Já faz um tempo que o câmbio automático deixou de ser exclusividade de carros caros e luxuosos. As ofertas vêm crescendo, inclusive entre compactos urbanos, e vão de legítimas transmissões automáticas às manuais automatizadas. Os brasileiros estão se acostumando com a mordomia de dirigir sem trocar de marcha, e aí a Renault enxergou a chance de turbinar as vendas do Sandero. Com mais de cinco mil unidades emplacadas ao mês, é o principal produto da marca no País, com resultados melhores do que os dos compatriotas C3 e 207. Mas ainda há espaço para crescer.

A versão automática tem um pacote de equipamentos mais completo, que incluiu rodas de liga de 15 polegadas, mirando um consumidor exigente. A identificação “Automatic” é fixada na tampa traseira

Acima, o painel com acabamento aprimorado e comandos dos vidros elétricos finalmente transferidos para as portas. A alavanca do câmbio atrapalha um pouco o acesso aos comandos do ar-condicionado

Acima, de baixo para cima: o novo sistema de som, melhor, mas com comandos ainda pouco intuitivos e seus comandos na coluna de direção, que proporcionam mais segurança ao motorista

Recentemente reestilizado, o carrinho continua apostando no espaço interno como principal apelo. Mas, nessa nova fase, o acabamento aprimorado e a melhor relação custobenefício se tornaram preocupações. Assim surgiu a versão Privilège 1.6 16V Hi-Flex Automatic. A transmissão não é uma novidade: trata-se da mesma caixa de quatro marchas usada no Mégane, que se mostra eficiente no modo sequencial (fazendo as trocas pela alavanca) ou mesmo quando o motorista deixa as passagens a cargo da eletrônica. As trocas são esticadas para aproveitar o torque – o que dá certo em relação à performance, mas aumenta o ruído e o consumo. Em contrapartida, quando se diminui a aceleração, o câmbio não passa a marcha imediatamente, oferecendo um belo freio-motor, amplamente utilizado para vencer as curvas da Serra da Cantareira, em São Paulo, durante a avaliação do modelo. Nas ultrapassagens, a função kick down reduz até duas marchas para mais força.

Renault Sandero Automatic

Motor quatro cilindros em linha, 1,6 litro, 16V Transmissão automática, quatro marchas, tração dianteira Dimensões comp.: 4,02 m – larg.: 1,75 m – alt.: 1,53 m Entre-eixos 2,591 m Portamalas 320 litros Pneus 185/65 R15 Peso 1.095 kg • Gasolina Potência 107 cv a 5.750 rpm Torque 15,1 kgfm a 3.750 rpm Velocidade máxima 169 km/h 0 – 100 km/h 11,9 segundos Consumo não disponível Consumo real não disponível • Etanol Potência 112 cv a 5.750 rpm Torque 15,5 kgfm a 3.750 rpm Velocidade máxima 171 km/h 0 – 100 km/h 11,7 segundos Consumo não disponível Consumo real não disponível

Enquanto a versão Privilège manual (R$ 40.400) conta com o propulsor 1.6 de 8V, a Renault optou por usar, nesse modelo, o cabeçote 16 V, com 112 cv de potência. Fora isso, trata-se do mesmo pacote que se tem no novo Sandero topo de linha, com ar, direção hidráulica e banco do motorista com ajuste de altura, vidros elétricos, rodas de liga aro 15, entre outros. Mas airbags e ABS são opcionais, assim com o encosto de cabeça para o passageiro central traseiro. Entre as novidades da linha 2012 também estão o novo sistema de som (melhorado, mas ainda de uso pouco intuitivo), a abertura interna do tanque de combustível, a luz espia de ausência de combustível na partida a frio e os comandos dos vidros elétricos – finalmente – nas portas. Considerando o preço mais alto dos concorrentes, por R$ 43.900 esse novo Sandero é uma boa opção para quem quer rodar na cidade sem cansar sua perna esquerda.