18/12/2024 - 8:13
A Stellantis apresentou nesta terça-feira um plano otimista para revitalizar sua produção na Itália, com o objetivo de pôr um fim a meses de relações tensas com o governo, mas com a produção definida para crescer apenas a partir de 2026.
O plano surge apesar de uma perspectiva sombria para o setor automotivo europeu, que enfrenta demanda fraca do mercado, especialmente para veículos 100% elétricos (EV), incertezas sobre regulamentação e aumento da concorrência chinesa.
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A quarta maior montadora do mundo em vendas disse que vai manter todas as suas fábricas italianas abertas e aumentar a produção a partir de 2026, dado o lançamento de novos modelos.
O ministro italiano da Indústria, Adolfo Urso, que organizou uma reunião em Roma com fornecedores, sindicatos e representantes da Stellantis para discutir o plano, prometeu gastar 1,6 bilhão de euros para apoiar a cadeia de suprimentos automotivos da Itália. Mais de um bilhão de euros serão disponibilizados no próximo ano.
Roma não pretende gastar o dinheiro do Estado para subsidiar a compra de carros em 2025, como fez este ano.
O plano garante que todas as fábricas da Stellantis na Itália terão alocações de produção até 2032 e não precisarão de fundos públicos para os investimentos planejados, disse o chefe das operações europeias da empresa, Jean-Philippe Imparato, na reunião.
Ele acrescentou que a montadora investirá 2 bilhões de euros na Itália somente em 2025. A Stellantis é a única grande montadora de automóveis na Itália, onde emprega cerca de 40.000 pessoas.
O clima entre a Stellantis, cujas marcas também incluem Alfa Romeo, Peugeot e Jeep, e o governo de direita da Itália melhorou rapidamente após a renúncia abrupta do presidente-executivo da Stellantis, Carlos Tavares, neste mês.
Imparato, no entanto, disse que não poderia se comprometer com uma meta de longo prazo para fabricar um milhão de veículos na Itália, que há muito tempo vinha sendo discutida com Roma.
“Se o mercado reagir, cumpriremos todos os números que temos em mente”, disse ele em uma coletiva de imprensa após a reunião. “Não quero fazer promessas que não posso cumprir”
A expectativa é de que a produção automotiva na Itália — tanto de carros de passeio quanto de vans — caia para menos de 500.000 veículos este ano, segundo estimativas do sindicato FIM-Cisl, de 751.000 em 2023.