Enquanto o governo brasileiro não der incentivos que compensem a venda de veículos elétricos no País, esse 500 elétrico, ou apenas 500e, não deve aparecer em nosso mercado. Pena. Em centros urbanos poluídos, como São Paulo, é uma solução brilhante. Além das qualidades que o 500 a gasolina já mostra para esse uso – compacto, fácil de estacionar e de manobrar –, sua versão elétrica tem um bônus: não emite um grama sequer de poluentes. Do lado de fora, rodas e para-choques  exclusivos já dão a dica de que esse 500 é especial. Ao entrar na cabine, vem a certeza: o interior é branco, a alavanca de câmbio é substituída por botões e os instrumentos – com tela TFT, como no Abarth – são bem diferentes.

Como em todo elétrico, ao ligar o motor não há barulho. Acelero fundo e o 500e já sai cantando pneu. São 111 cv de potência, não muito mais que no 500 normal (105 cv), mas seu torque de 2.0 (20,3 kgfm), como em todo elétrico, é entregue na totalidade desde a partida. A aceleração de 0-100 km/h é feita em cerca de 8,5 segundos e rapidamente se atinge a máxima – de bons 141 km/h.

Os 190 quilômetros de autonomia são mais que su cientes para o uso urbano e a recarga é feita em quatro horas (220V). As baterias com refrigeração líquida adicionam 200 quilos ao 500e, mas aumentam a rigidez e melhoram a distribuição de peso. O resultado é um carro equilibrado e ágil, divertido de guiar. Curioso é que a regeneração de energia de frenagem é mais moderada que o normal: quando se tira o pé, ele não perde velocidade rapidamente, como, por exemplo, o rival Mini E; a recuperação ocorre só quando, de fato, se pisa no freio. Além de não poluir o ar, o Fiat 500e quase não faz barulho – apenas o dos pneus no asfalto e o do vento na carroceria. Outro ponto extremamente positivo no ambiente urbano, e que deve ser considerado no debate sobre a criação de incentivos para os veículos elétricos. Nos EUA, o 500e custa o equivalente a R$ 70.000. Se fosse vendido aqui hoje, sem incentivos, sairia no mínimo pelo dobro. Inviável.