01/02/2011 - 0:00
Gostei muito de usar o New Fiesta por alguns dias. Mas acho que o que mais me conquistou foi de ele parecer um veículo com carroceria dois volumes. Para falar a verdade, não sou muito fã de sedãs. Pre ro os hatches – mais ágeis, jovens, e, na minha opinião, também mais bonitos. E o New Fiesta Sedan merece todos esses adjetivos. Sua posição de dirigir agrada e o desempenho é muito bom. Seu moderno propulsor 1.6 ex de até 115 cv faz com que proporcione boas retomadas e bom desempenho tanto na estrada quanto na cidade.
A estabilidade também é melhor do que a da maioria dos carros de sua categoria. Por dentro, o New Fiesta segue a mesma tendência de modernidade – com destaque para a parte central do painel, bastante agressiva, que passa a sensação de que se está em um carro mais esportivo do que realmente é. Mas, de certa forma, esse arrojo acaba prejudicando um pouco o aproveitamento do espaço interno. Para quem busca um sedã para levar toda a família, portanto, o New Fiesta não é o carro mais indicado.
No seu lançamento, a marca enfatizou que com a venda deste modelo aqui estaríamos alinhados à Europa. O modelo não decepcionou em nada, muito pelo contrário. O que realmente não empolgou foi o preço alto demais, de quase R$ 50 mil: o mesmo problema que têm Fiat Punto, Renault Symbol e VW Jetta. Lá fora, eles brigam em segmentos inferiores e, aqui, desembarcam in acionados e são “empurrados” para segmentos superiores. “Ah, mas a carga tributária no Brasil é muita alta”, argumenta-se. Isso é verdade, mas é preciso levar em consideração que, por ser fabricado no México, este New Fiesta não precisa pagar os tradicionais 35% de Imposto de Importação.
Não acho que ele tenha que custar a mesma coisa que nosso atual Fiesta Sedan – afinal, é um veículo superior e, além disso, é preciso acrescentar ao preço do carro todos os investimentos para seu desenvolvimento. Mas, com certeza, mesmo contabilizando tudo isso, é difícil chegar aos quase R$ 15 mil a mais cobrados por este New Fiesta. Por isso, ele não seria minha opção. Talvez um Focus (apesar de sua atualização estar próxima).
O interior (acima), o painel de instrumentos e os controles do som e do ar-condicionado (abaixo) têm desenho moderno, mas no banco traseiro (abaixo, à esquerda) falta espaço para as pernas e para o quinto passageiro
CONTRAPONTO
A carroceria cheia de vincos e o vidro traseiro inclinado – que faz o sedã car com um certo ar de cupê – dão ao carro um design digno de elogios
● Gostei bastante do New Fiesta Sedan. A primeira vez que o vi, não conseguia desgrudar os olhos de cada vinco da carroceria, encantada com o design. No dia a dia, ele me agradou ainda mais. O motor Sigma 1.6, que no Focus não é tão brilhante, aqui me pareceu bem ajustado e e ciente – e o comportamento dinâmico é muito bom. Mas, ainda assim, não o compraria pelo preço cobrado. Suas medidas externas estão entre as maiores do seu segmento, é verdade, mas, quando se olha o carro por dentro, o espaço é limitado. Nisso, concordo com o Rafael. Se ele custasse por volta de R$ 40 mil, o mesmo valor de um Siena Essence 1.6, por exemplo, tudo bem, mas com preço inicial de R$ 50 mil (quase o valor de um Focus 1.6), a coisa complica. Quando a Honda lançou o City com preço próximo ao do Civic, o mercado se ressentiu e a marca teve que recuar, baixando o valor de entrada e causando desvalorização dos usados. Temo que isso se repita com o Fiesta. Tomara que não. É um belo carro!
Ana Flávia Furlan| Editora