01/10/2011 - 0:00
Para muitos colecionadores de carro seria impensável colocar um de seus estimados exemplares na pista. Mesmo assim, existem diversas pessoas que gostam de usufruir e extrair o potencial de suas máquinas, por mais raras (e caras) que sejam. Com iniciativa da San Diego Motorsports e organização da Itaipava GT Brasil, em 28 de agosto foi realizada a primeira edição da GT Classic, um prova de regularidade que reuniu no autódromo de Interlagos, em São Paulo, cerca de 33 veículos. Entre eles, sonhos de consumo como Ferrari, Porsche e Corvette e modelos clássicos, bem difíceis de encontrar no Brasil, como o De Tomaso Pantera e o De Lorean DMC 12, astro coadjuvante do filme De Volta para o Futuro.
Antes de começar a etapa, foram inspecionados faróis, lanternas, luzes de freio, cinto de segurança, extintor, capacete e pneus
Foram 30 minutos de prova e os pilotos deveriam escolher os seus tempos de volta, que poderiam ser de dois minutos e meio ou três minutos. Todos os carros levavam dois Data Logger (um tipo de GPS sem visor) e havia dois postos de controle ocultos no circuito. Quem passasse adiantado ou atrasado por um deles perderia pontos. “O participante deve dar, no mínimo, seis voltas, andar na sua trajetória e não ultrapassar nas curvas ou nos pontos de frenagem”, explicou, antes da disputa, o ex-piloto Jan Balder, integrante da equipe de organização.
Enfim, era hora de ir para a pista. Será mesmo que eles teriam coragem de acelerar? “Ter um carro antigo é muito bom. Mas, se não utilizar todo o seu potencial é melhor tirar uma foto e deixá-la pendurada na parede da sala. Há quem tenha um determinado carro só para compor a coleção. Nunca entrou ou dirigiu o veículo. Não tenho medo, se bater ou quebrar, eu mando arrumar”, alfinetou Reinaldo Cangueiro, dono do Chevrolet Corvette Stingray 1976, antes de entrar na pista. Depois da prova, seu amigo Emilio Losada, também proprietário de um Chevrolet Corvette Stingray 1975, endossou a tese do colega:
No alto, o Alfa Romeo 1985, vencedor da competição. No meio, o Ford 1932 Hot Rod. Acima, o Porsche 1974, junto com os demais competidores, voltando do circuito
“Hoje pudemos sentir todo o potencial das nossas máquinas”. Ou seja, quem andou mais tranquilamente também se divertiu.
“Trouxe o meu filho para ser o copiloto. Dirigi de uma maneira bem light, como um colecionador”, contou José Roberto Vaz, proprietário de um Mercedes 350 SL 1979, estratégia semelhante à de Alexandre Mattei, dono de de uma Ferrari 308 GTS 1981, o mesmo modelo usado na série dos anos 80 Magnum PI. “O esportivo surpreende pela forma de contornar as curvas. Mas, hoje, nada de abusos. Foi só um passeio rápido”, conta.
No alto , o Corvette Stingray 1975 de Emilio Losada e, acima, o Volkswagen SP2 1973 de Saulo Ferreira
Marcelo Câmara, dono de um Passat TS 1982 que já participa do Troféu Interlagos de Regularidade explica que a prova não penaliza tanto o carro. “Gosto do desempenho dele”, conta. Outro VW, o SP2 1973, de Saulo Rodrigues Ferreira, também fez bonito. “Moro em Santos e vim aquecendo o motor”, brinca.
Apesar das diferenças de opinião, a tônica da prova foi a promoção do antigomobilismo. E nisso, o sucesso foi total. Quem estava lá, pôde curtir o clima nostálgico que somente essas raridades podem proporcionar. O vencedor? Rodrigo Daprá e seu Alfa Romeo ano 1985.
Os carros, reunidos antes da corrida, pareciam parte de uma grande exposição de antigomobilismo