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Eles são crossovers de luxo praticamente iguais no preço, no pacote de equipamentos e na potência de seus motores turbinados. Mais que um rival do Audi Q3, dos BMW X1 e X3, do Volvo XC60 e do próprio Range Rover Evoque, o NX 200t é o primeiro crossover compacto da Lexus (divisão de luxo da Toyota). Ele desembarcou no Brasil em março deste ano e custa R$ 216.300 na versão básica ou R$ 236.900 na F Sport, ambas sem opcionais. A versão avaliada F Sport adiciona rodas aro 18, grade dianteira em colmeia, teto solar panorâmico e cabine com detalhes em aço escovado, entre outros.

Segundo a Lexus, foram emplacadas 81 unidades no NX 200t até agosto. Já o Evoque tem mais tempo de estrada (chegou ao país em outubro de 2011) e soma mais de 15.000 unidades comercializadas. O Evoque é oferecido em cinco versões: Pure Tech, Dynamic, Dynamic Tech (todas com motor 2.0 turbo a gasolina), Prestige e Prestige Tech (as duas últimas podem trazer o 2.0 ou um 2.2 a diesel de 190 cv). O câmbio é sempre automático de nove marchas. O Evoque das fotos é uma série especial chamada Zanzibar (R$ 237.900) baseada na Dynamic, trazendo a carroceria em tom bronze e o pacote Black Design, com spoilers, retrovisores, grade em colmeia, teto solar, extrator de ar, rodas aro 20 e moldura dos faróis e dos para-lamas em preto metálico.

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Além da Zanzibar, o Evoque já foi comercializado em outras edições especiais, como Victoria Beckham, Sicilian Yellow e a recém-chegada London Edition (R$ 244.200), que homenageia a rua londrina Abbey Road (onde os Beatles gravavam) e tem somente 77 unidades para o mundo inteiro. Com beleza inegável, os dois mudaram pouco em relação às versões conceituais que os originaram. O Evoque nasceu do conceito LRX, (Salão de Detroit de 2008) e o NX 200t veio do estudo LF-NX (Salão de Frankfurt de 2013).

Enquanto o Lexus é construído sobre a base do Toyota RAV4, o Range Rover usa a do Land Rover Freelander 2 – descontinuado para dar lugar ao Discovery Sport. Recentemente, o Evoque ganhou um facelift pontual. Apesar de o NX 200t superar o Evoque em comprimento e altura, a sensação de amplitude é maior no Range Rover, que oferece ainda uma cabine mais bem resolvida e melhor posição de dirigir. A distância entre-eixos, contudo, é exatamente igual nos dois carros: 2,660 m. Os passageiros viajam em posição mais elevada no Lexus, que também oferece bancos dianteiros com aquecimento e ventilação.

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Falando no interior, o Lexus mistura passado e futuro. Enquanto o console central transmite modernidade com desenho inspirado na grade do radiador, o conservadorismo aparece no relógio analógico, nos comandos e na grafia antiquada da central multimídia. Essa central, aliás, não possui tela sensível ao toque – é necessário utilizar o touchpad (com sensibilidade excessiva, próxima à do joystick do sedã IS 250) para inserir um endereço no navegador ou para mexer no rádio.

O NX 200t traz ainda o head-up display (somente na versão F Sport), que projeta no para-brisa informações de velocidade, navegador por GPS e áudio. O crossover também conta com regulagem elétrica da coluna de direção, tampa do porta-malas com abertura e fechamento motorizados, faróis principais e de neblina de LED (que são de xenônio no Evoque) e monitor de ponto cego. Nenhum desses itens vem de série no Evoque Zanzibar: no Range Rover, câmera de ré 360º, piloto automático adaptativo, controle dos fachos dos faróis e dos amortecedores fazem parte do pacote Tech, que somam mais R$ 49.500 ao valor do carro (nesse caso, ele ficaria muito mais caro que o concorrente).

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Quanto à segurança, tanto o Evoque quanto o NX 200t trazem os conhecidos controles eletrônicos de tração e de estabilidade, além de airbags dianteiros, laterais, de cortina e de joelhos. Os dois modelos também são muito parecidos ao dirigir. Ambos trazem sob o capô motores 2.0 com turbo e injeção direta – no caso do Lexus, é o primeiro desse tipo na linha da marca. Eles podem passar a sensação de serem carros pesados, mas é só impressão. Ao volante, o turbo lag (aquele atraso antes de o turbo encher) é mínimo nos dois crossovers.

E ainda que a potência seja ligeiramente maior no Evoque (240 contra 238 cv), ela é entregue mais diretamente no NX 200t, que ainda possui torque um pouco superior em uma faixa de rotação um tantinho menor – são 35,7 kgfm a 1.650 rpm do Lexus ante os 34,6 kgfm a 1.750 rpm do Range Rover. Em conjunto com o motor 2.0 atua uma transmissão de nove velocidades no Evoque e de seis no NX 200t. Apesar do funcionamento suave do câmbio do Lexus, essas três marchas a mais do Range Rover contribuem para melhorar o conforto acústico e o consumo.

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Tanto um quanto outro são equipados com sistema start-stop, que desliga o motor durante breves paradas, como nos semáforos. Viajando em velocidade constante de 120 km/h, o computador de bordo indicou médias rodoviárias de 13,5 km/l no Evoque e de 12,5 km/l no NX 200t. Trocas sequenciais com borboletas atrás do volante (maiores no Lexus) estão disponíveis nos dois modelos. No NX 200t ainda é possível acompanhar pelo monitor central do quadro de instrumentos a força G e a pressão da turbina, além de alterar entre os modos de condução Eco, Normal, Sport e Sport +. Nessa última, os amortecedores ficam mais rígidos.

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A dinâmica deles também é próxima, com pouca inclinação de carroceria e boa estabilidade nas curvas, mesmo ao contorná-las rapidamente. A tração é integral em ambos, mas o NX 200t mostra uma assistência ao esterço mais leve em baixas velocidades (as rodas aro 18 são menores comparadas às de aro 20 do Evoque). Ao passar sobre buracos ou outras imperfeições no asfalto, o Evoque pula um pouco mais que o concorrente. Nas versões Prestige Tech e Dynamique Tech, o sistema Adaptive Dynamics com amortecedor MagneRide registra os movimentos da suspensão 1.000 vezes por segundo, fazendo uma leitura instântanea do piso.

Uma grande vantagem do Evoque é o Terrain Response II, que garante capacidade fora de estrada ao modelo britânico. Esse sistema configura o motor, a transmissão e os sistemas eletrônicos para melhorar a dirigibilidade e a tração em terrenos como grama, pedra, neve, lama, buracos e areia. Ou seja, o Range Rover encara pisos adversos, enquanto o NX 200t se restringe às trilhas urbanas. Com tanto em comum, o Range Rover Evoque e o Lexus NX 200t são similares em dirigibilidade, conforto e tecnologia embarcada.

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Porém, o Evoque é o vencedor deste comparativo, por detalhes como o câmbio de nove marchas e sua capacidade off road, digna do DNA de um Land Rover. Além disso, tem maior rede de concessionários – a Lexus tem apenas duas revendas autorizadas, ambas na cidade de São Paulo – e preço das revisões mais em conta. Não é à toa que esse crossover é o carro-chefe da Land Rover no Brasil e no mundo. Ele faz por merecer o posto. Mas, se o tempo de garantia e o preço das peças forem itens importantes para você, o NX 200t deve ser olhado com mais carinho.

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