em Hungaroring.

O heptacampeão mundial de Fórmula 1 acumula um recorde impressionante no país europeu, com oito vitórias e nove poles, mas o desempenho do sábado, 2, esteve longe de ser o ideal.

“Sempre sou eu. Sou inútil, absolutamente inútil”, disse ele à televisão Sky Sports ao explicar por que havia dito “toda vez, toda vez” pelo rádio, durante a classificação. “A equipe não tem nenhum problema. Você viu que o carro está na pole. Então, provavelmente precisamos trocar de piloto”, continuou o britânico.

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Hamilton se juntou à escuderia italiana vindo da Mercedes em janeiro e ainda não subiu ao pódio pela equipe mais antiga e bem-sucedida da categoria, embora tenha vencido a corrida sprint de Xangai saindo da pole em março. Em contrapartida, Leclerc, seu companheiro, terminou cinco vezes entre os três primeiros em 13 corridas até agora nesta temporada.

Questionado posteriormente pela F1 TV sobre sua avaliação sombria, Hamilton reforçou: “Pilotei terrivelmente. É o que é”, finalizou ele. O britânico não vence um GP há mais de um ano e sua seca de pódios — uma sequência de 15 corridas — é a mais longa de uma carreira que começou espetacularmente em 2007.

Após os ânimos do fim de semana se acalmarem, o piloto voltou a dizer à imprensa que iria se recuperar e mudar as estratégias para a segunda metade da temporada.

“Usarei o período de férias para ter um reset, recarregar as baterias e voltar mais forte. Não estou onde quero estar, mas a luta não acabou: Não me descartem”, completou Hamilton após a corrida realizada no domingo, 3. 

Chefe de equipe defende Hamilton e abafa crise interna

Fórmula 1 F1 – Grande Prêmio de Miami – Autódromo Internacional de Miami, Miami, Flórida, Estados Unidos – 4 de maio de 2025 Lewis Hamilton, da Ferrari, e Frederic Vasseur, chefe da equipe Ferrari, antes da corrida – Foto: REUTERS/Brian Snyder

Questionado sobre as recentes falas do atleta, o diretor da Ferrari, Fred Vasseur, entrou em ação para tentar contornar o ambiente turbulento ao redor de seu piloto. De acordo com o dirigente, o grau de exigência de Hamilton foi o estopim que motivou o desabafo em Budapeste.

“Não preciso motivá-lo, honestamente. Ele está frustrado, mas não desmotivado. É uma história completamente diferente. Eu entendo isso, mas todos nós estamos frustrados. Às vezes ficamos decepcionados e a primeira reação é dura. Mas sabemos que estamos avançando na mesma direção”, comentou Vasseur ao site oficial da F1.

Em sexto lugar na classificação do Mundial de pilotos, Lewis contabiliza 109 pontos, se classificando logo atrás de Leclerc, com 151, ambos observando de longe o protagonismo da McLaren, que dominas os dois primeiros lugares — Oscar Piastri, com a liderança em 284 pontos e Lando Norris em segundo, com 250.

“Ele é exigente, mas acho que é também por isso que é sete vezes campeão mundial. Hamilton é exigente com a equipe, com o carro, com os engenheiros, com os mecânicos e comigo também. Mas antes de tudo, é exigente consigo mesmo”, comentou Vasseur num discurso pacificador.

*Com informações de Estadão Conteúdo