Elétrico ou híbrido? Qual é a melhor opção? Apesar da falta de infraestrutura e de raros incentivos, a eletrificação de automóveis no Brasil é realidade. Os números ainda são tímidos: segundo a Anfavea, foram vendidos no ano passado 34.990 veículos eletrificados (híbridos e elétricos), 77% mais que no ano anterior.

Isso representa só 1,8% de participação no mercado, contra 1% em 2020. Deste total, só 2.860 são elétricos – de qualquer modo, um crescimento de 257% sobre 2020.

E hoje já temos ao menos 25 elétricos à disposição. Nesta edição especial (clique para saber mais), com elétricos e híbridos do começo ao fim, trazemos testes e informações dos cinco modelos mais vendidos em 2021 (lista ao lado) em cada nível de eletrificação, com exceção de híbridos leves, pelo motivo explicado adiante, e avaliações exclusivas de alguns carros que estão chegando ao Brasil.

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Entre os modelos a combustão e os 100% elétricos, ficam os híbridos. Já explicamos os diferentes tipos deles e o funcionamento dos motores elétricos. Agora, na prática, qual é o melhor tipo de carro eletrificado para você?

Híbridos leves

É até controverso híbridos leves, ou mild hybrids, terem benefícios como redução ou isenção de impostos e liberação de rodízio de veículos. O ranking dos modelos mais vendidos é dominado por modelos importados e gastões – SUVs enormes ou carros esportivos que, mesmo com o sistema, gastam muita gasolina e não têm nada de ecológico.

Entre os cinco da lista, só o novato Kia Stonic poderia ser chamado de “eco-friendly”. Para quem usa o carro principalmente na cidade e não quer gastar mais dinheiro em um híbrido completo, os híbridos leves podem ser uma solução. Ajudam a poupar (pouco) dinheiro com combustível e poluir (um pouco) menos no anda e para do trânsito diário.

SAIBA MAIS: Especial de eletrificação: híbrido leve tem uma “ajudinha” da bateria

Híbridos completos ou full hybrids

Os híbridos completos são os “verdadeiros” híbridos, resultantes da determinação da Toyota de desenvolver, na década de 1990, um sistema de dupla propulsão. E é ela que domina o mercado brasileiro hoje, pois foi a única a investir no desenvolvimento de modelos nacionais, agora oferecidos a preços bem pouco superiores aos das versões a combustão – é por isso mesmo que o sedã Corolla e o SUV Corolla Cross, derivado dele, representaram quase 60% das vendas de híbridos no Brasil em 2021.

São modelos recomendados para quem usa o carro principalmente na cidade, onde eles mostram maior benefício na redução de consumo, pois reaproveitam a energia que seria desperdiçada em desacelerações e frenagens, usando-a na sequência.

Isso resulta em cerca de metade do tempo com o motor a combustão desligado e consumo urbano acima de 20 km/l com gasolina. Na estrada, em velocidade constante, a redução de consumo é menor, mas ao menos não é preciso se preocupar com a autonomia – nem com instalar um carregador em casa, como com os híbridos plug-in.

SAIBA MAIS: Especial de eletrificação: full hybrid é o híbrido “de verdade”

Híbridos plug-in

A vantagem dos híbridos plug-in, ou plugáveis, em relação aos “comuns” é que as baterias maiores deixam rodar distâncias mais longas no modo elétrico. Mas, para isso, é essencial que sejam carregados na rede elétrica. Carregando em uma tomada comum ou em um wallbox (em quatro horas) e rodando de 30 a 60 km por dia, dependendo do modelo, dá para passar muito tempo sem usar gasolina (o motor a combustão só será acionado em subidas fortes e acelerações com “pé na tábua”).

Já ao usar um híbrido plugável no modo híbrido, as marcas de consumo, enquanto houver carga na bateria, são melhores que nos híbridos comuns, chegando a 50 km/l ou mais. Mas, quando a energia elétrica acaba, o consumo piora.

Se você roda até 50 quilômetros entre as recargas, vai facilmente fazer médias de mais de 20 km/l, mesmo pegando estrada. Mas, depois disso, o consumo é até pior do que nos híbridos comuns. Estes modelos são indicados, portanto, para quem não faz muitas viagens longas, e só para aqueles que podem carregá-los sempre.

SAIBA MAIS: Especial de eletrificação: híbridos plug-in são os mais elétricos dos híbridos

Elétricos

Apesar de alguns teoricamente rodarem mais de 600 quilômetros com uma recarga, os elétricos puros, a bateria, não servem bem a viagens longas. Na prática, a autonomia é sempre muito menor que a declarada: alguns modelos dificilmente rodam mais que 200 ou 300 quilômetros em condições normais e com ar-condicionado ligado.

Além disso, ainda não dá para depender dos raros carregadores públicos, que sempre podem estar ocupados quando você chegar. Assim, os carros 100% elétricos são recomendados hoje no Brasil para uso apenas urbano – ou, se muito, para quem roda no máximo 200 a 300 quilômetros por dia ou viagem, dependo do modelo, e tem wallbox em casa – leia mais aqui (na tomada comum, a carga pode levar mais de um dia).

SAIBA MAIS: Especial de eletrificação: carros elétricos mostram que o futuro virou realidade

 

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