POLO GT 2.0

A dversários diretos na conquista de um mesmo consumidor, Polo e Punto mantêm essa saudável disputa acesa em suas versões esportivas, ambas top de linha. Além da apresentação mais descolada, atraente e com mais equipamentos se comparadas às outras versões de suas linhas, Polo GT e Punto T-Jet têm no desempenho o ponto marcante de suas personalidades.

Mesmo buscando seduzir um mesmo tipo de cliente – o que se sente atraído por carros esportivos -, os dois diferem conceitualmente, já que cada fabricante utilizou uma fórmula própria para melhorar a performance de seus hatches: a Volkswagen optou por um motor de grande capacidade cúbica (2,0 litros), enquanto a Fiat resolveu utilizar um motor de pequeno porte (1,4 litro) superalimentado através de um turbocompressor

PUNTO T-JET

Apesar de os números de performance serem bem mais favoráveis no hatch da Fiat, o Polo GT mostra boas e positivas qualidades. O moderno propulsor do Punto produz 152 cv, mas é no comportamento de sua estável curva de torque que está o segredo de sua dirigibilidade: gera 21,1 kgfm de força máxima, que começa a 2.250 rpm e fica assim até os 4.500 rpm.

Na prática, isso significa que, nesse regime de rotações, sempre que o motorista pisar fundo no acelerador ele terá disponível essa força, que é imediatamente transformada em respostas rápidas, dando satisfação àqueles que curtem um esportivo, em que pese os 1.230 kg do Punto, contra os 1.141 kg do Polo.

O interior do Polo é mais careta que o do concorrente, mas oferece um pacote razoável com ar digital, direção hidráulica, computador de bordo e sensor de estacionamento

O teto solar elétrico do modelo da Volkswagen é uma das novidades da linha 2010. Tímido se comparado ao do Punto, é também bem mais barato

 

 

 

 

 

 

 

 

Já às 1.000 rpm (quando o motorista vai sair com o carro) até cerca de 1.800 rotações, faixa em que a atuação do turbo é discreta ou ainda inexiste, o motor se comporta como um 1.4 aspirado, apático e lento, e sua resposta deixa a desejar.

O ideal, nesse caso, seria ter um compressor mecânico que operasse em sincronia com o turbo, produzindo um bom torque desde as arrancadas e uma boa potência nas médias e altas rotações. Além disso, o motor do T-Jet só funciona a gasolina.

As rodas aro 15 do Volks e os pneus de perfil mais alto são queixas dos fãs de esportivos

É nesse ponto que entra o motor flex do Polo GT. Como sua capacidade cúbica é generosa para o porte do hatch, desde as 1.000 rpm ele já mostra o vigor de um bom torque, dando a impressão de que anda mais.

Mas o bom e velho “aspiradão” da Volks não faz frente às características positivas de um motor turbo. Com álcool, ele produz contidos 120 cv (116 cv com gasolina) e seu torque não passa dos 17,3 kgfm a 2.250 rpm – nesse regime, o Punto já oferece 21,1 kgfm.

Mas, de 1.000 até 2.000 rpm, faixa de utilização comum nos centros urbanos, o motor do Polo mostra-se superior, com uma dirigibilidade mais agradável e um torque mais equilibrado. Entretanto, quando o assunto é esportividade, a pegada mais arisca do turbo agrada mais. E sob esse aspecto, andando a plena potência, o desempenho do Punto T-Jet é indiscutivelmente superior ao do Polo GT. Com álcool e tudo.

Mais esportivo no visual, o Punto é também mais bem equipado. O ar tem controle analógico, mas oferece airbag duplo, ABS, bluetooth, piloto automático e MP3

O teto solar Skydome do Punto pega praticamente todo o teto, mas só a parte da frente abre. Fechado, uma cortina diminui a luz do sol, mas não bloqueia a claridade

Diferentemente do rival, o Punto tem roda aro 17 com pneus adequados à proposta esportiva